Come Together escrita por lamericana


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Inhaí? Eu sei que eu deveria esperar mais um pouco antes de postar mais esse capítulo, maaaas não me aguentei, já que ele tava praticamente pronto há um bom tempo, só esperando eu terminar o anterior pra ser postado. Espero que gostem.



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Desde que chegamos na Itália, as coisas começaram a ficar, no mínimo, estranhas. Não que em Galway as coisas estivessem maravilhosas, mas aqui estava muito pior. Antes de voltarmos pro hotel, encontrei uma mulher que, incrivelmente, parecia ser a minha mãe quando morreu. Se eu não soubesse que a minha mãe está morta, diria que a mulher era a minha mãe.

Na surpresa de ver alguém tão igual a minha mãe, acabei chamando por ela e, por conta disso, Matt acabou me arrastando de volta para o hotel, morrendo de vergonha. Um homem nos seguiu por um tempo, mas acabou nos deixando de lado pouco antes de entrarmos no bairro em que estamos hospedados. Agora Matt parecia frustrado comigo diretamente. Ele andava de um lado a outro, mexendo no cabelo, parecendo muito nervoso.

— Você pode, por favor me explicar o que está acontecendo? – exigi

— Isso não é hora. Eu vou ter que quebrar um acordo que eu fiz há anos.

— Claro que isso é hora, Matthew! – gritei – Se você não sabe, eu estou aqui, há meia hora vendo você andar de um lado para o outro depois de uma tarde que mais pareceu um sonho induzido por drogas pesadas num período em que eu deveria estar me divertindo com meu namorado.

— Eu quebrei leis, Prudence! Foi isso que aconteceu! – ele gritou de volta, agora furioso – Não sei se você percebeu, mas não é só a sua ou a minha vida que está em risco agora. É a do seu pai também. Aquela mulher que a gente viu na praça, sabe porque ela é tão parecida com a sua mãe? Porque ela é a sua mãe.

— Minha mãe morreu há anos! – gritei de volta – Não pode ser ela! Você não está fazendo nenhum sentido. Vá tomar um banho, acalmar a cabeça e depois vem me explicar o que está acontecendo.

Ele soltou uma gargalhada irônica.

— Eu tenho pelo menos três pessoas querendo não só me caçar, mas também querendo matar você, seu pai e sua mãe. E você me pede calma?! Enlouqueceu, Prudence?

— Eu poderia lhe ajudar se eu entendesse pelo menos metade da situação, Matthew. Fingir que eu sou frágil demais pra entender o que quer que seja não vai ajudar em porra nenhuma.

Ele respirou fundo e sentou numa das poltronas.

— Ok. Senta. – quando viu a minha relutância, voltou a gritar – Senta! – Obedeci. – Lembra que, antes de a gente embarcar naquele maldito avião, eu lhe contei algumas histórias da minha infância e de como fui perdendo meus familiares? – ele não esperou a minha resposta e continuou falando – A minha irmã não morreu quando eu era pequeno. Mas eu realmente perdi meus pais quando tinha uns 12 anos. Minha irmã já tinha 18, então ficou responsável por mim e me prometeu que faria tudo que podia para que eu não sentisse falta de nada. E ela cumpriu a promessa. Todo dia a gente tinha comida na mesa, roupa lavada e eu ganhava presente no meu aniversário e no Natal.

“Mas quando fiz 18 anos, um cara tentou abusar da minha irmã na minha frente. Eu não podia deixar, depois de tudo o que a gente tinha passado, que ela sofresse ainda mais. Fui pra cima dele, mas mal sabia que ele era um vampiro. Ele veio pra cima de mim e, por vingança, acabou me transformando. Minha irmã achou que eu tinha morrido com a mordida, já que não consegui fazer nenhum barulho antes da transformação estar completa. Ela acabou cometendo suicídio.

“Tive que sair da cidade e morar em florestas. Quando voltei a conviver com pessoas, eu sabia que tudo era diferente, que eu teria que tomar certos cuidados. Uma das primeiras coisas que fiz foi fazer um acordo com os anciões de Farnsworth. Eles não contariam meu segredo para a cidade e, em troca, eu não transformaria nenhum humano e mataria ninguém para ter alimento. Muita gente acha que é lenda ou alucinação dos mais velhos. Mas todas as vezes que volto para Farnsworth, mesmo que de passagem, tenho que refazer a promessa.

