Quando Salem ouviu os soluços do outro a imitar os seus não demorou em tomá-lo em seus braços. Orias, que antes não sabia ter tantos sentimentos presos dentro de si, retribuiu com intensidade, segurando o outro para que não escapasse de seus braços.

"Desculpe, desculpe, desculpe!" suplicava

"Eu te perdoo, Orias." 

Após alguns minutos naquela posição e da explosão de sentimentos, sentaram-se juntos, prontos para conversar; no entanto, a expressão enleada de Orias preocupava Salem que resolveu tomar-lhe a mão, acariciar o dorso e os dedos. Deveria ser honesto e, com um sorriso, ele foi:

"Quando você sumiu, pensei que houvesse tirado sua própria vida. Eu procurei por tanto tempo, Orias... Então eu resolvi... Ir atrás do nosso sonho. Por você. Para lhe honrar. E hoje você pode seguir esse sonho comigo!"

Havia felicidade, alívio e ternura na voz de Salem, algo que Orias não conseguia entender.

"Naquele dia eu... Você poderia- Seu pai!" 

Ao que Salem sorriu, melancólico desta vez, e negou com a cabeça. "Aquilo que aconteceu não foi sua culpa. E, ele está vivo. Não perfeito, mas vivo."

Orias inspirou fundo, sentindo um peso sair das suas costas e, mais uma vez, lágrimas correram por suas bochechas.