Conluio escrita por Lina Limao


Capítulo 5
Capítulo 5




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Era estranho ficar enfurnada no castelo em um dia tão bonito como aquele.

Gina sabia que devia aproveitar melhor os dias quentes, pois não iria demorar muito para que o inverno chegasse. E, particularmente, gostava mais do calor. Não era muito fã de ter que ficar se cobrindo com blusas e toucas para suportar o frio.

Mas não estava com muita vontade de dar as caras no jardim aquela manhã. Já não bastasse o treino de quadribol que teria mais tarde, ainda havia prometido a Luna que iria com ela alimentar os testrálios. Tudo bem que Gina não conseguia vê-los, mas o que não fazia pela amiga?

Luna, atualmente, era a pessoa com quem tinha mais contato no castelo. Ao contrário de Hermione, era sonhadora e acreditava nas coisas com base em sua fé inesgotável e inabalável. Não havia dado científico que pudesse enfiar alguma coisa em sua cabeça se ela resolvesse que não era verdade.

Por algum motivo, Gina gostava e admirava isso. Talvez fosse por que, em seu íntimo achasse que era corajoso da parte de Luna se assumir como era e não viver de aparências para conseguir agradar a gregos e troianos. Ou, talvez, por que era divertido conversar com ela, especialmente quando estava atordoada.

A Lovegood sabia muito bem como entreter a cabeça de alguém que não está afim de pensar em nada, falando sobre animais que só ela via ou sobre algum ensinamento que sua mãe havia lhe transmitido antes que morresse fazendo algum invento maluco que nem a própria Luna sabia a que se referia.

Atualmente Luna havia recebido autorização da professora Minerva para narrar alguns jogos de quadribol. E era muito engraçado, pois ela sempre se confundia e acabava até esquecendo o nome de alguns jogadores, inclusive o de Gina.

De toda forma, era muito melhor andar por aí com ela do que ficar ouvindo sempre sobre a mesma coisa, que era o que acontecia quando estava com Harry, Rony e Hermione. Parecia que a vida deles girava em torno de Você-sabe-quem. Tudo, absolutamente em todos os momentos curvava-se para esse irritante assunto. E Gina já estava bem de saco cheio disso.

Primeiro por que essa era a desculpa que os três arranjavam para sair por aí se sentindo maduros e imprescindíveis, pois enquanto os outros alunos se preocupavam em tirar boas notas nas provas, eles batiam perna em busca de profecias, pistas e quaisquer outras coisas que os guiasse até Você-sabe-quem. Era como se dissessem “nossa, vocês são tão fúteis. Olha que coisa mais interessante estamos descobrindo aqui!

E realmente era importante que descobrissem as coisas. Mas por Merlin, como era chato!

Inclusive, já devia fazer uns quatro dias que não tinha notícias dos três. A última vez que falara com Rony foi quando discutiram sobre seu relacionamento com a nojenta da Lilá Brown, que ficava ronronando por aí enquanto Hermione assistia melancolicamente, chorando pelos cantos.

Quer dizer, não era contra o relacionamento de Rony com Lilá, até por que as duas dividiam dormitório há muito tempo e sabia que ela não era uma pessoa ruim. Porém tudo precisa ter limites, certo?

Mas a discussão com Rony acabou sendo tão acalorada que ela se irritou e puxou suas orelhas, em uma tentativa de não puxar sua varinha e fazê-lo ficar cuspindo lesmas por uns dias, como já havia acontecido anteriormente.

Porém, o real motivo de estar debruçada no ferro de uma das enormes janelas da torre de astronomia àquela hora da manhã é que queria localizar o Malfoy. Estava cansada de ficar indo atrás dele para conversar e tentar colocar algum juízo em sua cabeça, então decidiu que ia esperar até que ele a procurasse.

Nessa brincadeira de orgulho ferido, já havia se passado dez dias e nada! Absolutamente nem sinal de que aquele garoto fresco queria falar alguma coisa. E Gina supôs que não conseguiria sustentar aquela situação por muito mais tempo, especialmente por não ter sido específica na quantidade de tempo a mais que precisava.

Começou a se questionar se havia mesmo sido uma boa ideia ter escondido aquilo do trio maravilha. Talvez fosse melhor deixá-los sabendo que havia uma situação bem intensa programada para acontecer. Só que, por mais que Gina soubesse do que ia ocorrer, não parecia muito convencida.

