Vincent vacilou.

— C-como?

— É o que você ouviu. Estou morrendo! Você está aqui para ficar em meu lugar, e se a sua visão for verdadeira, a culpa de tudo aquilo é sua!

De repente, a vontade de brigar passou para Vincent. Estático, ele sopesa entre a raiva que estava sentindo e o abalo da notícia, até que este o vence. Abriu a boca, mas não deixou escapar nenhuma palavra. O que dizer nessa situação? “Desculpe-me”? “Sinto muito”? Ele não conseguia. Em vez disso, outra frase lhe escapou.

— Por que não me disse antes?

Naeedja balançou a cabeça, sem resposta.

— Eu não sabia. Como isso é possível?…

— Eu lhe disse. Nada que está vivo dura para sempre. Assim como meu corpo, assim como o seu também não irá.

— Mas o Destino…

— Destino foi gentil comigo. Mandou você aqui, quando podia apenas deixar meu corpo se desfazer e minha essência se perder pelo Universo. Depois do que fiz, pensei que ele realmente faria isso. Mas você está aqui.

— Por que? — Perguntou, tenso. — O que acontece comigo quando você… morrer?

— Meu poder, minhas lembranças, parte dos meus sentimentos… Será tudo seu. Incluindo o dever de manter o Refúgio. Por favor, prometa isso.