Come Together escrita por lamericana


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera!!!! Temos um capítulo novo ♥



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Quando finalmente acordei, vi que Matt estava do meu lado, segurando a minha mão, com um olhar meio distraído. Assim que vi o rosto dele, pude identificar cada pequena sarda que estampava a pele dele. Ri ao lembrar que achava estranho ele não ter uma sarda que fosse. Quando soltei a mão dele, Matt pareceu sair do transe que estava.

— Como está se sentindo? – perguntou com voz baixa

— Muito bem, obrigada. Só a garganta que tá ardendo, mas nada que não possa aguantar.

— Eu vou lhe ajudar com essa questão da garganta daqui a pouco, quando sua mãe chegar do trabalho. Mas tem alguma dúvida depois do que eu e sua mãe lhe explicamos antes da transformação?

— Vamos ter alguma filial do Alfredo’s por aí ou vamos ter que nos virar?

— Provavelmente vamos ter que nos virar. Até porque é difícil manter o controle só com aquela taça de milk-shake. Mas eu e sua mãe vamos te ajudar nisso.

— Emelie vai se juntar à gente ou...?

— Ela vai ficar em Farnsworth. Pelo menos enquanto puder esconder que não está envelhecendo. Mas ela pode acabar se juntando à gente algum dia, só não acho que vá ser tão cedo.

— Alguém tá fazendo comida aqui perto? Minha garganta piorou com o cheiro.

— Acho que não vamos poder esperar a sua mãe chegar do hospital. – ele pareceu ficar nervoso – Essa agonia na garganta não é por comida. É por sangue. Algum desavisado deve ter passado aqui perto. Vamos fazer o seguinte: vou levar você pra caçar. Não vão ser humanos, já que isso seria um tanto quanto desastroso, principalmente com você tão nova nesse meio. Mas você vai ter que me prometer que vai tentar se manter focada e minimamente racional.

— Você já me viu morrendo de fome e quando recebo comida. Você sabe que eu sei ser racional.

— Agora é um pouquinho diferente, Pru. Você vai ver.

Ele me levou até a saída da casa que a gente estava. Olhei em volta e vi que estávamos no meio de uma floresta. Um veado passou correndo na minha frente e a garganta ardeu um pouco mais. Olhei pra Matt, em dúvida.

— Vá! Eu posso pegar outro. – ele disse

Comecei a correr e parecia fluido até demais. Eu sei que eu não deveria esperar por um ataque de asma a qualquer momento, mas assim que alcancei o veado, fiquei esperando pela falta de ar que não veio. Só o ardor na garganta ficando cada vez mais forte.

Quando me dei conta, já estava carregando a carcaça do veado e a garganta ardia um pouco menos. Procurei mais alguns animais e, quando o ardor na garganta passou, voltei para a casa e fiquei esperando Matt na escada que dava na porta. Minha mãe chegou não muito tempo depois e me deu um abraço apertado.

— Ainda bem que você acordou. Já não aguentava mais ver você naquele estado. – ela suspirou – Agora você não vai ficar podre de sangue desse jeito, viu? Já pro banho, dona Prudence.

— Tá bom, mãe.

Entrei com minha mãe e ela foi me guiando pelos cômodos da casa que iríamos morar enquanto eu me adapto ao novo... corpo. O fim da tour pela casa foi justamente na frente do meu quarto.

— Por enquanto vamos morar aqui, ok? Pelo menos até eu conseguir seus documentos novos ou você se acostumar a ficar perto de humanos e não ter problemas ou o que acontecer primeiro. – minha mãe explicou pelo que pareceu a milésima vez desde que combinamos essa história toda

— Eu já entendi isso, mãe. Mas até agora você não me explicou uma coisa: qual vai ser a história que vamos contar, hein?

— Vamos decidir isso com seu namorado, ok? Até porque não quero chegar nos Estados Unidos com dois menores de idade sem ter uma história convincente que vocês dois possam confirmar.

— Você poderia ser a minha mãe e a guardiã legal dele? Porque ninguém iria acreditar que você é mãe de nós dois, além de ser muito estranho eu namorar o meu “irmão”.

