Nós escrita por Pat Black


Capítulo 13
Rebotalhos


Notas iniciais do capítulo

Originalmente, 246 palavras. Que sufoco para que só restassem as 200.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744077/chapter/13

 

Impensável...

Impossível...

Inimaginável.

Essa era a única forma de descrever o monstro. Como se ele fosse feito de rebotalhos das coisas vis do mundo, anátema de nossos medos, com o objetivo de excruciar nossa existência.

Fechei a porta, minha forma de sarpar o que aconteceu ao conspícuo e sisudo Dois. Virei, e o local parecia sem fim, coberto pela escuridão consentânea a nossa prisão.

Procurei meus companheiros: os irmãos estavam no canto, em estado de catáfora; Quatro — com sua idiossincrasia —, no chão, rosto enfiado nas mãos, tão abatido, que não cheguei a perguntar como nos encontrou. Já Um observava ao redor, enleada pelo ambiente.

Senti-me desquietar quando ela começou a vagar, sumindo nas sombras. Angustiada, tomei a sêmita atrás dela, mas acabei perdendo-a de vista.

Parei e funguei, o porão tinha um cheiro puxativo que incomodava. Aliado a isso, parecia que um sucateiro tinha decorado o lugar com estranhezas: um jeque, um besante, espelhos, um livro, que peguei.

Era de poemas, uma sextilha rabiscada na contracapa, dedicada a uma mulher: Greda.

Recordei a sala em que acordamos, com as paredes cobertas de nomes femininos; de ler serendipidade junto a porta e não gostar. Ao pensar nisso, acabei tendo uma ilação, quando lembrei-me do rosto do monstro e percebi que tinha o olhar plúmbeo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resolvi me desafiar a incluir todas as palavras do desafio usadas até esse momento, principalmente as que deixei de criar um capítulo porque não encaixavam, ou por outros motivos mais pessoais que me atrapalharam em algum momento.