19 de Outubro, Rússia, 1942.

A neve caía de forma vagarosa do lado de fora da janela, suspirei pesadamente e recostei-me na cabeceira da cama. A mesma estava vazia e uma onda de pânico cresceu em meu peito.

Levantei-me depressa e fui contido por mãos delicadas em minhas costas.

—Não se apavore, estou aqui. – A voz doce e suave de minha amada noiva ressoou em meus tímpanos.

—Graças a Deus! – Suspirei aliviado e virei-me para ela lhe enlaçando em um abraço apertado.

—Quero que fique com isso. – Nádia me estendeu um objeto de ouro.

—O que é? – Questionei enquanto analisava o artefato.

—É um besante, uma antiga moeda bizantina, é de família e vem nos trazendo sorte desde que meu bisavô a adquiriu, quero que fique com ela, tenho certeza que vai trazer sorte e irá assegurar que você volte para nós. – Acariciou a barriga ainda pequena.

—Farei o possível e o impossível para que isso termine logo, prometo voltar para vocês e assim que toda essa guerra chegar ao fim, iremos para um lugar longe. – Brinquei com a ponta de seus dedos.

—Eu amo você, Nikolai. – Fixou seus olhos verdes nos meus.

—Eu amo você, Nádia.

E nos abraçamos.