A Sky Full of Stars escrita por pnsyparkinson
2018 - Londres.
"Haverá um momento, querida, em que você vai encontrar alguém capaz de completar sua felicidade de forma genuína. A pessoa que será seu ponto de partida e ponto final, assim como seu pai é para mim"
"Mamãe, você sabe que não vou me amarrar em ninguém, certo?"
"Dora, o destino muitas vezes nos prega peças e o coração mais que satisfeito acaba conspirando com ele. Não seja dura consigo mesma e se deixe viver, meu amor"
"Chega de papo careta, mãe"
"Quando você estiver por aí de mãos dadas com seu namorado ou namorada, vou contar a ele ou ela sobre essa conversa e principalmente sobre essa expressão de nojo no seu rosto"
A garota sentia suas bochechas doerem e seus olhos nublados devido as lágrimas acumuladas pela risada incessante. Remus estava coberto de poeira e tudo que Dora conseguia fazer no momento era rir. Seu noivo lhe encarava de forma emburrada, com um beicinho nos lábios finos.
Era o dia em que finalmente iriam se mudar para o apartamento conjunto dos dois, até mesmo Padfoot estava ansioso para aquela ocasião, saltitando entre o casal e mordendo a mobília recém adquirida. Não havia sido fácil para a mulher de cabelos cor-de-rosa se desfazer da antiga casa, já que viveu boa parte de sua vida lá e as memórias presentes naquele enorme casarão lhe faziam se sentir confortável, porém ela sabia que recomeçar outra vez seria necessário e dar aquele passo tão grande com alguém que ela realmente amava era o certo a se fazer.
Haviam se passado dois anos desde que Remus entrou na sua vida de uma forma extremamente inusitada mas a garota não se arrependia de nada. Ela havia encontrado seu ponto final.
E sabia que seus pais estariam orgulhosos se ainda estivessem vivos.
[...]
— Pads, não! Você não pode lamber a massa das panquecas antes de eu termina-las, seu esfomeado. - ralhou Lupin, balançando a cabeça em negação para o cachorro, que latiu alto. — Shiu, vai acordar a Dotts.
— Dotts, Rem? Realmente não tem algo pior para me chamar? - indagou a voz sonolenta da mulher, que vestia apenas uma das várias camisas sociais do noivo. Ela escorou o corpo no batente da porta, mordendo o lábio para conter um sorriso. — Hum, panquecas!
Uma gargalhada foi ouvida e no instante seguinte Tonks sentiu seu corpo ser erguido do chão e beijos serem depositados em seu rosto. Remus girava seu corpo pequeno pela cozinha, derrubando sem querer a vasilha com açúcar no processo.
Sem se importar com a sujeira, beijou os lábios macios da futura esposa de forma carinhosa e gentil, colocando delicadamente atrás da orelha dela uma mecha do cabelo colorido que insistia em sair do coque desarrumado.
— Amor... tem farinha e açúcar no seu rosto. - sussurrou Dora, rindo baixinho.
[...]
A noite de filmes antigos no cinema tinha se tornado uma tradição para a família Lupin antes mesmo de Remus ser um pequeno bebê e sua mãe havia feito questão de passar a seu único filho o apreço por aquela tradição. Parecia um momento bobo para aqueles que eram de fora, mas passar um tempo com aqueles que se ama era valioso e Hope queria que um dia seu doce menino pudesse desfrutar daquilo com sua própria família.
Hope havia partido quando o jovem Lupin tinha doze anos e desde então eram apenas ele e seu pai nas noites de cinema, e agora, bem... agora Nymphadora, Sirius, Lily, James, Harry e Peter também faziam parte.
— Da próxima vez nós vamos assistir Tartarugas Ninja. - reclamou Sirius, jogando seu braço por cima do ombro de Peter.
— Noite dos Clássicos, Sirius. - enfatizou James, jogando uma rosquinha no amigo, que olhou ofendido para o outro.
— Eu sei, por isso falei esse filme! Quer maior clássico que esse? - resmungou, balançando os cabelos ao arrastar Pettigrew mais a frente. — Vamos tesouro, não se misture com esses sem cultura.
— Não fuja da gente seu cachorro! - gritou Remus, rindo junto dos outros quando o pequeno Harry chamou por Sirius com seu jeitinho de criança.
[...]
O barulho ensurdecedor da guitarra agitava a multidão de fãs que pareciam estar em outra dimensão, ouvindo o cantor recitar os versos de seu maior sucesso. Nymphadora pulava ao lado de Remus, cantando e sorrindo como se sua vida dependesse daquele momento. O homem riu quando ela tropeçou, segurando o corpo pequeno em seus braços.
Coldplay tocava os últimos acordes de A Sky Full Of Stars quando os olhares de Dora e Remus se encontraram.
— Porque você é um céu cheio de estrelas, você é uma grande visão celestial. - cantarolou Lupin, deixando um beijo na testa da mulher. — Eu te amo.
