Querido diário,

Hoje Camila foi comigo ver uma plantação de amor-agarradinho, isso pouco depois do almoço. Vovó nos mandou tomar cuidado pois passaríamos pelo pasto enquanto mamãe apenas disse para não demorarmos e nem irmos longe. O tempo que fiquei com ela lá me trouxe uma sensação diferente… Foi bonito, se posso falar assim.

Não só pelos beijos ou pelas carícias, mas sim por conta do conforto que é estar ao seu lado… Senti como se quisesse continuar fazendo isso.

Mas… Em algum momento começou a ficar estranho, melancólico.

Mila falou do quanto meus avós pareciam felizes, e falou sobre o seu avô dela, que morreu no ano passado. Eu estava no enterro também, e vi aquele homem idoso coberto pela mortalha negra. E não posso deixar de comentar a tristeza que estava estampada nos olhos castanhos de quem hoje posso chamar de namorada.

Tudo ficou tão quieto… No entanto nenhuma lágrima desceu pela bochecha dela, nem mesmo quando a abracei dizendo que tudo ficaria bem. Seu corpo se apertou mais contra o meu.

A promessa que lhe fiz anos atrás foi refeita. Nunca, em hipótese alguma, eu a deixaria na mão, e sei que também não serei deixada jamais.