“O homem que nos viu juntos hoje, Aro, não é qualquer pessoa. Ele me conhece. E ele é mais poderoso que qualquer presidente. Aro, junto com Caius e Marcus, tem algumas regras simples para nós, vampiros. A principal delas é não nos revelar para humanos. A pena costuma ser de morte, tanto do vampiro quanto do humano. Quando ele me viu com você, ele logo assumiu que eu tinha quebrado essa regra.

“E você inventou de ir atrás da sua mãe, o que piorou as coisas, colocando ela e o seu pai no jogo. Aro já deve ter mandado guardas dele atrás da sua mãe para ter uma conversa com ela para avisar do que vai acontecer com nós três”.

No que ele terminou de contar, engoli em seco.

— A cronologia não bate. Como.... Quantos anos você tem de verdade? – perguntei

— Nasci em 1980. Você é inteligente o suficiente pra fazer as contas.

— Como você passou pelo aeroporto? Porque ninguém iria acreditar que alguém que um adolescente na verdade tem 25 anos.

— Simples. Minha certidão de nascimento é falsa, mas todos os outros documentos são reais desde a adoção feita pelos Stuart. Eu tenho um passaporte oficial dos Estados Unidos e um da Irlanda do Norte. Por isso pude entrar na Itália facilmente.

— Os Stuart sabem?

— Não. E, como você deve ter percebido, eu não planejava contar a eles. Só ia fingir a minha morte.

— E como você sobrevive? Porque não acredito que sobreviva de fotossíntese, e já que não se alimenta de humanos...

— Lembra o milk-shake do Alfredo’s que era o meu pedido regular? Aquilo é uma mistura de sangue de doação humana e de animais. Emelie virou minha mentora e foi para Farnsworth na mesma época que eu pra me ajudar. E sempre que nós dois estivermos na cidade, meu pedido volta pro cardápio. E dinheiro é mais fácil de conseguir. Tenho como hackear, junto com Emelie, alguns sistemas e conseguir o dinheiro.

Ficamos em silêncio. Minha cabeça estava a mil, tentando processar o meu dia depois do que ele disse. Parecia loucura. Mas tinha que ter uma solução.

— Esse tal de Aro ainda manteria a pena se você me transformasse? – perguntei

Não custava arriscar o palpite. Matthew pareceu pensar.

— É uma possibilidade. Não sei se ele seria tão misericordioso, mas é uma possibilidade. Só que não quero ter que fazer isso com você. A transformação é muito ruim.

— Quatro mortes ou a transformação. A escolha é sua.

Voltamos a ficar em silêncio enquanto ele pesava as opções na balança. Pra mim, estava tudo muito claro. Eu passaria pela transformação, por mais penosa que fosse, e pouparia a vida dos meus pais e de Matt. Parecia uma conta simples.

Depois do que me pareceu uma hora, alguém começou a bater na porta de forma violenta. Matthew sinalizou para que eu ficasse quieta e parou para olhar no olho mágico. Pareceu relaxar um pouco e abriu a porta, dando passagem para a mulher que vimos mais cedo.

— Prudence? – ela me chamou

— Mãe? – perguntei atordoada

Ela veio em minha direção e me abraçou.

— Você ficou tão linda. – a voz dela era trêmula – Os olhos são iguais aos de Edmund. Você não sabe o quanto eu queria ter te visto crescer.... – ela balançou a cabeça – Não é hora pra isso. O que vocês planejam fazer agora?

— Provavelmente ir falar com Aro. – Matthew deu de ombros – Avisar que entendemos a consequência do que aconteceu e que vamos transformar a Prudence.

— Você se importa se eu ficar com vocês durante esse processo?

— Acho que a decisão é dela, não?

Os dois olharam pra mim.

— Quero que você fique, mãe. – pedi – Não sei quanto tempo isso vai durar, mas acho que vai ser importante ter você por perto. E você também, Matt.

Ele olhou pra mim de forma estranha, mas concordou com a cabeça. Começamos a arrumar as nossas coisas. Já que iríamos até Aro, não poderíamos deixar vestígios para trás.

— Tenho um lugar que vocês podem ficar enquanto as coisas acontecem – minha mãe disse – Não é lá grande coisa, mas dá pra resolver esse problema.

Matthew foi até a recepção enquanto eu e minha mãe descíamos com as malas.

