Simples...

Sinuoso...

Súbito, tal pensamento tornou-se dúvida, logo, cisma e, enfim, quase certeza: aqueles garotos sabiam mais do que aparentavam e tinham algo a ver com o monstro.

Olhos tão parecidos não poderia ser uma coincidência.

Angustiada, tropecei e derrubei algumas quinquilharias de alabastro de uma estante. Teria caído, mas consegui segurar na prateleira, aprumando-me e observando, com prazer, uma arma entre os cacos.

Abaixei, peguei a coisa e fiquei com ela um tempo sopesa nas mãos, sentindo o quanto era pesada; para destravá-la, verificar o pente e manuseando-a com uma habilidade que não sabia possuir.

Ao engatilhá-la, tive um flash que me fez cambalear: eu estava em uma sala, branca e acolchoada, tendo alguém a me observava como a um espécime; a visão não durou muito e logo voltei ao porão, no instante em que um grito cortou o silêncio.

Pensei em fugir, mas corri na direção do grupo, para encontrar os meninos sobre a pobre Um, ambos completamente sujos pelo sangue da mulher, enquanto Quatro não estava à vista.

— Miseráveis! — gritei, apontando a arma para os malditos, observando que me encaravam como se não entendessem minha atitude.

— Não tivemos escolha — o mais velho pronunciou com remorso, ou assim achei.