Quer dizer, sabia que os comensais iam atacar a escola através daqueles armários sumidouros na Sala Precisa, mas colocando desta forma parecia um pouco suicida. Será que o próprio Você-sabe-quem viria também? Por que não via muita possibilidade de sucesso nesse plano sem vergonha que eles haviam bolado.

Gina coçou a cabeça e suspirou. Hermione com certeza saberia ver alguma coisa que ela não conseguia. Talvez a resposta fosse um pouco mais óbvia do que o que a Weasley pudesse prever. O fato é que nada daquilo fazia muito sentido e, se não fosse tão orgulhosa, já teria contado e se abstido daquele problema que não era dela.

Pensou por diversas vezes em entrar na Sala Precisa antes que o Malfoy e quebrar os armários. O que ele iria fazer? Será que isso atrasaria mesmo os planos dos comensais? Ou será que, uma vez que já começava a entender como aquele treco funcionava, não seria difícil de arrumá-lo novamente? Talvez se ela sumisse com o armário o problema fosse resolvido.

Mas como iria sair com aquele bagulho pelo castelo até a sala comunal da grifinória sem que ninguém a visse? Pior, e se o negócio começasse a funcionar sozinho e os comensais entrassem em seu dormitório para lhe dar boa noite?

Mas que droga, Malfoy” pensou enquanto brincava de enrolar os próprios cabelos e procurava por ele atentamente. Infelizmente o garoto não estava em lugar nenhum do jardim e Gina temeu pelo tipo de coisas que ele poderia estar fazendo naquele momento. Suas esperanças de que aquele plano fosse dar certo, lentamente iam pelo ralo.

Cansada de encarar a vista estonteante de lá de cima, que lhe permitia ver além das terras do castelo, diretamente para um horizonte incrível que despertava com o sol que nascera há pouco tempo, a Weasley decidiu que já estava na hora de se preparar para as primeiras aulas. Quando se virou de costas para a janela, escorando-se no ferro e mirando o início da escada de caracol, levou um baita susto e por pouco não virou para trás.

Deu de cara com o Malfoy, que se mantinha sentado na beira da escada, escorado na parede, completamente vestido de preto, lhe encarando sem muito ânimo. Porém viu um traço de sorriso cínico quando ele reparou no susto que Gina tinha tomado.

Ela levou uma das mãos ao coração e respirou ofegante, olhando para ele muito brava, perdendo rapidamente a feição de susto para uma bem irritada.

— Malfoy!

Exclamou batendo o pé no chão com força e marchando até ele, que ficou de pé e começou a limpar sua calça por ter se sentado na escada. Porém, Malfoy não conseguia esconder a graça que havia achado no susto da menina.

— Que susto eim, Weasley? Está aprontando alguma coisa?

Perguntou já sabendo que ela devia estar lá, empoleirada na janela feito uma coruja, para tentar localizá-lo em alguma parte do castelo. Nem deve ter passado por aquele cérebro Weasley que seu alvo estava mais próximo do que imaginava.

— Não! Só não esperava você aí, atrás de mim.

Gina ficou encarando o Malfoy com um olhar que ela julgava ser ameaçador. Perguntava-se há quanto tempo aquele moleque insuportável estava ali, olhando para ela, e por que raio de motivo não anunciava sua presença como uma pessoa normal.

— Você que costuma ficar seguindo os outros, certo?

Draco sorriu satisfeito quando percebeu que Gina estava ganhando uma excelente cara de poucos amigos, vermelha como um tomate. Como já havia constatado antes, provocá-la e irritá-la era uma de suas poucas diversões aqueles tempos.

A melhor parte é que, como a Weasley tinha interesse em convencê-lo a não colaborar com Voldemort, andava engolindo algumas gracinhas por pura conveniência, mas Draco não acreditava que esse bom humor ia perdurar se ele começasse a lhe irritar muito no mesmo minuto.

— Você estava me seguindo então?

— Eu? Não. Por enquanto não. Achei estranho não ouvir você tagarelando no café da manhã, então te vi passando com toda a pressa do mundo para cá e vim ver o que está tramando.

Gina arqueou as sobrancelhas e soltou uma risada nervosa, apoiando as mãos no parapeito da janela e inclinando a cabeça para o lado. “Parece que o jogo virou, não é mesmo? ” Ela pensou divertida, aliviando um pouco a raiva que estava começando a dominá-la há pouco.

