Blanket Kick escrita por beaeqn


Capítulo 5
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Notas iniciais do capítulo

Desculpem por qualquer errinho, mas dá mt preguiça de revisar.
Ficou longo mas assim q é bom, né?



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Depois de quase quatro horas, terminamos a coreografia que iríamos apresentar. Jimin me deixava cada vez mais confusa. Depois daquela cena no meu quarto, fomos para a sala e às vezes ele me olhava com um sorrisinho, que logo se desfazia. Eu não conseguia ler seus pensamentos e isso me estressava. Parecia que ele estava se divertindo e odiando ao mesmo tempo.

—Eu já vou indo, então - ele falou arrumando sua bolsa.

—Tá bom.

Ele me encarava como se fosse falar mais alguma coisa, mas o silêncio constrangedor só aprecia se propagar ainda mais por toda a casa. Eu realmente não queria que ele me detestasse como ele parecia fazer e as palavras estavam entaladas na minha garganta.

Oppa, olha, me desc...

—Não, você que me desculpe. Eu não deveria ter falado com você daquele jeito. Por favor, me perdoe - ele pediu, se curvando. Por essa eu não esperava.

—Tá tudo bem, de verdade. Eu não queria passar a impressão errada pra você e... - eu me perdi nas palavras quando percebi o quão próximos estávamos. Eu podia ouvir sua respiração e sentir seu olhar me queimando. Meus olhos agiam por conta própria e percorriam seu rosto. Suas bochechas, hoje, magrinhas me tentavam e seus lábios me chamavam. Meu coração batia tão forte que parecia que ia sair correndo. Mei, o que está acontecendo com você?! Ao mesmo tempo que eu tentava me distrair, sua boca me hipnotizava. Ele foi chegando mais perto e botou sua mão em minha bochecha. Minha respiração fica entrecortada e parece que meu peito vai explodir. Quando senti sua respiração em meus lábios, meu celular tocou e eu abri os olhos, saindo do transe.

—D-desculpa, e-eu tenho que ver quem é.

Jimin meneia a cabeça e parece desapontado. Leo. Ligo pra ele mais tarde. Rejeito rápido a ligação e volto minha atenção para o homem, que já pegava sua mochila, pronto para ir embora.

—Tudo bem. Bom, eu já vu indo, então - ele se inclinou em uma reverência, se aproximou mais uma vez e sussurrou no meu ouvido:

—Nos vemos amanhã, Mei.

Abriu a porta, saindo do apartamento e me deixando para trás com uma confusão de sentimentos. Ele estava tão perto antes que seus lábios chegaram a roçar o lóbulo da minha orelha. Sua voz era encantadora e suave, mas incrivelmente perigosa, como o canto de uma sereia. Eu me deleitava ao lembrar de meu nome siando de sua tentadora boca. Como era possível que apenas quatro simples palavras pudessem me deixar tão... alterada?

O que você tá fazendo, Mei?! Você tem namorado!

E como se estivesse lendo meus pensamentos, meu telefone volta a tocar e vejo que Leo estava me ligando de novo.

—Alô? Mei?

—Oi, Leo! Tudo bem aí?

—Tudo, sim. E com você?

—Ah, tá tudo bem aqui.

—Meu amor, tá tudo bem mesmo? Você ficou sumida esses dias e a gente tava preocupado... O que houve?

—Ah, cê sabe. Meu pai e o Kwan levaram pra sair e a faculdade já começou a exigir de mim.

—Aham, sei. Aposto que algum carinha coreano já tá tentando roubar você de mim. Tá tentando me substituir é? - seu tom brincalhão não conseguiu esconder a crescente mágoa em sua voz. Subitamente me senti culpada, por mais que não tenha feita nada de errado. Acho. Ali estava eu, pensando em Jimin e sua boca enquanto meu namorado perfeito no Brasil sofria com a saudade. Isso é um absurdo. Você tem que se afastar do Jimin.

—Ha ha ha, muito engraçado, Leo.

Nossa conversa fluiu naturalmente, mas foi bem curta, muito diferente de como era antes no Brasil.

—Eu tenho que ir, Mei. Aqui já está amanhecendo. Beijo, meu amor. Eu te amo muito, tá? Não se esquece disso nunca.

—Eu também te amo, mô. Beijo!

O Leo não merecia ser ignorado da forma como eu estava fazendo. Então está decidido. Amanhã eu vou pedir para mudar minha dupla e me distanciar de vez de Park Jimin.

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Acordei com o som da movimentação no andar de baixo. Meu pai e irmão são muito ativos de manhã, diferentemente de mim.Hoje era um dia importante. Além de sera primeira vez que eu iria apresentar um trabalho na faculdade, eu iria me desaproximar de Jimin. Me arrumei rapidamente e desci as escadas, esbarrando em Kwan, que subia.

—Já de pé? Eu estava indo te acordar agora.

—Eu sou muito responsável, tá? Levantei sozinha e já fiquei pronta.

