Com o susto, Vincent recuou e se desequilibrou à beira do penhasco. O desconhecido estendeu a mão em um gesto rápido e impediu sua queda, agarrando-o pela camisa. Seu coração pulsava forte, diante do perigo, respondendo de um modo bem simples aos seus questionamentos anteriores: sim, estava vivo.

Para ele, uma descoberta valiosa como um besante.

— Seria um pouco melhor para meus planos se Naeedja lhe ensinasse. — Ele falou, após Vincent recuar a uma distância segura da beirada. — Mas eu acho que posso resolver pelo menos o básico.

— Quem é você? — Era só o que Vincent conseguia pensar.

— Sou o que te trouxe aqui.

Vincent levou alguns segundos para “pegar” a informação, seu olhar brilhou com a descoberta.

— Destino. — O rapaz apenas confirmou com a cabeça.

— Milênios de exílio e ela ainda não aprendeu… — murmurou, olhando ao redor. — Mas tente não odiá-la. Vocês precisam pelo menos estar do mesmo lado. E é difícil para ela, saber que o lugar que ama vai morrer.

— Por quê? Não pode ser impedido?

— Nada que está vivo dura para sempre, humano Vincent. Você descobrirá isso em breve. Agora me acompanhe. Parece que nunca vou ter paz se as criancinhas não resolverem os próprios problemas.