— O que você quer de verdade?

Malfoy ficou encarando Gina sem desviar o olhar. Muito lhe surpreendeu que ela percebesse não ser apenas este o motivo que o fez procura-la aquela manhã, porém não quis demonstrar que a Weasley havia lhe encurralando moralmente aquele instante. Então a encarou com um pouco de seriedade, mas não soube muito bem por onde começar.

 — Você pensou no que eu te disse aquele dia, não foi?

Draco coçou a cabeça e umedeceu os lábios enquanto a Weasley não conseguia prender uma risadinha. Ficou imaginando o confronto mental que o Malfoy devia estar enfrentando e não pôde deixar de achar graça. A possibilidade de conseguir dobrá-lo para impedir os planos de Você-sabe-quem começou a fazer seu coração acelerar.

— Olha, pensar é uma palavra muito forte. Vamos dizer que eu... escutei você falando para depois tirar minhas próprias conclusões...

— Você pensou.

Gina concluiu, parecendo não prestar atenção nas desculpas esfarrapadas que o Malfoy emendava em suas frases. O loiro arregalou os olhos e quase gaguejou, erguendo o dedo indicador na direção dela, tentando baixar um pouco a bola da Weasley.

— Entretanto, achei que você estava querendo me enrolar e decidi que não ia te dar ouvidos.

O sorriso que habitava os lábios de Gina morreu quase que instantaneamente. Ela bufou e apoiou uma das mãos na têmpora, cobrindo o lado esquerdo de seu rosto com os dedos. “Mas é um cretino mesmo”, pensou tentando manter sua paciência elevada. Por fim, uniu sua boa vontade restante e formulou uma frase.

— Para que eu iria querer te enrolar?

— Para que você iria querer me ajudar?

Gina bufou e deixou a cabeça pender para trás, murmurando um palavrão que Draco não conseguiu compreender. Ela passou a mão direita pelo rosto de forma lenta e pesada, fazendo com que suas pálpebras inferiores se esticassem, em uma clássica expressão de impaciência.

— Para que você não deixe que Voldemort destrua minha escola e mate meus amigos. É motivo suficiente?

Perguntou mais exasperada, sem tentar soar simpática. Honestamente, aquele jogo de ficar tentando ser boa e convencê-lo por bem, estava ficando bem estressante e Gina não tinha certeza de quanto tempo ia levar para que se irritasse de verdade e metesse a mão naquela cara pálida do Malfoy.

Não culpava Hermione por ter dado um belo soco na cara de Draco quando teve a chance. Ele conseguia tirar qualquer um do sério com aquela cara irônica e as respostas na ponta da língua. Por Merlin! 

— Sei lá, né? Cada um tem prioridades diferentes...

Draco se divertia cada vez mais ao ver o quão nervosa Gina estava ficando e lutava para conseguir atingir seu limite. Queria vê-la explodir, nunca havia conseguido a proeza de tirá-la do sério como conseguia com Rony. Aquela Weasley era mais bocuda, mais respondona, e certamente estar tentando se controlar criaria uma úlcera nela mais tarde.

— Bom, se você chegou à essa conclusão, o que faz aqui agora? Só veio mesmo me dizer que o tempo acabou?

Gina já estava sem paciência. Ficou brava a ponto de não ligar mais tanto assim para o lado que o Malfoy fosse decidir ajudar. Dependendo da resposta que ele lhe desse, estava prontinha para descer as escadas e larga-lo falando sozinho.

— Mais ou menos.

Draco se aproximou dela um pouco receoso e desgostoso, pois sua chance de irritá-la de verdade acabava de ir por água abaixo. A expressão furiosa do rosto de Gina se amenizou um pouco ao tentar compreender o que ele queria dizer com aquilo.

O Malfoy tirou um pequeno pedaço de pergaminho do bolso de sua calça e estendeu para Gina, que ficou olhando como se aquilo fosse uma barata intergaláctica voadora prestes a lhe atacar. Draco sacudiu a mão lentamente na frente do nariz dela, erguendo as sobrancelhas.

— Pega. Você sabe ler, né?

Gina apertou os olhos para fulmina-lo e puxou o pergaminho com força, se arrependendo em seguida com medo de rasgar. Havia uma mensagem escrita, mas a caligrafia era tão ruim que ela forçou a vista, tentando desvendar.

— Mas que merda...

