The Time Traveler escrita por Ciin Smoak


Capítulo 5
The conversation


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um cap fresquinho pra vocês....
Esse cap foi um dos meus preferidos da fic até agora e ele é totalmente dedicado a RaquelQueen minha amora do twitter, por ter dado a primeira recomendação da fic, muito obrigada por todas as suas palavras flor e obrigada por sempre estar me cobrando e me incentivando, você é uma leitora mais do que especial pra mim...



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Whoah, you stress me out, you kill me

You drag me down, you fuck me up

We're on the ground, we're screaming

I don't know how to make it stop

I love it, I hate it, and I can't take it

But I keep on coming back to you

Back to You-Louis Tomlinson feat. Bebe Rexha

—_______________________________________________________

 

Não, isso não estava acontecendo comigo!

—Isso quer dizer que...

—Sim Felicity, quer dizer que vamos ficar presos aqui até amanhã.

...

POV FELICITY

—Respira Felicity, tá tudo bem ok? Eu só preciso que você respire fundo!  -Depois que Oliver havia me falado sobre estarmos presos aqui até amanha, eu me sentei no chão e me permiti afundar. Nem percebi que estava tendo um ataque de pânico até ele aparecer ao meu lado e começar a me pedir pra respirar. –Vai ficar tudo bem, nada de ruim vai acontecer ok? Eu não vou deixar nada machucar você. –Olhei pra ele e assenti lentamente enquanto assimilava as suas palavras, comecei a respirar de acordo com os comandos do Oliver e quando estava consideravelmente mais calma, percebi que estava no colo dele.

Como eu havia parado aqui?

—Desculpe. Eu sei que tá tudo bem, acho que foram as lembranças. Dá ultima vez que ficamos presos aqui à gente quase morreu. –Oliver sorriu levemente e acariciou minhas costas. –Eu sei, também me lembrei disso, mas daquela vez foi tudo diferente. O Chase fez aquilo, agora foi só um apagão normal, Diggle e Kathe já estão resolvendo. –Sorri em concordância e me afastei a contra gosto, pude perceber que Oliver também não ficou muito feliz ao me ver saindo do colo dele. Cruzei as pernas e encostei-me à parede. –E por falar em Kathe, o que você acha dela?

Ele imitou os meus movimentos e olhou em direção ao teto. –Eu estava com medo de confiar nela, mas agora acho que não tenho escolha. Ela tem alguma coisa, que torna meio que impossível não gostar dela. Sinto que ela quer realmente nos ajudar.

—Sim, qualquer que seja a relação que temos com ela no futuro, ela nos ama, a todos nós. –Oliver assentiu e respirou fundo. –Pedi pra que ela ficasse com o William hoje, espero que ele não se assuste com a presença de uma estranha na casa. –Dei de ombros e meneei a cabeça. –Acho que ele vai ficar bem, tenho a impressão de que a Kathe vai conseguir conquistar ele.

POV KATHE

Cheguei ao prédio do Oliver e entrei no elevador, eu estava ansiosa afinal o fato de conhecer o William no futuro não me preparava nem um pouco para conhecê-lo como criança.

Deus e o mundo sabem que eu não me dou bem com crianças!

Respirei fundo e toquei a campainha, Raisa abriu a porta e sorriu pra mim. –Olá querida, você deve ser a Katherine, Oliver me ligou avisando que você viria passar a noite com o William. –Sorri pra mulher à minha frente e concordei com a cabeça. –Eu preciso ir, mas caso algo aconteça você pode me ligar a qualquer hora ok? O meu telefone está na porta da geladeira. Eu deixei um quarto arrumado pra você, fica ao lado do quarto do William, vá pelo corredor e terceira porta a direita. –Assenti novamente e me virei pra ela. –Obrigada por tudo Raisa, tenho certeza que eu vou me sentir confortável. –Ela sorriu e abriu a porta, mas antes de sair se voltou pra mim novamente. –Como você sabe o meu nome? –Lhe lancei um sorriso amarelo e cruzei os braços, compreensão pareceu ter passado pelo seu rosto e ela deu um leve tapa na testa. –Que pergunta boba a minha, o Oliver disse o meu nome pra você não é?

—Sim, o Oliver disse. –Preferi manter essa versão ao invés de falar que eu já a conhecia, não é todo mundo que aceitaria fácil a história de uma garota que veio do futuro. Raisa me lançou um último olhar e foi embora.

Bufei em frustração e comecei a caminhar até o quarto do garoto, eu achei que ela ficaria aqui pra me apresentar pra ele, será que ao menos tinham falado pro William que eu iria cuidar dele essa noite? Eu sabia que deveria bater primeiro, mas preferi abrir a porta do quarto dele levemente e enfiar a cabeça pra dentro.