Aquele foi um dos momentos em que Nymphadora se sentiu completa, feliz, amada. Soube que seu coração havia encontrado sua outra metade, realmente. Ela o guardou consigo até seus últimos suspiros.
— Você é meu céu cheio de estrelas, Rem. Amo você.
[...]
2021 - Londres.
— Vamos Dora, força! Faça força e prometo que isso irá acabar logo!
A mulher de cabelos cor-de-rosa bufou e grunhiu, sentindo a dor forte se espalhar por todo seu corpo. O suor escorria por sua testa e lhe grudava os cabelos no rosto, deixando-a ainda mais irritada. Já faziam duas horas desde que seu trabalho de parto teve início mas parecia que Edward não queria se desvencilhar da mãe tão cedo.
— Eu juro, Remus, que da próxima vez... - um grito de dor interrompeu sua fala, seguido de uma ordem para que ela respirasse. — Se houver próxima vez, quem irá carregar o bebê É VOCÊ!
Lupin sorriu ao ouvir aquilo, mas não durou muito já que o homem sentiu sua mão ser esmagada pelo aperto forte da esposa. Os médicos e enfermeiros estavam trabalhando arduamente para que seu filho viesse ao mundo.
— Querida, minha mão... - murmurou o castanho, recebendo um olhar mortal de Tonks.
— Remus John Lupin eu juro que vou mandar você ir se f.... droga!
E foi então que um choro baixinho e agudo foi ouvido, calando todos os presentes na sala cirúrgica. O pequeno bebê estava contorcendo o corpo minúsculo quando o médico cortou seu cordão umbilical, entregando-o para a enfermeira que limpou-o com cuidado.
— Parabéns, Nymphadora. - sorriu a enfermeira quando colocou o bebê nos braços de Dora, que chorava. — Vamos dar um momento para os dois papais conhecerem seu filho. Ele é lindo.
Tudo parecia em câmera lenta quando Edward piscou os olhos, encarando o rosto da mão que acariciava sua pequena mãozinha. Remus estava maravilhado enquanto olhava os dois amores de sua vida juntos.
— Obrigada, Dora. - disse simples, beijando a testa da mulher antes de se acomodar ao lado dela na pequena cama. — Ele é perfeito amor, assim como você. Você foi incrível hoje e estou muito orgulhoso.
Tonks sorria enquanto lágrimas escorriam por seu rosto corado, os olhos cansados diziam o quão exausta ela estava por todo aquele trabalho, mas também expressavam o amor que estava sentindo ao olhar aquele pequeno ser humano aninhado a si.
— Você também foi perfeito querido, sequer desmaiou mais de três vezes. - falou brincalhona, deitando a cabeça no ombro do homem.
[...]
2023 - Londres.
— Daaaaaaada, daaaaaadaaaa. - o gritinho de Teddy seguido de sua risada escandalosa foi tudo que Remus recebeu quando segurou o filho no colo, jogando-o para cima.
— Quem é o garotão do papai? Hein? - sorriu, beijando as bochechas gordinhas do menino — Dora, nosso Teddy disse sua primeira palavra! E FOI PAPAI!
A mulher, que estava na cozinha preparando chá, correu até a sala e riu da cena que encontrou. Remus sempre havia sido um pai babão e ela amava ver os dois homens de sua vida juntos, rindo.
— É verdade, Teddy? Você falou papai? - perguntou, abraçando os dois — Parabéns meu amor, você é um garotinho tão inteligente!
[...]
— Eles crescem tão rápido. - disse Lily Potter, um semblante carinhoso no rosto quando olhava Harry brincando dom Edward na sala. — Nossos meninos se dão tão bem, não é?
Era dia do jantar mensal que os amigos faziam para contar as novidades e se reunir, já que todos trabalhavam muito e acabavam sem conseguir se falar direito. Dessa vez a casa escolhida tinha sido a dos Lupin, os homens estavam bebendo vinho e cuidando das crianças enquanto as mulheres preparavam o jantar.
— No início achei que Harry não iria gostar de brincar com blocos coloridos, mas ele se apegou tanto em Teddy. Seu filho é puro amor, Lils. - comentou Dora, retirando a lasanha do forno.
A ruiva concordou e sorriu, vendo seu filho caminhar com Edward até onde as mães estavam. Harry segurava firmemente a mãozinha do menor, caminhando com passos lentos para que o bebê não caísse.
— O que houve, querido?
— Ted estava com fome então trouxe ele aqui para comer, mama. - explicou o moreno, ajudando o pequeno a se sentar. — Quando eu for maior vou cuidar do Teddy, tia Dora. Ele nunca vai estar sozinho! - contou o menor dos Potter, com um largo sorriso no rosto.
— Você é um melhor amigo maravilhoso, anjo. - disse Tonks, sentindo os olhos marejarem ao ouvir tamanho amor depositado nas palavras da criança.
De fato, Teddy nunca ficaria sozinho.
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