Chess escrita por Pan Alban


Capítulo 17
O objetivo do peão


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Desculpa aparecer antes de conseguir responder os comentários! TT Ontem foi aniversário de uma pisciana mara que conheci no grupo ShikaTema BR ♥ E eu precisava trazer um capítulo de presente para ela. Mas como eu sempre atraso presente... hehehehe
Feliz Aniversário, Juh! Espero que goste do presentinho *-*

A todos, uma boa leitura! Agora sim estamos pertinho do fim :(



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6 meses depois

Cavalo do C2 no A1.

— Merda! Você pegou minha torre! — Temari moveu a peça ouvindo o riso baixo dele do outro lado do celular. — Você tem um tabuleiro aí, né?

Eu não tenho, estou num alojamento diferente por causa de um treinamento de amanhã. Por que não acredita em mim?

Temari entortou a boca e balançou a cabeça voltando a cruzar as pernas na frente do tabuleiro em cima de sua cama. Já era o terceiro jogo e ela havia ganhado apenas o primeiro. Shikamaru dizia estar jogando somente com a sua memória e ela custava a aceitar aquilo.

— Ok, gênio. — Ouviu-o resmungar e sorriu olhando para o tabuleiro. Já havia perdido dois peões, um cavalo e quase perdera sua rainha. Em sua cabeça era inacreditável que alguém pudesse se lembrar de onde estavam todas as peças, tanto sua quanto do adversário, apenas com uma memória boa. Respirou fundo e moveu sua rainha para a próxima jogada. — Rainha na A8.

Ouviu a risadinha de Shikamaru e já era tarde demais quando percebeu o que havia feito. Se sua rainha pôde ir até a A8, isso queria dizer que a peça que normalmente ficava ali havia sido movida em outra jogada anterior, mais precisamente lá no começo do jogo quando Shikamaru fez um Roque e trocou o rei e a torre de lugar… E a peça que deveria estar na A8 era exatamente aquela torre, aquela mesma que estava na reta de seu rei desprotegido, aquele mesmo rei que ela teve que tirar de seu trono uma jogada antes para não ser apanhada pelo cavalo que pegou sua torre… Maldito Shikamaru!

Xeque-mate.

— Já chega por hoje. — Jogou o corpo na cama e ainda podia ouvir a risada dele bem suave e baixa, sorriu junto. Ela não estava com raiva por ter perdido, estava saudosa e com uma saudade que já não cabia no peito. Jogar xadrez pelo celular era algo que ele havia sugerido uma vez e sempre jogavam juntos quando ele tinha tempo para ficar mais de uma hora no telefone com ela. Era uma forma de se sentirem próximos. — E como você está?

Com saudades, problemática.

Ela sorriu para o teto, mas de forma triste. Ele sempre tinha mais facilidade para dizer como realmente se sentia e desarmava qualquer possibilidade dela se manter forte.

— Eu também, preguiçoso. — suspirou pousando o braço na testa — Daqui três dias, finalmente. Vou sair daqui amanhã depois do almoço.

Eu estarei nos portões da cidade te esperando. Serei seu guia.

— É bom mesmo!

Ino e Gaara virão?

— Sim. Ela não fala em outra coisa… — riu com pouco humor e Shikamaru fez o mesmo do outro lado.

Quero ficar só com você, Temari.

— Está muito carente, bebê chorão. — ela tentou rir, mas o som saiu embargado. Limpou a garganta e fechou os olhos cobrindo-os com seu braço — Vou dar um sumiço nos dois, prometo. Você faz falta… Na Comissão, principalmente. — mudou o tom de voz para algo mais divertido e ele riu do outro lado.

Sente minha falta principalmente por causa da Comissão? Santo Deus, mulher!

— Oras, você fazia o trabalho de três lá! Precisei colocar mais gente na Comissão, todos incompetentes.

Você é uma mulher difícil de agradar. Sendo sincero, estou com mais pena deles do que de você.

— Abusado. — riu ouvindo o riso dele. — Shiho quase chorou quando viu a aliança no meu dedo, pobrezinha. Deixou uma garota desiludida para trás, Nara.

— Tsc. Não vai chegar a lugar nenhum com isso, mulher.

