A Sky Full of Stars escrita por pnsyparkinson


Capítulo 4
Still i see you, Celestial




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2028 - Londres.

Nymphadora nunca se imaginou naquela situação. 

A mulher, agora de cabelos castanhos, sentia vontade de rir quando ouvia seu marido resmungar antes de beijar-lhe o pescoço exposto. Sentia-se uma adolescente novamente e o fato de já estar na casa dos trinta era apenas uma piada. Precisavam ser rápidos se não quisessem ser interrompidos por seu filho de sete anos, que dormia no quarto algumas portas mais a frente. O corredor da casa dos Lupin parecia estreito devido ao calor que emanava do casal apaixonado que se agarrava por ali. 

— Remus... querido - chamou a mulher, puxando os cabelos escuros do marido até tê-lo em seu campo de visão para puxar seu lábio entre os dentes. 

O homem grunhiu como um lobo e agarrou as coxas magras dela, segurando-a no colo antes de caminhar à passos largos até o próprio quarto. A cama estava desarrumada quando o corpo de Dora pousou sobre o colchão, de forma rude. As peças de roupa saíram tão rápido quanto um piscar de olhos, restando apenas o par de calças jeans que a senhora Lupin usava.

Os gemidos da mulher e os elogios em tom baixo que Remus fazia eram as únicas coisas sendo escutadas no recinto, que parecia pegar fogo. As mãos calejadas do homem desciam pelo corpo esguio dela de forma carinhosa, como se ela fosse uma obra de arte. E para ele, era. Apesar das inseguranças que a gravidez havia trago consigo, Dora ainda amava seu corpo e se sentia sexy como o inferno quando Remus a acariciava daquela forma.

Os beijos foram ficando mais agressivos na medida em que o tempo passava e quando os dedos longos de Lupin prenderam no cós do jeans que a esposa vestia, prontos para puxa-los fora de suas pernas, um choro estridente foi escutado e quebrou o clima por completo.

— Deixe comigo, Dotts. Vá tomar um banho e deite-se de bruços, vou fazer massagem em você depois de acalmar Teddy. - beijou o rosto da mulher antes de desferir um tapa estalado em sua bunda ainda coberta pela maldita calça, provavelmente deixando o local avermelhado. 

[...]

Na manhã seguinte, enquanto tomavam café da manhã, Nymphadora percebeu que seu garotinho estava um tanto quieto e isso deixou-a preocupada. Edward era seu pequeno raio de sol e estava sempre pulando e conversando, mas naquele momento o menino apenas remexia em sua tigela de cereais. 

Calmo demais, algo estava errado.

— Ei Ted, quer me contar o que aconteceu? - perguntou a mãe, bagunçando os cabelos escuros do filho pois sabia que aquilo o deixava irritado, porém apenas recebeu um aceno negativo em resposta — Querido, sabe que pode contar qualquer coisa, não sabe?

— Eu sei mama, é que... - o garoto começou, sentindo os olhos marejarem outra vez. 

— Amor, shiiii, venha cá. - sussurrou, puxando o filho para um abraço e quase derrubando-o da cadeira no processo. Ele riu baixinho em meio ao choro e afundou o rosto no pescoço da mãe, respirando fundo. 

— Não quero que você morra, mamãe. Eu não quero! - exclamou, agarrando-se ainda mais na camiseta que a mulher usava. As mãos pequeninas fechadas em punhos nas costas dela, apertando o tecido entre os dedos com medo de que sua mamãe desaparecesse. — Ontem sonhei que você ia embora mama, que me deixava sozinho com o papai. Eu o amo mas não era a mesma coisa sem você e, e-e-eu... doeu tanto no meu coração.

Teddy soluçou forte quando a mãe suspirou, deixando um beijo em sua testa. A mulher não fazia ideia do que ocasionou aquele pesadelo em seu bebê, mas temia por ele e pelas batalhas que teria de lutar futuramente. Seu peito apertou ao vê-lo tão desolado.

— Você nunca estará sozinho meu amor, não chore. Mamãe sempre vai estar com você, querido. Sempre, pra sempre. Não fique pensando nessas coisas, tudo bem? Vamos lavar o rosto e beber um copão de chocolate quente? Não conto pro seu pai se você não contar, vai ser nosso segredo. - brincou, sentindo o aperto em suas costas diminuir. 

Edward olhou sua mãe nos olhos e limpou o rastro de lágrimas que aparecia no rosto da mais velha, antes de limpar seus próprios olhinhos. 

— Ele não vai ficar sabendo, mama. - abraçou a mulher uma última vez antes de ir até o banheiro para lavar o rosto enquanto sua mãe preparava o melhor chocolate quente do mundo inteiro. 

[...] 

As tardes na casa dos Lupin eram silenciosas, já que o pequeno furacão da família passava seu dia na escola e retornava perto das seis horas. Remus voltava do planetário após buscar o filho na escola e geralmente era ele quem preparava o jantar, já que a esposa saía tarde da empresa em que trabalhava com o primo. 

Aquele era o dia de folga da mulher e ela se encontrava na varanda, sentada em uma cadeira de balanço enquanto observava o céu escurecer gradativamente conforme os minutos passavam. Olhar o céu sempre deixava Nymphadora mais calma, já que fazia com que se lembrasse dos falecidos pais. Houve um tempo em que ela se afundou na solidão e nas memórias ruins, mas felizmente conseguiu sair daquele poço de tristeza e angústia. E agora tinha sua pequena família (nem tão pequena assim, se contar todos os amigos) e se sentia feliz. 

Dora sabia que onde quer que os pais estivessem, estavam orgulhosos das conquistas de sua garotinha. E ela era grata por todos os anos que passou ao lado deles, assim como era grata pelos anos que passou e ainda irá passar ao lado de Remus e Teddy.

O carro escuro parou em frente a vaga da garagem e foi o suficiente para que a mulher acordasse de seu transe momentâneo, com um sorriso leve estampado no rosto já não tão jovem. O pequeno garoto correu para fora do carro e pulou no colo da mãe, roçando seu nariz no dela em uma forma de olá que era só deles. Remus riu e beijou a testa da esposa, piscando os olhos castanhos quando Teddy passou a tagarelar sobre seu dia. 

Os três entraram em casa e o aroma de frango assado tomava conta do local, o que causou um ataque de riso em Tonks quando pai e filho apostaram corrida até a cozinha.

— Espero que os mocinhos lembrem de lavar as mãos antes de comer! - ralhou a mulher, com os olhos brilhando de felicidade e amor pelos homens de sua vida. — E nada de esconder os legumes e verduras Remus John Lupin, quero vocês dois comendo brócolis! 

"Ah querida, você vai entregar seu coração para alguém que seja digno dele. E essa pessoa, seja quem for e como for, fará de você a pessoa mais feliz do mundo, assim como seu pai foi comigo."

"Ew mamãe, você anda muito romântica."

"E você anda muito teimosa, trate de comer seus legumes. E trate de abrir seu coração, também."


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