O brilho do dia estava por se encerrar, tendo a intensidade similar a luz emitida por uma candeia. Eram poucas as estrelas que apareciam no imenso azul do céu, sendo a prateada lua inexistente.

Abaixo da abóbada celeste, nas campinas próximas à Avalon, tropas hostis marchavam. À frente da infantaria havia bruxas e bruxos contrários a nomeação do rei; logo atrás, aldeões erguiam foices e tridentes, prontos para protegerem sua Dama do Lago; na retaguarda, havia alguns centauros e outras criaturas estranhas, seres muito magros, pálidos e com os olhos sem vida e totalmente brancos.

Morgana estava a frente, usava uma armadura prateada e uma longa capa negra. Seus cabelos, agora platinados, estavam prendidos em um firme coque, deixando-a com uma vista mais ampla do território. Do seu lado, Mordred usava uma armadura de cobre e ajudava-a a analisar o campo de batalha.

Aos poucos, a armada do rei abandonava as muralhas de Avalon, cavalgando selvagemente na direção das tropas inimigas. Morgana ainda permanecia inflexível, mas interiormente uma grande fúria a rondava, odiava a persistência dos trouxas e, principalmente, a traição de Merlin.

— Tolos. – Disse Morgana, acenando com seu báculo no sentido da armada de Arthur, queimando-os com labaredas azuis.