Come Together escrita por lamericana


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora. Tive um bloqueio mizeravi e um monte de coisa no meio do caminho que atrapalhou, mas aqui está!



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Andei de volta pra lanchonete do outro dia. O tempo estava meio feio, ameaçando chover. Emily tinha dito que teria que treinar, mesmo sendo férias, e Ava jurou que tinha um hackathon rolando e que não poderia perder por nada. Então Emma e eu combinamos de nos ver para conversar e decidir o que fazer depois. Já estávamos na metade do lanche quando o celular dela tocou. Ela me lançou um pedido silencioso de desculpas antes de atender.

Assim que desligou, ela me pediu desculpas de novo e explicou que a irmã mais nova dela vivia precisando de ajuda sobre como dar conta das aulas de violino e que ela, Emma, teria que voltar pra casa mais cedo por que precisava levar um material para que a irmã dela pudesse treinar.

Mandei uma mensagem pra minha avó contando que voltaria mais cedo e recebi a instrução de esperar por ela e meu avô na frente do café ao lado do mercado que tínhamos ido dias atrás. Me despedi de Emma e fui pro café. Enquanto eu esperava meus avós, folheei uma das revistas que estavam no stand da banca. Até que meu celular tocou.

— Alô? – atendi, enquanto colocava a revista de volta no lugar

— É muito cedo pra dizer que já sinto a sua falta? – reconheci a voz de Matt

— Meu Deus! Queria que você tivesse aqui! Você ia gostar tanto...

— Eu imagino o quanto.

— De verdade, você ia gostar. Fiz amizade com umas meninas aqui e estamos nos dando muito bem.

— Bom saber disso.

Me lembrei que tinha trazido o diário comigo pra viagem.

— Olha, eu sei que isso vai soar estranho, mas eu to com seu diário. – confessei, mudando o assunto radicalmente – Não tive coragem de ler, mas eu trouxe comigo, no caso do meu pai fazer uma faxina no meu quarto e encontrar.

— Tudo bem. – ele respondeu – Tá com ele aí na bolsa?

— Não. Porque?

— Olha pra trás.

Me virei e dei de cara com Matt parado na frente do café que meus avós me mandaram esperar por eles. Desliguei o celular e corri até ele e dei um abraço apertado.

— Meu Deus, o que você faz aqui? Não devia estar na loja com seus pais?

— Devia, mas eles ficaram meio “ah, você devia sair mais pra se divertir” quando viram que eu tava trabalhando um pouco demais e tiveram a ideia de me mandar pra cá e depois vou passar umas duas semanas na Itália.

— O que tem na Itália?

— Pensei que soubesse. Monumentos históricos, massa e sorvete. Ouvi falar que a comida é realmente gostosa.

— Mas antes disso, tem umas pessoas que tão doidas pra te conhecer.

— Quem?

— Meus avós. Em especial a minha avó. Ela está nas nuvens pelo fato de eu ter um namorado que é irlandês.

— Bom saber. Pra onde você vai agora?

— Pra casa dos meus avós. Inclusive, eles devem chegar a qualquer momento.

— Então vou ficar com você até eles chegarem.

Ficamos conversando enquanto esperávamos pelos meus avós. Quando eles chegaram, pude ver o olhar encucado da minha avó e o olhar estranho do meu avô. Puxei a mão de Matt e fui em direção a eles.

— Vovó, vovô, esse é o Matthew, meu namorado. – apresentei

— Is maith leat bualadh leat féin agus leatsa. Labhair Prudie an-mhór duitsa i gcónaí. – Matt disse e eu percebi que só essas duas frases ganharam meus avós (Tradução: Prazer em conhecer o senhor e a senhora. Prudie sempre falou muito bem de vocês.)

— Oh, buíochas a ghabháil leat an oiread sin, mo dhaor. Ar mhaith leat greim a ghabháil le linn? – minha avó ofereceu (Tradução: Oh, muito obrigada, meu querido. Quer ir fazer um lanche com a gente?)

