O apartamento na George Street, era pequeno, mas aconchegante. Não demorou para Eugeni se entregar as atividades da cidade e conhecer novas pessoas. Conseguiu um trabalho como revisora no jornal da Universidade. Matriculou-se no curso de poesia e literatura e lia até tarde, acendendo uma candeia para não incomodar Tereza com a luz elétrica.

No primeiro dia de aula, Eugeni caminhava pelo campus da Universidade quando ouviu um “olhe a bola”. Ela parou, quando a bola passou próximo de seu rosto.

“Lamento, machucou?” Um homem correu ao seu encontro. “Posso levá-lo até a enfermaria.”

“Estou bem.” Eugeni passou a mão no nariz. “Não esperava essa recepção no primeiro dia.”

Ele riu.

“Estamos precisando de mais jogador.”

“Tenho aula daqui uma hora, além do mais, não sei nada sobre futebol.”

“Nada? Onde esteve nos últimos anos?” Ele gargalhou.

“No Brasil, estudei alguns anos em Paris e voltei para casa.”

“Oh! Entendo, um brasileiro.” Ele ajeitou o bigode e foi chamado pelo grupo que aguardavam. “Nos vemos depois…”

“Meu nome é Eugeni Bastos.” Ela falou.

“Jones, Peter Jones.” Após um aceno, ele correu chutando a bola.

Eugeni seguiu-o com o olhar, até recordar-se da aula que assistiria.