Nova Terra escrita por Arymura


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Um novo dia amanhece, Chakotay está preparando os itens para o piquenique. Kathryn acorda e decide ficar um pouco mais na cama, não ter preocupações com horários e turnos a faz querer relaxar um pouco mais. Um odor peculiar começa a invadir o seu quarto, um cheiro que ela achava que nunca mais iria sentir. Kathryn pega seu roupão e vai até a porta da cozinha.

 

—Bom dia Kathryn — fala Chakotay ainda de costas.— Eu tentei fazer uma surpresa, mas acho que falhei.

 

— Eu reconheceria este cheiro a anos-luz de distância. —Kathryn se senta à mesa e, com o olhar de um cachorro pedindo carinho, implora: —Eu posso experimentar um pouco?

 

—Era só para o nosso piquenique, mas tome um pouco. — Chakotay entrega uma xícara cheia a Kathryn.

 

— Como você conseguiu esse café?

 

— Eu pedi a Tuvok que colocasse ele nos itens que nos enviaram, assim se você esquecesse não ficaria sem. Hoje,mexendo em algumas caixas,eu os encontrei.

 

Kathryn bebe um gole, um misto de felicidade e euforia corre pelo seu corpo. Ela sempre gostou de café, mas esse era um dos últimos cafés não sintetizados que beberia pelo resto de sua vida, sendo assim, cada gole era especial e único.

 

— Quando terminar, podemos ir, nossa cesta já está pronta! — Chakotay apressa Kathryn.

 

Kathryn termina sua xícara e vai até seu quarto trocar de roupa. Neste meio tempo, ela pensa que nunca fez um piquenique com Mark, sempre estavam tão ocupados que não sobrava tempo.E agora nunca mais terão tempo para isso.

 

Após se arrumar, ela encontra Chakotay já do lado de fora da casa.

 

— Você está linda, Kathryn — ele balbucia as palavras.

 

Kathryn cora. Os dois seguem pela trilha em direção ao lago, quando Kathryn diz:  

— Esse lugar lembra tanto a Terra, que não estranharia encontrar alguns coelhos correndo por aí.

 

— Seria ótimo, teríamos um bom jantar.

 

Kathryn ri.

 

—De fato, mas eu me contentaria até com uma galinha ou um peixe.

 

Os dois começam a rir e logo chegam até o lago. Kathryn estende um lençol na grama improvisando uma toalha, enquanto Chakotay abre a cesta e arruma o café da manhã.

 

— Não é muita coisa, mas pelo menos podemos aproveitar a paisagem— ele argumenta.

 

— Tudo está ótimo! — retruca Kathryn, já se servindo de outra xícara de café.

 

Os dois tomam café da manhã conversando sobre a estufa e sobre quem sabe, talvez um dia, construir um barco. Após o café ambos se deitam sobre a toalha, e olhando para o céu Chakotay diz:

 

— Kathryn, estive pensando que eu nunca me senti tão bem quanto agora, ao seu lado — ele diz de supetão.

 

Kathryn fica em silêncio sem saber o que dizer. Ela também se sente muito bem ao lado dele, mesmo distante de casa, de sua nave e tripulação. Há algo em Chakotay que a conforta e a faz querer ficar perto, mas neste momento ela não sabe como dizer o que sente. Kathryn vira-se para Chakotay olha em seus olhos e pensa:

 

Já estamos há tanto tempo aqui. Eu sei que aqui nossas patentes não valem nada, mas ele é meu comandante! Nós não podemos ter nada, mas eu me sinto tão bem ao seu lado... Não posso ter me apaixonado...

 

— Eu não sei como seria se você não estivesse aqui —Chakotay continua a falar.— Este local isolado é muito mais bonito com você junto a mim.

 

Kathryn continua olhando fixamente para Chakotay sem dizer uma palavra. Seu coração bate forte. Chakotay coloca uma de suas mãos no rosto dela.

