Um Livro Contraditório Sobre Absolutamente Nada escrita por Naka Matsu


Capítulo 2
La Danse au Moulin-Rouge


Notas iniciais do capítulo

Inspirada pela obra de Henri de Toulouse-Lautrec, tentei transformá-la em letra da melhor maneira possível. Espero que, de alguma maneira, em meio à prosa - você a veja.



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    Tudo à tua volta, dança.

    O amor? Ele dança.

    E sinceramente, não se importa em quem vai esbarrar; Pernas acima, chutes ao ar! Ah, em Paris, aquilo, aquilo era o Cancan. Você está ouvindo, certo? Bem ao fundo? 

    É por isso que a paixão dança, também. Por mais que... Não se saiba, exatamente, que tipo de noite é esta, (fria, ou quente), é impossível não se deixar levar pelo calor do momento. 

     E no meio de tudo isso, tem uma jovem. Eu sei que você não a vê, mas tente sentir a euforia dela. Seus cabelos ondulados já se desprenderam há muito... ela não tem tempo para arrumar um detalhe desses. Na verdade... ela não tem tempo para mais nada. Já não é, porém, uma questão de guiar o corpo, e sim de que a música te guie o corpo. "Il faut vouloir vivre et savoir mourir."; Já ouviu essa frase?

     Não?

     Eu te conto mais tarde.

     Agora, eu quero teu foco. Nela. Henri de Tolouse-Lautrec não me surpreende que tenha feito o mesmo ao pintar está canção, porque ela, ali no meio, chama mais atenção pela risada que pelo narizinho arrebitado. Não é arrogante, apenas linda, apenas jovem, queimando por dentro. Ela conhece os limites como a palma da mão, e por isso os ultrapassa. Não disfarça nem finge, é toda pureza sem ser virgem, toda verdade sem nem dizer nada. 

     Poderia dizer que sinto inveja, mas seria um pecado querer para si o que se encaixa tão bem onde está. É uma pena que você não possa se juntar a ela, ou a mim, como mais uma linda Mademoiselle, mais um elegante Monsieur. Com os babados ou a cartola bem a postos... não que, aqui, com tanta alegria, isso importe.

     O que eu disse mais cedo, posso explicar. "É preciso... desejar viver, e... saber morrer." Parece um pouco desconexo agora, mas para mim, não é, nem um pouco. Não há qualquer dúvida sobre a vida em uma pista, com tantos corações batucando juntos. Se eu me fosse esta noite, eu saberia para onde vou.

     Não precisaria nem de um sentido.

     Porque eu teria sorrido.

     Sorrido mais vezes do que aguentam meus lábios. 

     E ao amor, eu agradeceria;

 

     Merci.

 


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Notas finais do capítulo

Muito, muito obrigada por chegar até aqui.
Se você gostou, novamente, agradeço demais;
e quero que saiba que teu comentário vai me trazer muita felicidade e incentivo daqui para a frente.
Até a próxima!



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