Clark estava acostumado a estar do outro lado daquele cenário, observando e entrevistando aquelas pessoas. Mas ali, diante da alta sociedade de Gotham, ele era observado. E aquelas pessoas pareciam interessadas em sua vida. Não falavam escancaradamente, mas sua profissão foi rebaixada, o salário questionado, sua posição política avaliada e até mesmo o gosto por bilionários determinado.

Não imaginou que seria tão difícil.

A parte fácil foi, sem dúvida, encontrar os papéis de compra ilícita no gabinete da prefeitura. Clark guardou-os dentro do paletó e retornou para a festa. Bruce dançava com a primeira-dama, uma mulher jovem e de aparência estonteante.

A canção acabou, Bruce entregou-a nas mãos do prefeito, o sorriso dela se desfez, recaindo uma mortalha sobre seus ombros. Assim, Clark foi convidado para a próxima dança.

“Você parece mais sorridente.” Falou. Não imaginaria o Batman tão a vontade e contente num salão como aquele. Era uma comparação injusta até.

“Talvez seja por sua causa.” Bruce disse, segurando com firmeza a cintura de Clark.

Todos os olhares recaíam, sobre eles. Clark ignorou o burburinho que se formava pelo salão, cheios de comentários maldosos. Olhou para Bruce e o beijou, ouvindo um aborrecido “sortudo” vindo da primeira-dama.