Temari riu se virando de bruços e olhando sua aliança prateada, simples e bem polida, sem qualquer marca e sem qualquer detalhe na parte visível. O segredo estava dentro, onde deveria estar o nome dos dois estava gravado “Xeque-Mate”.

Ambos concordaram que não havia uma aliança melhor para simbolizar ambos. Temari sempre a girava em seu dedo quando precisava pensar em algo muito complicado, havia virado um hábito, como se ele estivesse ali por perto pensando junto. Já Shikamaru usava a aliança de forma nada convencional, em uma corrente no pescoço por baixa da farda. Ele já havia conseguido convencer os superiores a permanecer com o cabelo comprido, mas deve usar rede no cabelo como as garotas – fato que fez Temari gargalhar – mas adereços estavam fora de cogitação e ele escondia, até o momento, com sucesso. Ele dizia que era um motivador quando ele pensava em desistir de algo para cochilar.

Uma das melhores fotos que Temari tinha de Shikamaru era uma selfie dele mostrando pela primeira vez o esconderijo da aliança. Ele estava com a camisa aberta e mostrava parte do peito definido, as pontas do cabelo solto sobre os ombros e a sua boca. Ele certamente havia tirado de qualquer forma sem fazer um enquadramento, até mesmo com pressa para não ser pego, mas era a foto preferida de Temari.

Rolou pela cama tendo aquela lembrança boa na cabeça e sorriu mordaz.

— Vou fazer uma surpresinha para você.

Que tipo? — a voz dele soou cuidadosa e ela riu com malícia.

— Envolve você, eu, dois leques e… — completou sussurrando — … um quarto.

Você vai me matar, Temari!

Ela riu o chamando de bobo e voltou a olhar para o teto.

— Melhor você ir dormir…

— Impossível agora.

Ela riu ao resmungo dele e se sentiu até satisfeita consigo mesma. Entretanto, ele não tinha férias como ela e, mesmo que a vontade de ficarem conversando a noite toda fosse grande, ele tinha compromissos inadiáveis.

— Você vai sim, precisa acordar muito cedo. E eu tenho uma mala para revisar. — Mentiu olhando a mala pronta no lado do guarda-roupa.

Ouviu o suspiro dele e seu peito se apertou, era a hora de se despedirem. E ela aprendeu que aquilo era a pior coisa do mundo.

Amanhã tento ligar para você de novo, não sei se vamos acampar fora…

— Tudo bem, eu mando e-mail te deixando atualizado sobre a viagem.

Toma cuidado.

— Tomarei.

Então… Durma bem. Até daqui 95 horas.

— Até. — respondeu com um riso brando. — Durma bem também, tome cuidado com o treinamento de amanhã. Quero você inteiro quando eu chegar.

Ok. — Temari pensou que ele terminaria ali, como sempre faziam quando se despediam. Um dos dois tinha que desligar repentinamente para não continuarem com aquelas frases curtas que nada mais eram que tentativas de alongarem mais aquele tempinho que tinham. Mas, ela havia se enganado. — Eu amo você.

E então desligou.

O celular caiu da mão dela e o rosto ficou fervendo, a boca se abriu e os olhos se arregalaram. E seu coração disparou.

Ele havia dito. Agora não havia dúvidas de que havia ouvido certo.

Em outra ocasião ela havia ouvido aquelas palavras, ou achado ter ouvido, mas parou de pensar naquilo com o passar do tempo. Era no dia em que ele havia ido embora, quando parou a caminhonete em frente a casa dela e a abraçou forte por cinco minutos inteiros, ela se lembrava daquele dia com um tipo de névoa que embaçava algumas imagens e principalmente algumas palavras que ele disse. Na ocasião ela havia feito de tudo para não chorar, tirando sarro dos olhos dele cheios de lágrimas e dizendo que tudo ficaria bem. Mas por dentro ela estava frágil e choraria quando estivesse sozinha no quarto. Antes de finalmente ir, ele a beijou com gosto salgado de saudade e disse algo entre os lábios dela, segurando o rosto dela com carinho entre as suas mãos. Temari pensou ter ouvido “... amo, problemática”, mas não teve coragem de tirar a dúvida e aceitou que estivesse ficando maluca.

