Calmamente...

Cuidadosamente...

Cautelosamente, caminhamos pelos corredores escuros, com os garotos nos guiando — o mais velho, bem a contragosto —, até chegarmos a uma escadaria parcamente iluminada.

— É aqui — disse o menino, largando a mão da Um e agarrando-se ao irmão.

— Não consigo enxergar o fundo — falei, observando a escuridão abaixo.

— O que estamos esperando? — Quatro questionou e passou por nós, descendo apressado. Uma atitude totalmente contrária a tudo que tínhamos visto dele até então.

Um o seguiu prontamente, mas os meninos e Dois hesitaram; como eu, que estava enleada pelo medo e a dúvida.

— Por que você não quer descer? — perguntei, apontando para a escada, e o rapaz fixou seus olhos claros em mim, abriu a boca, depois a fechou em uma linha fina.

— Porque ela está lá — respondeu o menor.

— Ela?... Ela quem? — perguntei no mesmo instante em que uma sombra se projetou sobre nós, agarrou o Dois.

— Desçam, rápido! — gritei, empurrando-os pela escada e os seguindo, enquanto a coisa nos perseguia: veloz, rugindo, quase nos alcançando.

Terrificada, eu mal via o caminho, tentando descer os degraus sem cair; tudo ao nosso redor parecendo se movimentar, vibrar, rugir... Até que atravessamos uma porta e, quando olhei para trás, antes de fechá-la, percebi que ele não estava mais lá.