21 de Outubro, Rússia, 1942.

Por Niko

A enleada estava formada. Uma maldita carta colocou tudo a perder. Nádia já sofria e estava totalmente magoada ao constatar que eu só lhe avisaria sobre minha partida no dia.

Não agi corretamente escondendo isso dela, mas não queria provocar preocupações a ela no estado em que se encontrava. Meu coração doía, estava torcendo para o momento em que eu, de fato, pudesse fazer minhas próprias escolhas, seguir meu próprio caminho sem depender de uma guerra nas mãos.

Os olhos tristes de minha noiva juntamente com os de minha mãe foram o suficiente para que o meu coração se destroçasse em pedacinhos. Eu queria que aquele pesadelo tivesse fim, eu sonhava com aquilo, mas algo me dizia que as coisas não seriam tão fáceis.

E eu estava certo.

Naquele mesmo dia fui até o hospital em Moscou justamente para fazer alguns testes quanto a saúde de minha perna. Pensei em falhar, mas desisti quando vi dois cabos armados acompanhando o andamento das consultas.

Um calafrio correu pela minha nuca, e minhas pernas pareciam vacilar. Eu realmente me sentia bem, contudo, sabia o que isso significava.

Eu voltaria para a guerra, voltaria para os  nazistas.