Agora ele havia dito.

Sem pensar demais, sem que tivesse passado um minuto do término da ligação, Temari retornou naquele número fixo esperando que ele ainda estivesse perto.

Temari?

Seu coração palpitou quando ele disse seu nome depois de chamar por somente duas vezes. Sorriu e respirou fundo deixando que as palavras fizessem sentido na sua cabeça antes de proferi-las.

— Eu também amo você, Shikamaru.

E foi ela quem desligou dessa vez. Sorrindo para o nada e apertando o celular contra o peito. Imaginava que ele tivesse pálido e sem reação segurando o telefone nas mãos. E riu, como uma boba que deixava ser quando estava sozinha em seu quarto.

Ela havia dito.

E se eles estivessem errados? E se…

Temari jogou para cima qualquer dúvida e deixou que seu corpo relaxasse como se tivesse sido liberto de um peso enorme. Ela estava amando e não havia como se arrepender de dizer aquilo sem antes pensar com muita calma. Aquele momento estava acontecendo e era fácil acreditar que era real.

Uma palavra tão forte e tão difícil de dizer não sairia tão fácil de sua boca se tudo dentro dela não gritasse que era de verdade. Shikamaru também não diria algo como aquilo da boca para fora.

Se sentia uma criança novamente, com uma felicidade tão plena e verdadeira. E nem acreditava que tinha dito as palavras mais fortes e sinceras em um relacionamento

Esticou as mãos em direção ao teto e viu as sombras delas feitas pela luz do abajur, ainda sorrindo brilhante, ela moveu uma das mãos até que a sombra se transformasse no que deveria ser um coelho, o único que ela se lembrava como se fazia. As sombras eram um segredo deles, assim como o sentimento que nutriam um pelo outro.

Com o coelho mal feito de sombras sendo a representação de Shikamaru no quarto dela, Temari só pensava em como seria quando eles se encontrassem pela primeira vez depois de terem destravado aquela fase do namoro.

 

♚♛

 

— Bom dia, Temari. Também ficou para exame?

Temari tirou os olhos do caderno que terminava de fazer as anotações da Comissão e viu os novos integrantes entrando pontualmente. Suas ameaças aos novos membros sobre pontualidade haviam tido efeito. A que tinha falado com ela era Matsuri, caloura em Economia, ao seu lado vinham a sua amiga inseparável Yukata e Daimaru. Temari não gostava do tanto que as duas conversavam quando deveriam trabalhar, mas no geral faziam o que ela pedia, já a opinião de Temari sobre o último…

— Que pergunta boba, Matsuri. Temari é inteligente demais…

— Ok, Daimaru. Obrigada. — Temari o cortou fechando a gaveta do arquivo com mais força que o necessário. Aquele tom meloso e bajulador dele a deixava nervosa. — E só vim terminar umas anotações, já tenho que ir. Vieram deixar seus relatórios? Só vi da Shiho e do Idate nas pastas.

As duas garotas ergueram as folhas e chacoalharam no ar mostrando ser aquilo mesmo, Daimaru se atrapalhou com a própria bolsa, mas tirou o papel quase amassado e entregou para Temari com um sorriso assustador. O olho esquerdo de Temari tremeu quando viu o que ele tinha feito.

— Não foi isso o que eu te pedi… — disse pausadamente forçando um sorriso que saiu desagradável.

O rapaz coçou a cabeça enrubescendo e desviou os olhos para o chão.

— Eu fiz algo diferente, algo inovador.

Temari olhou novamente aquele monte de rabisco com erros ortográficos e uma caligrafia lastimável. Daimaru tinha sérios problemas para seguir ordens, era um arruaceiro em potencial e ela não entendia o porquê dele estar na Comissão se não se encaixava.

Ela respirou fundo e repetiu em sua mente que não deveria se preocupar com aquilo, não quando estava prestes a viajar.

— Hmm... Temari. Eu queria te falar uma coisa antes que você fosse.

— Diga. — respondeu guardando os relatórios na bolsa para ler durante a viagem, não dava muita atenção a ele. Então, foi uma surpresa quando ele se ajoelhou na frente dela e puxou sua mão com rapidez.

