Por Eric Henry

Esperei o amiguinho de Dylan sair para voltar a atirar. Acertei um paspalho de raspão, mas foi só adrenalida. Eu deveria estar acertando mais. Acho que estou começando a perder interesse nisso.

Ele jogou uma cadeira na minha direção numa tentativa frustrada de me derrubar. Talvez porque eu esteja ferido e mais vulnerável. Não perdoei. Dei um tiro no seu rosto, que caiu duro no chão.

— Filho da puta. Ele me deixou mais enjoado do que estava.

Dylan e eu fomos atirando, com a intenção de acabar logo com aquilo. Foi quando matamos um outro aluno. 

Fiquei cansado, exausto. Minha única motivação é honrar o que estava escrito em minha pele:

A sociedade o sucumbiu, transformou-o num anátema;

Os hipócritas precisam pagar

Com sangue puro, vermelho em escarlate

À ordem, guerreiros, morram em combate

Chega de blasfêmia como uma trepanação

Numa cabeça instável, como uma prisão.

Caminhei vagarosamente, limpando o meu nariz que escorria sangue. Fiquei com a cabeça levantada quando Dylan veio me ver.

— Você está bem?

— Sim. Não preciso da sua compreensão. Afinal de contas vou colocar uma bala na minha boca quando tudo terminar. Eu me nego ser levado para a cadeira elétrica.

E me nego mesmo. Sou Eric, porra.