Ela acariciava o cetro, rotundo e brilhoso em sua extremidade. Era mais riqueza do que jamais havia visto na vida, e no entanto aquilo não lhe atraía.

— Vai me explicar finalmente por quê me escolheu? Ou ainda acha que comprei a ideia de que tudo foi aleatório?

Os olhos do bardo brilhavam sob a aba de seu chapéu, que ele tocou à guisa de cumprimento.

— Só estava me perguntando quanto tempo demoraria até você tocar neste ponto, mas minha intenção nunca foi esconder nada.

— Exceto seus poderes, talvez. Teria sido bem mais fácil chegar até aqui se os tivesse utilizado antes.

Ele continuava com a mesma expressão enigmática.

— E quem garante que não usei? Talvez você não tenha percebido... Mas, voltando ao assunto, o fato é que nossa sociedade sempre teve muitos contatos. Já haviam alguns indivíduos em potenciais, e você era um deles. O antigo bispo se mantinha de olho. Na realidade, é uma surpresa que você ainda não soubesse.

Ela suspirou longamente. De toda uma lista de pessoas e todas as experiências ruins, ele havia sido a única coisa boa em seu tempo no mosteiro, quase um pai. Por ele, seguiria adiante com aquilo. Era uma promessa.