— Eu sempre te amei, Temari!

O quê? — ela não conteve o grito de surpresa.

Matsuri e Yukata apertaram os rostos e fizeram sons estranhos com a boca, achando aquilo fofo.

— Desde seu primeiro ano eu venho te observando e… agora tomei coragem para me declarar! — ele disse tudo muito rápido e ainda sorria de uma forma estranha. Completamente alheio à aliança que brilhava na mão que ele não segurava.

— Como você pode me amar se não me conhece direito? — ela fez a primeira pergunta que pareceu coerente na cabeça dela, ainda aflita com aquela situação repentina.

— Oras, Temari! Homens românticos são assim. — Matsuri se pronunciou de forma desnecessária, para o apavoro de Temari.

— Poucas mulheres têm a sorte de encontrar homens tão transparentes sobre seus sentimentos. — Yukata completou ainda olhando com olhos encantados para a cena bizarra.

— Olha… Daimaru. — Temari se voltou para ele com um sorriso nada convincente, com cuidado no jeito que iria falar aquilo. Tudo o que menos queria era dor de cabeça dentro da comissão por conta de coração partido, já não bastava a Shiho deprimida pelos cantos. — Você é um cara legal, mas isso não vai dar certo…

— Sei que gosta de xadrez. — Daimaru a interrompeu buscando uma última jogada de esperança. — E se jogarmos xadrez e eu ganhar de você? Sairia comigo?

— Não. — Temari respondeu puxando a mão.

— Droga, você é tão honesta. Eu gosto disso em você. — ele abaixou a cabeça sem desistir ainda.

— Além do mais, você não ganharia de mim. Apenas dois caras poderiam ganhar de mim no xadrez. — Daimaru ergueu os olhos para ela ainda de joelhos — Um deles já faleceu, o outro é o filho dele. — E ergueu a mão direita mostrando a aliança prateada no seu dedo anelar.

— Ohh… — Daimaru fez uma cara exagerada de sofrimento e se levantou dando de ombros como se já previsse aquilo.

— Hmmm… Temari gosta de homens inteligentes. — Matsuri comentou com risinhos.

— Será que é o gênio que a Shiho contou já ter passado por aqui?

Temari se limitou a dar um sorriso pequeno a elas como resposta, desejar boas férias e desviar da estátua que Daimaru virou na porta da sala da Comissão.

Estava louca para contar aquilo para Shikamaru, ver como ele reagiria e rir um pouco da cara de ciumento dele. Ia se despedindo das pessoas que conhecia com acenos automáticos, na sua cabeça já ia tentando planejar como organizaria aquela uma semana que passaria com ele. Era tão pouco tempo… pensava enquanto dirigia até em casa. Ficaria duas semanas longe, dirigindo por três dias até o outro estado e depois mais três dias para voltar. Era cansativo e suprimiria pouco da falta que ela sentia dele. Mas, estava tão animada com a viagem que acordou consigo mesma que faria aqueles 7 dias com ele valerem muito a pena.

Gaara e Ino já estavam prontos quando ela chegou. Tomou um banho e arrumou suas coisas para irem logo. Em menos de duas horas já estavam na estrada. Revezariam a direção por 10 horas e só parariam para dormir em algum hotel, para no outro dia pegarem estrada novamente. Ino havia sido a responsável pela trilha sonora da viagem e Temari quis agradecer a ela pela escolha das músicas, praticamente todas eram músicas que Shikamaru costumava ouvir.

Gaara ia silencioso no banco do passageiro, cochilando de vez em quando e outras vezes cantarolando a música que tocava, Ino ia falante não importava se estivesse dirigindo ou no banco de trás, empolgada demais e sempre com algum assunto que achasse muito interessante. Já Temari, se entregava a conversa com Ino sentindo aquela mesma agitação, mesmo que parecesse serena por fora. A cada quilômetro percorrido, a cada noite que chegava e manhã que os colocava na estrada, a cada nova cidade sendo deixada para trás… Ela sentia aquela agitação maior ainda.

