“Me larga sua doida! Tirem ela de cima de mim!” – Helena esperneava, tentando me derrubar.

“Tô cheia de você garota!” – Levantei a mão para dar um tapa na cara dela, mas esta foi segurada no ar.

Dois braços fortes me levantaram. Me debatia tentando ver quem estava me segurando.

Conhecia aquele perfume.

“Me solta Léo! Me põe no chão agora!”

Como por capricho, me joga em seus ombros, levando para fora da sorveteria. Na confusão puxo a toalha da mesa, derrubando as taças e uma candeia que a decorava.

Grito enlouquecida. Ele me carrega até um beco mais afastado e larga junto a uma parede.

“Você tá ma...” – Léo me beija.

De uma maneira completamente diferente, com paixão, com força, como se estivesse exigindo algo que fosse dele por direito.

Seus braços ladeiam meu corpo me prendendo à parede, minhas mãos que tentaram afastá-lo agora o puxam para mais perto, meu corpo se molda ao dele.

Suas mãos sobem pelas minhas costas provocando um arrepio. Me sinto tão viva.

“Te amo Cris” – ele sussurra.

Entorpecida... não consigo falar.

De repente, algo acerta o rosto de Léo, que se desequilibra.

Assustada, vejo Davi, pálido e com olhos injetados.