Me levanto, distanciando-me dele, primeiro com passos rápidos e então numa corrida desvairada. Ouço gritar meu nome, uma voz distante, não me importa. Corro, corro tanto até meus pulmões arderem, até as lágrimas lavarem meu rosto, até meu coração explodir dentro do peito. Sinto meu coração partir, uma dor física tão forte que chego a pensar se morria-se daquilo, se teriam que preparar a minha mortalha.

De repente percebo que estou diante da casa do Léo. Toco a campainha.

Devo estar com uma cara horrível pois ele me fita em choque.

“O que aconteceu?” – estende a mão em minha direção, desvio dela – “Entra... vamos conversar”

Nos sentamos no sofá.

“Não sei o que ele te disse...”

“Por que você fez isso?” – pergunto num fio de voz – “Você só tava me usando?”

Não seguro o choro diante dele.

“Não! É claro que não! Nunca faria uma coisa dessas com você!” – responde com desespero na voz.

Ele tenta se aproximar, o afasto.

“Entretanto você fez com as outras né?” – o encaro, a voz carregada de raiva.

Ele baixa a cabeça derrotado.

“E pensar que cheguei a gostar de você...”

Crava os olhos em mim. Seria dor o que vejo?