William levou um susto assim que me viu e tentou em vão esconder os bonequinhos com que estava brincando. Sorri pra ele e me aproximei levemente. –Oi William, meu nome é Katherine, te avisaram que eu iria cuidar de você hoje à noite? –Ele apenas assentiu e eu respirei fundo me sentando ao seu lado, percebi que ele ainda tentava esconder os bonequinhos e sorri. –Sabe, você não precisa esconder os seus bonecos de mim, eu também tenho bonecos assim. –William pareceu espantado, mas mesmo assim continuou calado. –Sabe, se você quiser a gente pode brincar até você ficar com sono. Você pode ficar com o bonequinho do seu pai, eu fico com o Flash, tenho um carinho muito especial por ele. –O menino me olhou confuso e depois arregalou os olhos. –Espera, você conhece o Flash? Conhece mesmo? –Sorri diante da pergunta, mais do que você imagina William, mais do que você imagina. –Sim, eu conheço, mas e então. Você vai me deixar brincar com você?

William pareceu pensar por alguns minutos, até que enfim concordou. Devagar ele pegou os dois bonequinhos que estavam debaixo do travesseiro e me entregou o do Flash. –Então, do que você estava brincando? –Ele deu de ombros e se aproximou de mim. –De luta, eles dois precisam salvar o mundo. –Eu assenti em concordância e começamos a brincar. –Por que você escondeu os bonecos, acha que está velho demais pra brincar disso e não quer que ninguém veja? –William encolheu os ombros e pareceu mais tímido ainda. –Não é isso, é que eu sempre gostei muito do arqueiro, mas agora que eu sei que ele é o meu pai, tenho medo de que ele me veja brincando com os bonequinhos e me ache muito bobo.

Sorri pro garotinho a minha frente e acariciei os seus cabelos. –Seu pai nunca te acharia bobo, aposto que ele iria adorar brincar com você. –Percebi os olhos do William brilhando e sorri diante daquilo. –Você acha mesmo? Acha que ele vai querer brincar de herói de mentirinha sendo que já é um de verdade? –Eu decidi tomar uma atitude mais ousada, me aproximei ainda mais do William e o coloquei no meu colo, por um momento ele ficou retesado e praguejei mentalmente achando que tinha perdido o avanço que havia feito, mas o menino logo relaxou no meu colo e eu pude respirar aliviada. –Eu tenho certeza e além do mais eu posso te contar um segredo?

Ele estava encolhido no meu colo e o senti assentindo contra o meu pescoço. –Eu vim do futuro e eu sei muitas coisas que vão acontecer. Inclusive sei uma coisa muito importante sobre você! –Ele se afastou um pouco e me olhou nos olhos parecendo admirado. –Você é mesmo do futuro? De verdade? –Eu assenti e ele me deu um largo sorriso. –Você quer saber o que eu sei sobre você? –William voltou a colocar a cabeça no meu ombro e ouvi um sussurrado “sim”, percebi que ele já estava ficando com sono. –Você vai ser um grande herói também, vai ajudar a salvar muita gente um dia. –Mesmo sem olha-lo eu poderia afirmar que ele estava sorrindo e o retirei do meu colo para coloca-lo na cama, ajeitei as cobertas sobre ele e lhe dei um beijo na testa. –Então eu vou ser um herói igual ao meu pai? Obrigada por me contar Katherine!

Ele fechou os olhos e quase que imediatamente caiu no sono, saí do quarto da maneira mais silenciosa possível e segui para o cômodo ao lado com um sorriso no rosto.

William realmente seria um grande herói, mas ele mal sabia que conforme fosse crescendo não iria querer seguir os passos do pai, mas sim os da Felicity.

Um dia ele iria se tornar o novo Overwatch!

POV FELICITY

—Você está com frio? –Eu assenti tremendo um pouco e Oliver me puxou pra mais perto dele, estávamos deitados no chão, havíamos forrado o lugar com alguns panos para nos sentir mais confortáveis já que a cama que antes ficava aqui já não existia há muito tempo.

Aproveitei o conforto do abraço do meu herói favorito e me aconcheguei um pouco mais no peito dele, Oliver pareceu aprovar a minha ação e me puxou ainda mais contra si. Estávamos em um silêncio confortável e com ele me segurando desse jeito eu quase podia fantasiar que nós estávamos juntos e as coisas estavam bem entre a gente.