 

Kathryn fecha seus olhos e diz:

 

—Eu... eu também gosto de estar com você, mesmo distante do resto do universo — ela murmura, enquanto Chakotay desliza a mão para o pescoço dela.

 

— Kathryn, eu...

 

— Por favor, não diga mais nada. – Kathryn põe a mão nos lábios de Chakotay.

 

Chakotay segura à mão de Kathryn, tirando-a de sua boca, ela estava fria e tentava não tremer.

 

— Eu estou apaixonado por você — diz Chakotay —, não há nada que eu possa fazer contra isso. Todo esse tempo naquela nave eu admirei sua força e seus princípios. E mesmo sendo tão forte, você nunca deixou de amparar qualquer um dos tripulantes daquela nave,fossem eles da federação ou maquis. E aqui conheci uma Kathryn um pouco diferente, sem todas as responsabilidades de capitão, uma mulher doce e ainda assim forte, com todas as qualidades que eu sempre admirei. E foi aí que tive a confirmação que não apaixonei pela capitão Janeway, e sim pela Kathryn.

 

Kathryn abre os olhos e respira fundo.

 

— Chakotay,nós não podemos...

 

Chakotay a beija, seus lábios apertam os de Kathryn, ela não oferece resistência e retribuiu o beijo, solta seu corpo no chão ainda com os lábios unidos aos dele. Após o beijo os dois passam um longo tempo se olhando, tentando descobrir o que fazer.

 

Eu achei que nunca mais sentiria o amor de um homem — Kathryn pensa.

 

Chakotay torna a beijá-la, suas mãos deslizam pelo pescoço dela, eles rolam pelo chão sem pensar em mais nada.

 

O céu escurece e uma nova tempestade se forma.  Kathryn e Chakotay, perdidos entre carícias, não percebem o perigo a sua volta, e uma ventania forte e arredia começa a se formar. Tudo que estava sobre a toalha de piquenique começa a ser lançado pelos ares, só assim Chakotay percebe o que está acontecendo.

 

—Kathryn, veja o tempo! Acho que teremos outra tempestade. Precisamos ir para casa.

 

Chakotay levanta rapidamente, dá a mão a Kathryn e a ajuda se levantar. Os dois correm pela mata, os trovões se tornam ensurdecedores.

 

Perto da saída da floresta, uma árvore recebe um raio e cai bloqueando o caminho. Kathryn consegue passar antes da árvore cair, mas Chakotay não. Ao tentar passar por cima do tronco da árvore,ele fere sua perna num galho. Kathryn o auxilia até chegar a casa, em segurança.

 

— Está doendo muito? —Kathryn limpa o ferimento com um pouco de água, havia muito sangue misturado a pequenas lascas de madeiras. Enquanto ela limpa, Chakotay finge não sentir dor.

 

— Eu estou bem. —Chakotay tenta se levantar e cai sentado novamente.

 

— Não se mexa, eu vou cuidar desse machucado. Seria tudo mais fácil com o Doutor aqui, ele resolveria isso em um minuto!— Kathryn rasga um pedaço do seu vestido e faz um torniquete.

 

A tempestade piora do lado de fora da casa, Kathryn ajuda Chakotay a deitar em sua cama.

 

— Você precisa descansar para ficar bem, durma um pouco — diz Kathryn preocupada com o ferimento, depois se levanta, mas Chakotay a segura pela mão.

 

— Fique aqui comigo, por favor, esta tempestade parece-me mais destruidora que as outras. Talvez seja melhor ficarmos juntos?

 

— Só por isso você quer que eu fique? — responde Kathryn, sentando-se novamente na cama.

 

— Claro que não, mas eu precisava te convencer de alguma forma. — Chakotay ri da situação, um pouco envergonhado.

 

Kathryn se aproxima de Chakotay e toca seu rosto.

 

—Então me diga... Por qual razão você quer que eu fique? — Kathryn solta seus cabelos.

 

— Porque eu quero que esta noite você saiba o quanto eu a amo —diz Chakotay enquanto a beija.


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