Balbuciou enquanto inclinava o rosto para tentar ler. Quando conseguiu ver que era uma ameaça de Você-sabe-quem para Draco, avisando que iria acabar com a sanidade de Narcisa Malfoy caso ele falhasse ou desistisse do planejado, Gina soltou uma exclamação.

Por ímpeto, amassou o pergaminho em seus dedos e ficou encarando Draco sem saber o que dizer e o que fazer. Porém, também não conseguia decifrar o que aquele menino pretendia ao lhe mostrar aquela ameaça. Será que era assim que ele lhe diria que não ia ajuda-la por motivos de força maior?

Estava quase ficando maluca com aquele silêncio, encarando Draco que se mostrava ilegível, até que arfou e umedeceu os lábios, deixando o olhar cair para os próprios pés.

Entreabriu os lábios, pronta para dizer que compreendia os motivos de Malfoy desistir, quando ele soltou uma risada curta e colocou as mãos nos bolsos, olhando para o lado e fitando a vista estonteante que Gina passara a manhã toda observando.

— Acho que você tinha razão, Weasley. Acho que tem uma salvação dançando bem na minha frente e estou teimando para não vê-la.

Gina ergueu de supetão os olhos para Draco, que não parecia interessado em lhe encarar de volta. Por um momento pensou estar alucinando. Será que ele iria dizer o que ela pensava que iria?

— Mas estou vendo agora. E aí, o que você me sugere?

Ao ouvir as últimas palavras proferidas, Gina deu um meio sorriso e mordeu os lábios em seguida, olhando para o Malfoy sem acreditar no que acabara de escutar. Por Merlin, será que ele... será que estava concordando?

— Está dizendo que... vai me deixar te ajudar?

Perguntou receosa, sem saber se era exatamente isso que o Malfoy queria dizer. Mas ele bufou, girando os olhos e parando de encarar a bela vista para lhe lançar um olhar atravessado e soltar uma frase irônica.

— Uau, você não tem problemas de entendimento. Ponto para a Weasley.

Gina queria saltitar e dar pulinhos. Ficou tão feliz que não ligou para a arrogância do Malfoy e nem para sua frase ácida. Sozinha ela havia conseguido convencer o moleque mais insuportável de Hogwarts a tomar uma atitude! Queria poder olhar para Harry, Rony e Hermione agora e gritar um alto e sonoro “Chupa!

Mas estava feliz mesmo era por certificar-se de que não ia ver Hogwarts ruir na mão de comensais e que seus amigos teriam uma chance maravilhosa de combate-los! Isso era tão incrível que se a Gina do futuro voltasse no tempo para seu primeiro ano e lhe contasse que faria isso, certamente não acreditaria.

Porém, também ficou feliz por constatar que o semblante de Draco estava bem melhor que quando o viu na Sala Precisa, pela primeira vez. Parecia um pouco menos perturbado e levemente confiante de que as coisas iriam dar certo. Num impulso, Gina estendeu a mão e tocou o ombro do Malfoy de maneira a tentar lhe transmitir alguma confiança. Mas o garoto torceu o nariz e recuou um passo, limpando uma sujeira imaginária de seu braço.

— Credo, sai Weasley! Se soubesse que ia reagir assim teria lhe enviado uma coruja com a notícia.

Gina puxou a mão de volta para o corpo, um pouco ofendida, mas sem deixar-se desanimar. Não havia como ficar brava ou ranzinza naquele instante. Estava esperançosa de que agora tudo ia dar certo! Tinha que dar!

Draco, por sua vez, estava contente com o belo resultado que obtivera ao falar com a Weasley. Não queria que tudo aquilo saísse de forma que parecesse que a menina estava lhe fazendo um favor, muito pelo contrário, ele que estava ajudando-a com informações privilegiadas, certo? Ao menos era assim que o Malfoy gostava de ver as coisas.   

— Você não vai se arrepender, Malfoy! Vamos dar um jeito de tirar você dessa enrascada.

Gina estava confiante, quase saltitante. E aquela animação toda vinda de uma Weasley era novidade para Draco, que teve que se segurar para não rir.

— Então, fada da alegria, espero que este “vamos” mal-empregado na sua frase se refira a nós dois, certo? Ou estamos nos referindo aquele povo grifinório chato que você chama de amigos?

E então Gina mordeu o lábio. Na verdade, não sabia bem como ia ajudar Malfoy. Mas ficou feliz por ele fazer questão de não a incluir na categoria de “chata”, a qual colocava seus amigos (que, naquele momento, estava achando muito chatos também, pois não lhe davam a menor valorização!)