—Obrigada pelo que fez por mim hoje mais cedo, se não fosse por você eu ainda estaria me afundando na culpa e no medo. –Ergui meu rosto para poder olha-lo e tentei ignorar a proximidade das nossas bocas. –Você não precisa me agradecer, eu já disse uma vez que não iria embora e eu cumpro minhas promessas, acho que está incluído no pacote sempre cuidar de você, assim como você sempre cuida de mim. Bem, eu sei que não dá pra comparar, em um perigo real eu não conseguiria te salvar, mas eu tento do jeito que posso. –Oliver se sentou e me trouxe junto, em nenhum momento desgrudamos nossos corpos. Ele fechou os olhos por alguns segundos e quando os abriu eu podia ver o amor ali, era tão forte que eu quase conseguia segurar. –Você me salva todos os dias de tantas outras maneiras, sem você eu ainda estaria perdido sendo aquele homem em busca de vingança e mesmo que por algum motivo eu tivesse desistido de me vingar por vontade própria, eu ainda acabaria cedendo às chantagens do Merlin ou do Slade. E em uma situação hipotética, mesmo que eu conseguisse passar por tudo isso, eu ainda não conseguiria ser um herói de verdade, eu achava que não conseguiria ser o arqueiro sem que a escuridão tomasse conta de mim, eu nem sequer seria o prefeito da cidade.

Eu tentava a todo o custo segurar as lágrimas, mas sabia que essa era uma batalha que eu perderia. –A minha vida foi uma sucessão de erros até encontrar você, eu sei que mesmo depois de te conhecer ainda dei muitos passos em falso, mas desde que te conheci eu sempre estive tentando melhorar. Você mudou tudo, mudou toda a minha vida, sem você eu não sou inteiro, eu não sou nem sequer uma metade, sem você eu sou um fragmento de desespero, você é o que me dá foco pra continuar. Mesmo quando estamos longe, o fato de saber que em algum lugar você está acordando me faz querer fazer do mundo um lugar melhor.

Eu sabia que perderia a batalha, lágrimas grossas já vertiam dos meus olhos e eu pulei no colo do homem que eu amava o abraçando com toda a força do mundo, Oliver me amparou e eu percebi que ele também chorava, eu o amava tanto que chegava a doer em mim, eu via por debaixo da armadura , eu conhecia cada parte dele, tanto as bonitas quanto as feitas e eu poderia dizer com total certeza que cada pedacinho dele era especial pra mim.

—Eu te amo, por favor, não me afasta. –Minha voz não passava de um sussurro e eu me agarrava a Oliver como se ele fosse a âncora que me impedia de afundar.

Talvez ele fosse!

Senti a barba por fazer roçando minha bochecha e assim que percebi que seus lábios procuravam os meus, desisti de lutar e virei o rosto para facilitar o contato. Eu senti um choque percorrendo o meu corpo da mesma maneira que acontecia toda a vez que ele me beijava.

A boca de Oliver era firme contra a minha, ele pediu passagem e eu cedi rapidamente, agora travávamos uma batalha em que ninguém sairia vencedor e assim como sempre acontecia quando ele me tocava eu me sentia em casa. O beijo foi ficando mais impetuoso e eu já arranhava a nuca dele com força, Oliver me beijava com volúpia e desespero e eu me ajeitei em seu colo colocando uma perna de cada lado da sua cintura ao mesmo tempo em que ele adentrava as mãos por dentro da minha blusa. O contato das mãos quentes contra a minha pele fria era inebriante e eu gemi alto quando senti as nossas intimidades se tocando por cima da roupa.

Minha mente estava tomada pela luxúria e a dele não estava muito diferente, mas eu sabia que era mais do que isso, desde a primeira vez nós nunca havíamos feito apenas sexo, sempre fizemos amor!

As mãos de Oliver começaram a andar pelas minhas costas, passando pela minha barriga, mas assim que elas chegaram aos meus seios eu parei abruptamente.

Eu queria fazer amor com Oliver? Por Deus, é claro que sim!

Esse era o momento adequado? Com certeza não!

Eu queria senti-lo dentro de mim, queria sentir o deslizar do seu membro grosso contra a minha intimidade que a esse momento já estava extremamente úmida, mas não era o certo a se fazer no momento. Oliver realmente me amava e eu me sentia aliviada em saber que o tempo não havia mudado isso, mas ele ainda tinha essas resoluções estúpidas de que tinha que se afastar pra me proteger e eu o conhecia bem, sabia que caso fizéssemos isso agora, as possiblidades de ele acordar arrependido eram enormes e eu não queria ver arrependimento nenhum depois que nos entregássemos mais uma vez um para o outro.