— Depois a gente discute isso. Porque sempre tem que rolar os detalhes menores e que é melhor discutirmos os três. Além do mais eu tenho um conhecido nos Estados Unidos que pode nos ajudar e quero saber se seu namorado vai querer se juntar ao plano. Agora tome banho, pelo amor de Deus. Não aguento mais o cheiro de sangue. To com fome.

Separei uma muda de roupa antes de entrar no banheiro.

Assim que liguei o chuveiro, ouvi Matt entrando em casa. Ouvi ele e minha mãe falando sobre como eu estava me saindo no meu primeiro dia. Quando saí do banho, fiquei observando o quarto que minha mãe tinha arrumado pra mim. Parecia muito com o quarto dela na casa dos meus avós.

— E aí? O que achou do quarto? – Matt perguntou

— Gostei. Minha mãe falou sobre a ideia que eu tive sobre a história dos Estados Unidos?

— Não entrou em detalhes, mas acho que a gente tem que sentar pra conversar direito sobre isso. Até porque você tem que ficar confortável em volta de humanos antes de qualquer coisa.

— Não, claro. Não pretendo sair assassinando pessoas assim.

— E você vai manter seu nome?

— Talvez o meu nome do meio. O meu primeiro nome chama atenção demais.

— Quer uma sugestão? – concordei com a cabeça – Que tal Mary Aoife?

— Não é uma má ideia. E você vai continuar com o seu?

— Vou. Matthew Cooper é um nome normal e comum e não mudei desde que nasci. Além do mais, normalmente uso um passaporte irlandês pra andar por aí.

— Então você nasceu Matthew Alexander Cooper?

— Nasci. Tento não mudar meu nome com frequência, pra evitar me entregar.

Minha mãe se aproximou e bateu na porta.

— Acho que tá na hora de traçarmos um plano, não acham?

Concordamos e começamos a conversar sobre o que faríamos. De acordo com a minha mãe, o cara que faz documentos falsos pra ela demora mais ou menos duas semanas para fazer o serviço. Para isso, a gente tinha que definir os nossos nomes, parentescos e histórias que contaríamos às pessoas. Ficamos conversando por um bom tempo até que definimos que minha mãe continuaria como a minha mãe, Matt seria uma espécie de filho adotivo e meu novo nome seria Siobhan Samuels.

— Então, como é que vai ser esse esquema? – Matt questionou – Você tem alguns dons pra distribuir, é isso?

— Mais ou menos. – minha mãe começou a explicar – Como eu expliquei pra vocês antes, meu dom é duplicar e meio que redistribuir esses dons. Então, consegui pegar uns dons que posso passar pra vocês dois.

Minha mãe começou a explicar que tinha cruzado com alguns vampiros que rondavam os Volturi e conseguiu pescar – como ela gosta de chamar o processo dela de duplicar os dons alheios – alguns dons, como metamorfologia, telecomunicação, um sexto sentido para doenças em humanos, um sexto sentido pra pessoas em geral, uma espécie de ilusionismo mental que faz qualquer um acreditar em qualquer coisa e um dom de mudar memórias de pessoas.

— E aí, qual vocês preferem? – ela ofereceu

Eu e Matt nos entreolhamos e demos de ombro.

— Acho que é válido Matt ficar com o metamorfo. – opinei – Porque essa ruivice chama atenção. E, honestamente, gosto da ideia de telepatia. O resto, acho que você pode escolher como faz.

— Ok, então.

Ela se aproximou de mim, puxou meu braço e segurou meu cotovelo. Senti meu braço formigando um pouco antes dela soltar.

— E aí? O que acha? – minha mãe perguntou

Vasculhei meu cérebro pra ver se tinha alguma coisa nova e, quase que instintivamente, percebi o que minha mãe tinha me passado.

“O que você acha de conversar assim?” Respondi.

— Muito melhor. Mas lembre da educação que seu pai lhe deu. – ela rebateu – E o que mais você acha do outro dom?

— Interessante, acho.

— Agora é a sua vez – ela se virou para Matt – Braço.

Ele estendeu o braço pra minha mãe e os dois soltaram os braços logo depois.

— Pode testar aí.

Matt olhou pra mim meio desconfiado antes de mudar a cor do cabelo pra preto.


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