—Aham, sei - ele bagunçou meu cabelo e eu dei a língua pra ele. Eu adoro minha relação com meu irmão. Mesmo vivendo tanto tempo distantes, nós conseguimos ser íntimos um do outro e eu sentia que ele me ajudaria com qualquer coisa - Hoje a gente vai tomar café fora, tudo bem?

—Tá bom, sem problemas. E o papai?

—Ah, ele nem veio pra casa ontem - ele falou com um sorriso malicioso, enquanto saíamos do condomínio.

—Como assim? Ele ficou direto no trabalho?

—É, Mei. Acredita nisso mesmo.

Paramos em frente à uma cafeteria muito simpática e eu ia entrando, quando Kwan me deu um puxão no braço.

—Ficou doida? Você tem que tirar os sapatos antes de entrar em lugares públicos.

—Quê? Tá brincando, né?

—Não, que nojo. Ia ficar tudo contaminado com as bactérias da rua!

—E você espera que eu fique descalça nesse chão frio?

—Não, Mei, eles têm pantufas aí dentro - ele me encarava como se eu tivesse vindo de Marte. As pessoas passavam nos olhando, já que estávamos nos encarando em frente à lanchonete. Dei de ombros me rendendo e tirei meus coturnos, deixando-os perto da porta, junto às botas de meu irmão. Esse país é doido. Kwan foi fazer nossos pedidos enquanto eu fui pegar uma mesa. Dois homens pareciam se levantar e como o restaurante estava cheio, decidi pedir aqueles lugares.

—Oi, com licença. Você se importam se eu pegar essa mes...

—Mei? Oi! Se lembra da gente?

Ai, caramba. Eram o Namjoon e o Jin!

—Ah, oi! Como vocês estão? - meus olhos voaram direto para suas mãos, que estavam entrelaçadas. Eles se afastaram rapidamente e eu me senti um pouco mal, pois eu sabia que era por minha causa.

—A gente tá bem. Jimin falou que te encontrou na faculdade, certo?

Eles se sentaram mais uma vez, agora comigo, e começamos a conversar. Esses dois eram realmente muito legais, minhas amigas estavam certas. Depois de uns cinco minutos, Jin fica meio pálido e Namjoon fixa seu olhar em um ponto atrás de mim. Olhei para o mesmo lugar e encontrei meu irmão parado, encarando a cena como se estivesse com um profundo desgosto. 

—O que você está fazendo com eles, Mei? - meu irmão perguntou calmamente, mas em seus olhos eu via um enorme conflito para que ele continuasse em calma. 

—Kwan - proferiu Namjoon, aparentando tensão 

—Namjoon. Seokjin - meu irmão respondeu, falando o nome do mais velho com um nojo explícito. Ok, eu preciso descobrir urgentemente o que eles têm. 

Vamos logo, hyung. A gente se vê por aí, Mei - RM falou, puxando o mais velho pelo braço. Os ombros de Kwan e do rapper se chocaram e eu me sentia mais perdida do que nunca. 

—Kwan, o que foi isso?! 

—De onde você conhece esses dois?! - ele perguntou ao mesmo tempo que eu. Me passou duas rosquinhas e um café grande. Uh, fraco demais. Claramente esse encontro tinha o deixado muito transtornado, porque sua perna mexia descontroladamente. Meu irmão é hiperativo e geralmente os remédios bastam para que ele fique calmo, mas hoje não. 

—Calma, oppa. A gente se conheceu no avião, só isso. O que houve entre vocês? 

—Longa história, Mei, longa história... - ele jogou essas palavras no ar, parecendo se perder em pensamentos e me deixando morta de curiosidade. Não queria pressionar meu irmão, mas eu estava me contorcendo e criando mil teorias ali. 

—Ai, Kwan! Me conta logo! Por que você não gosta deles?

*Kwan's Flashback On*

Eu namorava Minkyung há 7 meses apenas, mas eu gostava muito dela. Qualquer coisa que ela dissesse, eu acataria só para vê-la feliz. Por isso eu aceitei ir naquela maldita festa em uma quinta-feira. Eu estava no meu segundo período da faculdade e precisava estudar muito, por isso falei pela telefone que não iria com ela. 

—Desculpa, mas eu realmente não vou poder ir. As provas já estão chegando e eu preciso muito estudar. 

—Poxa, oppa. Tudo o que você faz agora é estudar... não tem mais nenhum tempo pra mim! - ela falou fazendo aegyo e parecia tão chateada que eu decidi fazer uma surpresa pra ela, aparecendo na festa. 
Maldita a hora que eu decidi sair de casa. Assim que eu cheguei na casa onde a festa estava rolando, alguns amigos me cumprimentaram, mas começaram a cochichar imediatamente. Estranhei, mas decidi ignorar. Puxei meu melhor amigo Jinyoung para a mesa de bebidas e perguntei: 

—Ei, você viu a Minkyung? Queria fazer uma surpresa pra ela. 