— Desculpa nunca ter contado. – minha mãe parecia realmente triste com isso

— Mãe, você não podia ter contado. Eu entendo. E, acredite, o papai fez um bom serviço cuidando de mim.

— Vocês continuam em Springfield?

— Não. Papai não aguentou viver com as lembranças e ficamos nos mudando todo ano. Aí, por mais que você quisesse nos mandar uma carta que fosse, não iríamos receber.

— E como é que ele tá?

— Tá bem, acho. Não conseguiu outra namorada, acho que pelo fato de vivermos de cidade em cidade e por que ele era pai viúvo. Lembro que uma delas realmente acreditou que ele tinha mentido e era casado.

— Como vocês planejam viver, agora?

Suspirei.

— Sendo bem sincera, não sei. As únicas vezes que trabalhei foi como atendente de fast food, o que é difícil de manter quando você tem que servir a quem você quer comer.

Ela pareceu hesitar um pouco.

— Não sei se seu namorado vai concordar com isso, mas venho trabalhando como enfermeira aqui na Itália. Já consigo fazer alguns procedimentos sem ter maiores complicações com isso. Se vocês dois quiserem, podemos ir os três de volta para os Estados Unidos. Temos como viver como uma família entre os humanos. Conheço outro clã que vive assim.

— Eu não acho má ideia, mas acho que temos que tomar um passo de cada vez. Primeiro acho que temos que falar com Aro, depois resolver como contar pro papai que eu não vou voltar pra casa.

— Isso é fácil. – Matthew interrompeu, me entregando um celular – Você trabalha como enfermeira, não é? – ele se virou para minha mãe, que concordou com a cabeça – Então vamos fazer o seguinte: vamos ligar para o seu pai, dizendo que houve um acidente. Você vai estar se transformando, então vai estar sentido muita dor. Enquanto seu pai não chega atrás de você, vamos arrumar o corpo de outra garota que seja parecida e que já tenha morrido.

— Acho que consigo o corpo. – minha mãe falou – Tem uma garota que está em tratamento, mas ela não tem chances de sobreviver. Até agora, está sendo dada como indigente.

— Então será essa garota. Acha que pode ligar para Edmund?

— Consigo. Estou aqui há tempo suficiente para mudar um pouco o sotaque.

Fomos seguindo até a casa da minha mãe. No caminho, ela e Matthew iam discutindo o plano que poriam em prática para podermos começar uma nova vida. Mas não pude evitar o aperto no coração. Eu não poderia me despedir do meu pai.

— Posso deixar uma carta pro meu pai? – perguntei, interrompendo a conversa dos dois

— Oi? Como disse? – Matthew perguntou

— Eu queria deixar uma carta pro meu pai. Não falaria nada de muito revelador. Só agradeceria pela viagem, diria o quanto foi incrível e que o amo muito. Não quero que ele ache que não me importo com ele.

— O que acha? – ele perguntou a minha mãe

— Pode escrever. Mas eu vou revisar o conteúdo antes de mandar.

Dei um abraço nela. Assim que chegamos na casa da minha mãe, ela me entregou um papel e uma caneta.

— Seja rápida. Daqui a pouco temos que ir até Aro. – ela me alertou e concordei.

Comecei a escrever a carta enquanto Matthew e minha mãe arrumavam as coisas que seriam necessárias para o período que ficaríamos distante.

“Pai,

Vovô Angus e vovó Oona foram maravilhosos na Irlanda e me convenceram a vir com Matthew pra Itália. Os dois estão muito bem e querem que você também venha pra Galway fazer uma visita.

A Itália é incrível. Você não tem ideia do quanto tudo é lindo e a comida incrivelmente deliciosa. Acho que você deveria conhecer. Porque você iria amar. Tenho tanta coisa pra te contar sobre essa viagem.... O passeio de gôndola, os gelatos, as massas, tudo!

Não sei nem como agradecer por essa viagem. Muito obrigada por tudo o que você fez por mim, mesmo que eu não tenha reconhecido em algum momento.

Te amo muito,

Pru”

Entreguei o que eu tinha escrito para minha mãe. Ela leu rapidamente.

— Vou mandar assim que a gente falar com os Volturi.

— Não. A gente deixa entre as coisas dela. – Matthew decidiu – Quando a gente ligar para Edmund contando do “acidente”, a gente conta que encontrou uma carta endereçada a ele.


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