Akai Ito: A historia do globo de Neve escrita por Dany Pirote


Capítulo 2
Capítulo 01




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Nunca me dei conta de como o mundo é um lugar grande, que todos os dias passamos pelos mesmos lugares, nos mesmos horários e vemos as mesmas pessoas, mas nunca as vemos de verdade... Nunca estamos realmente ali... Sempre estamos em um mundo só nosso... Onde ninguém pode nos alcançar...

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         Era um dos dias mais frios de Julho, o sol se escondia por de trás da neblina da manhã e eu estava atrasada. Dificilmente me atrasava, mas hoje fora diferente.

       O metro estava cheio como de costume e passar pelas pessoas não era uma missão fácil, todos me empurravam de um lado para o outro, até parecia coisa de liquidação em época de natal. Nada demais não é?

       Apressei-me ainda mais ao avistar meu trem que já estava de partida, normalmente eu entrava nele e ficava uns segundos esperando sua partida, mas agora estava atrasada e não podia chegar tarde, Carlos não tolerava atrasos da parte de seus funcionários. Mas com o movimento das pessoas no vagão eu perdi o equilíbrio e quase cai.

     - Desculpe! – falei para o rapaz que estava encostado perto da porta, se não fosse por ele possivelmente eu teria chegado ao chão.

      Ele apenas sorriu em resposta e pude jurar que o vi corar levemente. Sabia! Garotos também sentiam vergonha então?

       Acomodei-me mais para o meio do vagão, não queria correr mais riscos ficando próxima da porta.

      Então eu o observei, ele era pouco mais alto que eu, seus cabelos negros estavam levemente bagunçados... Ele parecia perdido em pensamentos ao olhar o senário além da janela. Pensando bem eu nunca o tinha notado até esse momento quando esbarrei nele.

       Assim que chegou minha parada eu passei novamente por ele e podia jurar que ele estava me encarando com um sorriso nos lábios.

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       Depois de mais de oito horas em pé andando pra cima e pra baixo dentro da loja não havia nada melhor do que chegar em casa e tomar um belo banho. Eu morava em dos bairros perto do centro da cidade, então não era tão longe da estação de metro levava em media uns dez minutos para chegar lá. Meu pai passava a maior parte do tempo fora de casa por conta do trabalho, ele era um advogado de uma das empresas que dominavam a cidade e por isso ele vivia viajando, então passávamos a maior parte do tempo: eu, a mamãe e a Sabrina, minha irmão caçula. Sabrina havia feito onze anos a umas duas semanas atrás e agora se achava a senhorita adolescente e isso irritada profundamente minha mãe que vivia dizendo que em meus vinte anos de vida nunca havia dado tanto trabalho quanto ela em seus onze.

       - Sthefany venha comer! – minha mãe gritou do piso de baixo – Sua irmã já esta colocando os pratos a mesa!

       Mamãe tinha esse costume, todas as refeições deviam ser feitas na mesa e nunca na frente da televisão.

        - Já estou indo! – gritei enquanto fechava meu notebook.

        Assim que lavei as mãos me dirigi à mesa.

        - E como foi o dia? – perguntou durante a refeição.

        - Foi bom. – respondi distraída com a salada.

        - O meu também foi bom, mas eu tenho um trabalho para fazer essa semana e preciso que alguém me leve à biblioteca municipal. – disse minha irmã fazendo careta para a salada dela.

      - Porque não vai sozinha? – disse tom de provocação.

      - Você sabe porque. – disse ríspida – Não posso ficar na biblioteca sozinha depois das sete horas. Tenho onze.

      Mamãe nos observou por um momento e com aquele olhar esperançoso falou o que eu temia:

     - Sthefany você não pode levar ela depois do trabalho?

     Encarei-a boquiaberta, ela sabia que eu não negava nada pra ela.

     - Tudo bem, mas oito horas eu volto pra casa, também tenho as minhas coisas para fazer. – disse derrotada.

    - Yes! – falou Sabrina em tom de vitória – Nós iremos depois de amanhã então! – Sim... Essa garota sabia como acabar de vez com o meu dia...


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