Chess escrita por Pan Alban


Capítulo 18
Xeque-Mate


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

Então, chegamos ao fim! Eu vou deixar meus agradecimentos no final, mas já deixou aqui meu amor por todo mundo que acompanhou até aqui e deu uma chance à essa fic bobinha que foi uma delícia escrever ♥

Boa leitura ♥



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Alguns anos depois

 

― Hmm… Então você namoraram a distância por um tempo?

Temari ergueu os olhos para o rapaz a sua frente e ergueu uma sobrancelha sem entender onde ele queria chegar com aquilo.

― Por três anos. Por quê a pergunta?

Ele coçou a nuca e balançou a cabeça desviando os olhos para o tabuleiro entre os dois. Esticou os dedos longos até que tocasse a peça de madeira e moveu o bispo num silêncio pensativo. Temari podia ver as engrenagens trabalhando ali.

― Curiosidade. ― respondeu sem olhar para ela, Temari ficou curiosa e não fez qualquer movimento no tabuleiro, aquilo chamou a atenção dele. Ele respirou fundo e apoiou o queixo na mão. ― Não consigo imaginar como isso pode ter dado certo.

― O que quer dizer com isso? ― Temari apertou os olhos na direção dele e esperou pela resposta.

Ele entortou um canto da boca e soltou o ar sem pressa.

― Você é muito impaciente, mandona… Não me olhe assim! Não é que sejam características totalmente ruins, em alguns aspectos são até muito boas. Mas, não sei como pode ter dado certo, entende? Não me vejo nessa situação, por exemplo.

Temari o encarou por um momento até que um sorriso pequeno brincasse em seu rosto. Ela desviou o rosto para o tabuleiro e moveu sua rainha com precisão, pegando o bispo dele e acabando por rir quando ele resmungou.

― Você quer que eu te conte como foi, Shikadai?

Temari ouviu sua própria voz sair suave e ficar pairando por alguns segundos diante do silêncio de seu oponente. Levantou apenas os olhos, vendo-o concentrado em seu próprio jogo, o sorriso ainda permanecia em seu rosto. Então, com paciência, o viu mover o cavalo para encurralar sua rainha e deixar seu outro bispo desprotegido, teve vontade de rir.

― Não. Tio Kankuro disse que é uma história longa e maçante. ― ele resmungou a olhando mais uma vez. Temari revirou os olhos sussurrando que ele passava tempo demais com o tio. ― Só queria saber como deu certo mesmo.

― Oras, garoto. ― Temari bagunçou o cabelo castanho dele e não segurou a vontade de rir quando ele tentou desviar do carinho exagerado. ― É tão simples essa resposta.

― Não parece.

― Vejamos… ― Temari olhou para o tabuleiro e moveu sua rainha mais uma vez. ― Xeque.

― Ah, não!

― Há quanto tempo estamos jogando? ― ela perguntou cruzando as pernas e o olhando com atenção.

Shikadai coçou a nuca com o cenho franzido, levando um tempo para planejar novamente sua estratégia. Então protegeu seu rei com uma torre e respirou fundo.

― Uns vinte, trintas minutos, talvez…

― Quanto tempo demora um jogo entre você e Chocho? ― ela cruzou as mãos embaixo do queixo e Shikadai fez uma careta.

― Nem cinco minutos.

― Um relacionamento pode ser comparado a um jogo de xadrez. ― ela disse suavemente e Shikadai a olhou com curiosidade. ― Ambos devem saber as regras, para início de conversa. Devem conhecer um ao outro, seus pontos fortes e fracos. Os dois devem conhecer o território que estão, serem confiantes nas jogadas que fazem e aprender a lidar com as consequências de uma jogada errada. Quando se tem tudo isso, o jogo de xadrez dura mais tempo, é mais acirrado e mais emocionante. Compreendeu?

Shikadai balançou a cabeça com lentidão, apertando as sobrancelhas, pensativo. Temari moveu um cavalo no tabuleiro e ele logo respondeu com uma investida da torre.

― Mas não faz sentido fazer essa comparação. ― Shikadai por fim falou. ― No final, só um pode ganhar.