Matt concordou com a cabeça e fomos até o carro. Minha avó começou a fazer um milhão de perguntas a Matt. A maioria delas envolvia escola e a vida dele antes de ir pros Estados Unidos. Mesmo quando já estávamos na casa dos meus avós, vovó Oona não se calava. Meu avô quase não abriu a boca, mas percebi que ele estava começando a se irritar com a tagarelice da minha avó.

— Oona, deixa o menino respirar. – vovô Angus intercedeu – Você não para de questionar um segundo.

— Ora. Ele é namorado da pequena. Fiz o mesmo questionário com o Edmund, se você não se lembra. – minha vó rebateu, parecendo estranhamente estar se gabando de ter inundado meu pai de perguntas

— Vamos parar? Os dois. – interferi – Vovó Oona, papai é a pessoa mais fácil do mundo pra fazer questionários, você sabe disso. E vovô, pelo amor de Deus, sem brigar com a vovó. A gente não precisa de brigas.

Meus avós fizeram um muxoxo e viraram o rosto, sem olhar para o outro, feito duas crianças birrentas.

— Vou ter que ser a adulta aqui? Ok. – falei, meio autoritária – Se abracem. Vamos.

Eles se abraçaram meio a contragosto, mas foram amolecendo.

— Agora, se vocês não se importam, vou montar um lanche pra gente, já que vocês decidiram brigar. Eu estou com fome. – comentei

— Nada disso, mocinha. – minha avó levantou um dedo e o apontou pra mim – Você fica na sala com seu namorado enquanto eu e seu avô vamos organizar comida pra vocês. Aproveita e bota algum daqueles programas que você gosta pra passar.

Obedeci a minha avó e fui com Matt até a sala e coloquei um programa qualquer na TV. Matt pareceu estar interessado na decoração da casa dos meus avós.

— Faz um bom tempo que eu não via uma casa desse jeito. – ele comentou

— Em Farnsworth, a minha casa é parecida com isso. – rebati

— Ah, não é nesse sentido que eu to falando. Aqui é mais explicitamente irlandês. Em Farnsworth, tem a americanidade do seu pai. Não é a mesma coisa. E é uma questão de estilo de organizar as coisas.

— Só não fale esse tipo de coisa na frente da minha avó ou ela vai tentar me casar com você logo amanhã.

— Prudence! – meu avô me chamou da cozinha – Seu namorado tem alguma restrição alimentar?!

Olhei pra Matt e ele negou com a cabeça.

— Tem não, vô! Ele vai comer do que eu comer. – respondi

Eu e Matt voltamos a dar atenção à TV até que meus avós vieram com quatro sanduíches, que colocaram na nossa frente. Minha avó começou a perguntar sobre os planos que Matt tinha para as férias.

— Bem, vou passar duas semanas aqui e depois vou pra Itália. – Matt respondeu

Meus avós pareceram entender a resposta de Matt como uma deixa para se entreolharem como se estivessem conspirando. Deixei passar porque sabia que pressionar qualquer um dos dois não daria certo.

Terminamos o lanche e meu avô se ofereceu para deixar Matt no hotel que ele estava hospedado. Minha avó entregou a carteira dela pro meu avô antes dele sair e eles acenaram a cabeça um pro outro, como se estivessem começando um plano.

Me despedi de Matt e ajudei a minha avó a arrumar a sala. Depois subi pra tomar um banho rápido e trocar de roupa. Quando voltei pra sala, meu avô já tinha voltado e estava sentado na poltrona dele com um papel na mão.

— O que você acha da Itália, pirralha? – ele perguntou

— Nunca fui. Então não tenho nenhuma opinião sobre.

— Então se prepare pra conhecer.

Ele me entregou o papel, que eu vi que tinha meu nome e o horário dos trens que eu teria que pegar para chegar até Roma.


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