E-eu não sei, não! Não vi nada. - estranhei o nervosismo do meu amigo, mas nem pude pensar muito sobre isso porque enquanto voltávamos para perto dos nossos colegas, flagrei uma menina com os cabelos coloridos iguais aos da minha namorada se enroscando a um garoto alto. Não sei o que deu em mim, mas meus membros se moveram praticamente sozinhos e quando me dei conta, estava cutucando a garota. Pra quê eu fui fazer isso? Minkyung se virou irritada com o rosto borrado de batom e seu rosto se transformou em uma expressão de surpresa, ao passo que meu coração se quebrava em mil pedaços. 

—K-kwan! O-o que você está fazendo aqui?! 

—Caralho! Vai se ferrar! Eu não acredito que você estava me traindo! Eu devia estar em casa estudando, mas eu vim aqui te fazer uma surpresa e você me retribui assim?!

—E-eu não sabia que você estava vindo e...

—Ah, então quando eu estou fora você fica se jogando pra qualquer um, é?! Bom saber - nesse momento, o cara, que antes só estava acompanhando a cena sem saber o que fazer, se manifestou se colocando entre nós dois. 

—Epa, cara, deixa ela em paz. Não precisa falar assim.

—Não se mete nisso, porra! - ele se contorceu um pouco e veio em minha direção, mas eu eu lancei os braços pro alto em desistência e gritei - Cansei de você, cansei dessa merda! Foda-se, acabou! - e saí marchando em direção ao bar. Meus amigos perceberam que eu não queria conversar com ninguém então eles me deixaram sozinho. Bom, sozinho não, porque um outro garoto estava sentado ao meu lado e chorando muito. Por mais que estivesse muito bravo, não pude deixar de me preocupar.

—Ei, está tudo bem? 

O garoto levantou o rosto, que estava vermelho e inchado de tanto chorar, e percebi que ele era incrivelmente bonito. 

—Tá. Tá tudo bem, sim.

—Tem certeza? Você precisa de alguma ajuda? 

O menino, que se chamava Seokjin, falou que viu a pessoa que ele gostava ficando com uma garota e aquilo o tinha destruído. No mesmo momento me identifiquei e conversa vai, conversa vem, eu fui me aproximando dele. Quer saber? Se ela pode ficar com outro na frente de todo mundo, eu também posso. Começamos a nos beijar fervorosamente, com as quatro mãos correndo sem nenhum pudor pelos corpos colados. Eu me sentia muito errado e cansado.  Mil pensamentos passavam por minha cabeça enquanto eu beijava aquele hyung absurdamente gato. Nunca esperei que Minkyung me traísse assim e nunca pensei que fosse encontrar meu consolo em um desconhecido. Ele me distraía de minha dor e por enquanto, só isso estava bom o suficiente. Talvez seja melhor assim. Sem sentimento, só o prazer. Fomos interrompidos por um urro de raiva; nos separamos rapidamente, sem fôlego e descabelados, enquanto o mesmo homem alto de antes se aproximava rapidamente. Ele de novo?! O que ele está fazendo aqui?

O que é isso, Jin?! 

O hyung se encolheu e se afastou de mim. Ah, não é possível. Esse babaca é o cara de quem Seokjin estava falando? 

Ué, Namjoon, você não estava com uma garota? Eu posso ficar com quem eu quiser!

—Ma-mas eu, eu... Argh! Foda-se todo mundo essa festa tá uma merda! 

Eu soltei uma risadinha irônica. Nisso a gente vai ter que concordar. Namjoon se virou pra mim enfurecido e voou em minha direção. Senti sua mão se encaixar em minha mandíbula e caí no chão. Ah, não. Comprar briga logo comigo?! Me levantei e o soquei no olho. Não me lembro dos detalhes, mas meus amigos vieram nos separar, seu nariz estava sangrando muito e meu ombro ardia. Fui embora escoltado por Jinyoung, que me deixou em casa e me ajudou a me limpar e dormir. 

Depois fui descobrir que os dois faziam parte de uma banda adolescente famosa e que eu tinha batido em ninguém menos que o líder do grupo.

*Kwan's Flashback Off*

—E desde então, eu odeio esse cara. Ele obviamente contou pros amigos o que aconteceu e eles também não gostam de mim. 

—Wow. Eu nem sei o que dizer.

—E como eu trabalho na seção de celebridades da revista, o Bangtan não é muito elogiado por lá - ele falou essa última parte com um sorriso irônico.

—Eu não sei o que falar - eu estava tão atordoada com a história que só depois me lembrei de uma informação importante - Pera, você é gay?

—O quê? Não. Você não sabia? Eu sou bi.

—Não, oppa, você não tinha me contado - falei emburrada

—Tem certeza? Bom, agora você já sabe. 
Nos levantamos e saímos em direção à faculdade. Ele se despediu com um beijo em minha teste e eu segui para minha aula, determinada à terminar de vez minha, inexistente, história com Jimin. Não posso ir contra meu irmão. Eu tinha que me afastar daquele homem, que me enlouqueceu em apenas alguns dias e que já me fez sentir uma crescente confusão chegando.


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