“Já estou chegando.” Foi a simples mensagem que mandou para o e-mail dele, o único meio que ela tinha certeza que ele poderia ver. Já tinha chegado o terceiro dia e o GPS marcava menos de cinco horas para chegarem. Era Gaara quem dirigia naquele momento e ela segurava a vontade de dormir quando até Ino havia sucumbido.

— Temari, cochila um pouco que logo vou precisar que você pegue aqui. Já está me dando cãibra. — Gaara a olhou pelo retrovisor e Temari sorriu cansada.

— Para no próximo posto, vou tomar um café e continuo. — respondeu bloqueando o celular com um suspiro sem uma resposta de Shikamaru desde que saíra de casa. Estava preocupada, tentando não demonstrar que estava. Mas, sabia que ele poderia estar no meio do mato em algum treinamento rígido… Ok, aquilo também a deixava preocupada. — O que é? — perguntou ao vê-lo ainda a olhando pelo retrovisor.

Gaara voltou a olhar para a pista com um sorriso misterioso.

— Quem imaginaria que um dia atravessaríamos o estado para ver um namorado seu?

— E melhor amigo da Ino. — Temari completou tirando a total culpa dela.

— Claro. — respondeu com o mesmo sorriso de antes e Temari não gostou daquilo, se incomodava quando pareciam saber mais sobre ela do que ela queria mostrar. — Agora só falta o Kankuro, não é? — perguntou olhando a estrada a todo momento, mas Temari viu a mão dele pousando sobre a de Ino com delicadeza sem acordá-la.

Temari sorriu assentindo. A quem ela queria enganar fazendo uma loucura como aquela de viajar pelo estado por três dias, desconfortável, dormindo mal em lugares estranhos, comendo mal em restaurantes na beira da estrada, dirigindo por lugares perigosos e ainda assim motivada ao máximo a chegar lá?

Ino e Gaara dormiam naquele momento no banco de trás, pareciam completamente desconfortáveis, mas não deixavam de estarem quase abraçados. Temari sorriu com a cena, parecia que finalmente aceitar que amava alguém abria ainda mais seus olhos e seu coração para as pequenas belezas da vida. Ela via beleza em tudo, nas casas coloridas das cidades, nas fazendas pequenas na beira da estrada, nas aves que voavam colorindo o céu acima deles, nas crianças que passavam sorrindo e acenando nos carros dos lados, nas sombras das árvores que interrompiam os raios de sol…

Mesmo com toda a adversidade da viagem, ela se sentia desperta, a ansiedade controlava seu cansaço e a fazia se esquecer das dores em seu corpo.

Alguns casais tinham problemas com a distância, seja ela física ou emocional. Temari, com aquela experiência longe de Shikamaru havia aprendido que distância era algo que mais parecia uma armadilha chata no xadrez, ou o carma do peão que deve percorrer toda a extensão do tabuleiro para ser graduado e virar qualquer outra peça - menos o Rei - e se tornar mais poderoso. Era dificílimo chegar até lá com o peão, ainda mais quando todas as outras peças eram ridiculamente mais fortes, mas não era impossível.

A distância e tudo apostando contra eram motivos suficientes para desistir, mas o peão persistia. Ele só precisava de um bom comandante, firme, centrado e muito confiante para chegar à glória. E naquele caso, na vida real, havia dois comandantes com aqueles atributos.

Temari soube que não desistiria, que chegaria até o fim do tabuleiro assim que fechou a mala de viagem, mas agora ela confirmava aquilo com ainda mais afinco. Pois na entrada, bem abaixo do portal de metal que tinha esculpido o nome da cidade, estava Shikamaru a esperando com as mãos no bolso da farda verde escuro, o cabelo amarrado para cima e um sorriso de saudade que ela reconheceria à distância.

Só aquele breve momento fez tudo valer a pena.

 

betado por Akemihime


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Notas finais do capítulo

Agradecimento mais que especial à linda da Akemihime por ter betado esse capítulo ♥

O próximo vai ter uma passagenzinha de tempo e provavelmente será o último TT Ainda acho que farei um especial que estou planejando na cabeça, mas tbm não dou certeza pq, né? Sou péssima nisso de planejamentos nas notas finais shaushuahsuahsa

Espero que tenham gostado :)

Um beijão!!!



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