Das janelas do castelo, o monarca observava seus corajosos soldados pleitear e, um por um, a ser reduzido às cinzas pelas centelhas azuis, que se alastravam pelas matas enquanto o exército inimigo adentrava nas muralhas de Avalon.

Amedrontado, Arthur comandava seus poucos cavaleiros da távola redonda dentro das paredes do palácio, eles eram os mais fortes e confiáveis guerreiros que o rei já havia conhecido. Além deles, Merlin o acompanhava para todos os lados, era realmente um amigo e, ao mesmo tempo, um respeitável mestre.

 O mago ficara responsável pelo jovem rei quando seu pai falecera, deveria mostrar o comportamento desejado para um monarca e influenciar na união dos dois mundos no reino, mas a tarefa era árdua enquanto uma batalha interna acontecia naquelas muralhas, trouxas e bruxas deveriam se entender, não guerrear, pensava Merlin. Não demorara muito tempo e eles  já estavam cercados, sendo encarados, friamente, por Morgana.

— Parece que a coroa lhe cai bem, irmãozinho...e o posto de bobo da corte para você também, Merlin.

— Morgana, pense no que está fazendo... – Dizia o mago, pacificamente.

— Acho que um traidor deveria analisar as suas ações antes de me acusar. – Cortou a bruxa, abruptamente.

— Traidor? Está sendo precipitada, novamente...