“O que foi?” – Davi se vira e vê os dois.

Helena desfila sua arrogância, está pendurada no braço de Léo que fala algo em seu ouvido.

Abusado. Pensava que minha raiva havia arrefecido, mas ela retorna com tudo.

“Se quiser podemos ir embora” – Davi sugere.

“Vou ficar, eles que devem ir. Nós não fizemos nada de errado” – puxei uma cadeira para sentar, fazendo questão que ficasse de frente para eles.

Foram ao balcão, pegaram os sorvetes e se sentaram na mesa à frente. Léo não tirava os olhos de mim. Nego-me a baixar a cabeça.

“Cris você está com uma feição assassina, é melhor disfarçar” – Davi tentava fazer piada mas permaneço séria.

Na verdade nem estava ouvindo.

Num segundo estou de pé, indo para a mesa deles.

“Já que descobrimos tudo vocês podem andar por aí juntinhos né? Que romântico... nasceram um para o outro, os dois não prestam!” – meu sangue ferveu, não pensei antes de falar. Só queria que eles não saíssem incólumes.

“Ciúmes Cris? Sério? Porque não fica logo com esse aí e larga do nosso pé?” – a sirigaita falou.

Sem titubear pulei sobre ela. Meus dedos agarrados nos seus cabelos. Minha paciência havia acabado.