Comendo um temaki enquanto mexia no celular, Shinkai até parecia uma pessoa comum. Uma pessoa comum, fazendo coisas comuns, como montar guarda na frente de um galpão às três horas da manhã.

Não tinha como se deixar enlear; Arakita tentaria acabar com tudo aquilo hoje. Uma vez libertas aquelas almas, talvez o demônio parasse de apresentar ameaça, talvez enfraquecesse... Ele não tinha certeza, mas precisava tentar. O sumiço de Sakamichi era óbvio demais para ser coincidência. Arakita só precisava dar um jeito de afastar Hayato e entrar naquele lugar, com muita sorte e a benção de Deus.

Deus, é? Que piada.

Por não estar exatamente acostumado a ter sorte, entender que Shinkai estava se afastando levou mais tempo do que deveria. Esfomeado – talvez pela falta de almas novas? – ele deixou seu posto e se arrastou até o konbini, comprar o que seus centavos de iene conseguiam, como barrinhas energéticas e qualquer industrializado do tipo. Yasumoto deveria aproveitar essa rara chance antes de perdê-la de vez.

Meio agachado, meio correndo, meio sem saber o que fazer, ele foi o mais furtivamente possível para a porta de entrada, encontrando-a aberta. Claro que estaria.

“Quem está aí?!”

Sem tempo, Arakita correu se esconder.