— Não sei, Malfoy. Não sei como vamos fazer, mas sei que vamos! Quanto tempo ainda temos?

— Tempo?

Draco perguntou arqueando as sobrancelhas em uma expressão de desdém. Nem mesmo ele tinha a resposta para aquela pergunta. E achou melhor contar a verdade para a Weasley.

— Não sei, Weasley. Tempo vale mais que galeões para Voldemort. O dia em que um passarinho chegar vivo naqueles armários será o fim do prazo.

— E você não pode mentir que o passarinho morreu?

Draco engoliu seco e a encarou, com a grosseria pronta. Porém, decidiu que já havia perturbado demais aquela menina vermelha e amenizou a má resposta que elaborara.

— Depende. Você tem coragem de matar o bicho? Por que sempre que me mandam alguma coisa, eu meio que preciso devolver...

Gina assentiu e começou a andar em círculos pela torre de astronomia. Draco achou engraçada a preocupação dela, mas concluiu que era melhor não falar nada. Os sapatinhos da Weasley faziam um barulho chato enquanto caminhava, porém, o Malfoy preferiu deixar para fazer uma observação malvada em outra ocasião.

— Queria poder contar para Hermione, ela certamente saberia...

— A sangue-ruim? Ah, aí você já está exigindo demais, Weasley. Confiar em você até que vai, mas nela?

Gina suspirou e largou os braços ao lado do corpo.

— Não vai ser fácil aguentar você se continuar falando assim das pessoas.

— Ei, eu disse que topava deixar você pensar em alguma coisa, não que ia me transformar em uma pessoa bondosa e fazer caridades por aí privilegiando a Granger com a minha presença, e...

Draco ergueu as mãos para dar mais dramaticidade aos seus argumentos e Gina abaixou a cabeça, sacudindo os braços como um boneco de posto de gasolina fazendo-o calar a boca no mesmo momento.

— Tá, tá, ok, ok! E se só eu falar com ela? Você não precisa estar lá!

O loiro se aproximou dela e cruzou os braços, baixando a vista para poder encará-la direito de maneira impassível. Gina arfou ao ver que ele iria tornar tudo bem difícil. Será que não conseguia simplesmente entender que os Weasley eram famosos por esperteza e não inteligência?  

— Vou confiar em você, Weasley, em mais nenhum dos seus amigos idiotas. Quero que isso fique bem claro. Não vou seguir nada que eles disserem, vou ouvir o que você disser por que me comprometi com você. Isto está bem claro?

Gina assentiu levemente e abriu a boca para debater.

— Mas...

— Você quer o maldito trato ou não?!

Não era da índole de Gina mentir. Não gostava de enganar as pessoas e muito menos tirar vantagem de alguém. Mas, por outro lado, não podia simplesmente perder a oportunidade de ouro de salvar Hogwarts por causa de um orgulho besta vindo do Malfoy.

Pensou rápido e decidiu que ia falar com Hermione sim, quisesse ele ou não. Afinal de contas, não se comprometeu a dar relatórios diários para aquele insuportável, certo? Então concordou com a imposição dele, mesmo que não fosse cumprir o que prometia.

— Tudo bem, será como você quer. Seremos só nós dois. A propósito, como vamos fazer para conversar sem que ninguém veja?

Draco ergueu uma das sobrancelhas, ainda irritado com a hipótese de ter que aturar a Granger, e suspirou com a pergunta da Weasley. Ainda não havia pensado nisso, mas não tinha a menor vontade de ficar se escondendo com ela por aí.

— Nos encontramos aqui amanhã no mesmo horário. Vou tentar pensar em algum lugar e você tente dar um começo a este plano.

Gina torceu o nariz e cruzou os braços. Não gostou de receber ordens do Malfoy e quis deixar bem claro, ao que ele respondeu com um sorrisinho cínico, virando-se de costas e indo na direção das escadas.  

— E se você precisar falar comigo?

A ruiva perguntou. Draco já estava quase saindo da torre de astronomia, quando respondeu.

— Não se preocupe com isso, não irei precisar falar com você.

Então Gina amassou ainda mais o pergaminho que estava em sua mão, soltando um grunhido de indignação, já não tão feliz assim com aquele trato que conseguira. Aturar Malfoy não seria nada fácil.


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