― Oras, e quem manda em casa é quem? ― Shikadai riu e Temari o acompanhou ouvindo a porta da sala ser aberta. ― Agora falando sério, um relacionamento só termina quando o jogo termina. Quando apenas um pode ser vitorioso, acaba a graça. Os dois têm que ter oportunidade para avançar com suas peças. Algumas vezes tem que recuar para não ser apanhado, mas outras você tem que atacar de frente para impor sua vontade… Xeque-Mate. ― Temari derrubou o rei dele com sua rainha e sorriu. ― Mas uma vitória assim não é o fim da partida, não quando seu oponente não desiste de você e aceita uma revanche. Quer jogar de novo?

Shikadai não ficou chateado com a derrota dessa vez. Um pequeno sorriso aparecia no canto de sua boca quando ele balançou a cabeça e começou a arrumar suas peças.

― Xadrez? O que aconteceu com o velho e amado shogi? ― Shikamaru apareceu na sala e sentou no sofá pesadamente.

― É bom sair da rotina, pai. ― Shikadai respondeu com os olhos no tabuleiro para o primeiro movimento.

― Você voltou bem cedo. ― Temari olhou para o marido com um sorriso quase brincando em seus lábios. ― Que estranho…

― Gosto de jantar com a família às vezes. ― Ele respondeu coçando a barbicha que deixou crescer em seu queixo. Shikamaru sorriu com charme, a aliança que ainda usava em um pingente balançou quando ele se ajeitou para olhar melhor para ela. Temari sentiu seu rosto esquentar um pouco, ainda era pega de surpresa com o jeito que ele a olhava mesmo depois de tantos anos.  ― E então, quem ganhou?

― Tsc. Esqueça o que jogamos, está valendo a partir de agora. ― Shikadai mostrou-se bem mais determinado e Temari olhou com humor para o marido.

― Diga ao seu filho, Shikamaru, o que você aprendeu esses anos todos jogando comigo?

Shikamaru estalou a língua e revirou os olhos cansados, em momento assim ele parecia aquele menino magricela, com cara de sono e ombros encurvados que ganhou dela. Então, ele puxou o sorriso de canto e inclinou um pouco a cabeça para o lado, com aquele brilho de devoção igual ao adolescente que se apaixonou por ela.

― Shikadai, aprendi que às vezes é melhor deixar ela vencer…

― Shikamaru!

― Estou brincando, mulher.  ― ele riu inclinando o corpo para frente e apoiando os cotovelos nos joelhos, Temari já havia desfeito a careta de brava e Shikadai olhava para o pai com curiosidade. Shikamaru suspirou e elevou uma mão apenas para tocar na aliança em seu pescoço. ― Não insista em uma revanche que você sabe que vai perder.

― Nara… ― Temari o censurou e Shikadai riu balançando a cabeça e voltando a olhar para o tabuleiro.

― Vou deixar ele aprender sozinho. ― Shikamaru disse por fim erguendo os ombros. ― Não tem graça saber as estratégias vencedoras e perder a emoção do jogo.

Shikadai olhou com estranheza para a mãe e depois  para o pai. Ele não havia entendido, mas Temari segurava um sorriso no canto da boca observando seu próximo movimento com o bispo depois de abrir caminho com o primeiro peão e já ter o filho onde ela queria.

Em apenas quatro jogadas.

― Enquanto isso, Shikadai. ― O viu desviar os olhos para ela antes que fizesse a sua jogada. Puxou o sorriso mais um pouco. ― Aprenda a observar melhor o seu oponente, assim como as escolhas que ele faz. Um dia você vai achar alguém que vai te desafiar de verdade, e você não vai querer perder essa pessoa.

― Mas… do que vocês estão falando?

― Xeque-Mate.

― Não!

 

♚♛♙

 

betado por Akemihime


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Notas finais do capítulo

Só para esclarecer, a Temari usou o famigerado Xeque do Pastor no Shikadai no último jogo ;) Um dia talvez ele aprenda como conquistar o que ele quiser com apenas 4 passos ahsuahsuahsa

Agora meus agradecimentos especiais a todo mundo que esteve aqui comigo! Pessoal novo que não me conhecia e deu uma chance pra fic, pessoal antigo que só me conhecia do fandom SasuSaku e se deixou conhecer mais sobre esse casal maravilhoso através de mim... Muito obrigada mesmo pela confiança! Essa fic foi um bálsamo para mim e espero que tenha sido para vocês também! Foi incrível compartilhar essa experiência com vocês ♥ Obrigada por tudo ♥
E espero que levem alguma coisa de história, mesmo que seja a vontade de aprender a jogar xadrez hahahaha
Um grande beijo e nos vemos por aí ♥