Por Paul Cantarelli

Reconheci os atiradores. Dylan mora perto de mim e já estudamos juntos, Eric de vem em quando conversava na lanchonete. Sempre fomos alvo de piadinhas dos esportistas. Talvez eu entenda o que estão fazendo.

Minha mãe sempre diz "O mundo é dos espertos. Eles nunca vestem uma mortalha cedo". Peguei esse conselho e resolvi colocá-lo em prática.

Caminhei para baixo de uma mesa perto do Eric quando ele me viu e apontou a arma. Claro que uma espingarda apontada na sua cara não é algo bonito de se ver.

— Quem é? Diz seu nome!

— Sou eu. Paul... Paul Cantarelli.

Eric me reconheceu, pois hesitou em puxar o gatilho. Chamou Dylan para decidir o que fazer comigo.

— O que  estão fazendo?

— Apenas matando pessoas — Dylan respondeu calmamente com uma semi-automática escorada no ombro.

O alarme de incêndio começou a tocar. Aquele ambiente que já estava aterrorizante ficou insuportável.

— Você vai me matar? — perguntei a Dylan na inocência.

— O quê?

— Vai me matar?!

Dylan ficou pensativo até me responder:

— Não, cara. Sai fora. Vai, cai fora!

Corri imediatamente para fora da biblioteca mesmo esquecendo a mochila. Vi a luz do sol na saída. Posso dizer que minha mãe estava certa.