Oliver pareceu perceber a minha hesitação e encostou a testa na minha tentando recuperar o fôlego. –Algum problema? Eu fiz algo de errado? –Sorri diante da sua preocupação e acariciei o rosto que eu tanto amava. –Não, você não fez nada de errado! Eu só acho que deveríamos ir com calma, porque nós dois sabemos que a possibilidade de você acordar arrependido amanhã é bem alta e eu não quero que isso aconteça. –Oliver se preparou pra me contestar, mas eu lhe lancei um olhar firme e ele abaixou a cabeça parecendo admitir a verdade nas minhas palavras. –Eu não quero te magoar Felicity, mas ao mesmo tempo não quero te ver machucada, eu não sei o que fazer.

Encostei os meus lábios nos de Oliver em uma tentativa de acalmar o desespero que parecia tomar conta dele e fiquei satisfeita quando o senti relaxar. –E por isso nós vamos com calma até você decidir o que fazer. Eu te amo Oliver, mas já aviso que não vou te esperar pra sempre.

Ele assentiu parecendo um pouco desorientado e me beijou mais uma vez de forma faminta, eu correspondi o beijo com a mesma vontade, mas parei antes que isso pudesse evoluir. Saí do colo dele e voltei a me deitar, Oliver logo se deitou ao meu lado e me puxou para o seu peito, eu suspirei satisfeita e caí em um sono profundo.

...

Eu estava ocupada tentando terminar uma atualização do software principal da empresa, mordia uma caneta vermelha quando me deparei com ninguém menos que Oliver Queen entrando na minha sala.

—Felicity Smoak? Hey, eu sou Oliver Queen. –Eu precisei me segurar pra não revirar os olhos, ele achava mesmo que eu não o conhecia sendo que trabalhava na empresa da família dele? –Sim, eu sei. Você é o senhor Queen. –O homem à minha frente sorriu e por um momento ele pareceu tão meigo quanto um garotinho de cinco anos. –Não, senhor Queen era o meu pai.

—Sim, mas ele morreu. –Meu Deus, o que? –Quer dizer, ele se afogou. –Jesus cala a minha boca por favor, eu vou perder o emprego. –E você não, o que significa que você pode vir aqui e ver eu me enrolando toda, mas isso vai acabar em 3, 2, 1... –Respirei fundo e me virei novamente pra ele sorrindo calidamente. –Então do que precisa? –Ele parecia se divertir com a minha total falta de jeito e me entregou um notebook. –Eu acabei deixando cair café em cima dele. –Olhei de forma irônica pra ele e voltei os olhos pro notebook. Café? Com certeza não! –Jura? É que isso aqui parece buraco de bala. –Ele sorriu parecendo um menino arteiro e deu de ombros. –É que o café fica em um bairro muito perigoso!

Eu sabia que isso era mais que um sonho, era uma lembrança vívida do dia em que a minha vida começou a mudar...

—CASAAAAAAAAAAAAAAL é hora de acordar. –Como sempre Kathe estava em cima de mim e eu gritei com o susto. –De novo Felicity? Eu realmente achei que dessa vez seria diferente. –Revirei os olhos e me sentei, eu estava me sentindo dolorida devido ao fato de ter dormido no chão, mas ao mesmo tempo me sentia bem por ter dormido com ele. Oliver se levantou e me estendeu a mão, eu aceitei de bom grado e percebi que ele me puxou pra muito perto do seu corpo. Fomos interrompidos por um arranhar de garganta, Kathe e John nos olhavam com pura malícia e eu me senti corar. –Então crianças, a noite foi boa? Conversaram muito? Discutiram sobre a dívida interna do país?

John parecia não aguentar mais e saiu rapidamente, porém nem mesmo a distância nos impediu de escutar a gargalhada dele, Oliver olhou feio pra loira a nossa frente e ela devolveu o olhar sem abaixar a cabeça, eu ainda ficava espantada com essa altivez dela, eu mesma sentia dificuldade às vezes de travar uma batalha de olhares com ele, Oliver poderia ser extremamente teimoso quando queria, mas por incrível que pareça Kathe parecia não se importar com isso. Por fim eu vi algo inédito acontecer, Oliver cedeu e desviou o olhar e a viajante do tempo abriu um longo sorriso.

—Eu fiz o café da manhã do William e o levei pra escola. –Oliver assentiu e suspirou aliviado. Kathe percebeu isso e se aproximou do homem ao meu lado. –Isso aí foi um suspiro? Por acaso você acha que eu não sei cuidar de uma criança em fase de transição pra adolescência? Pense bem nas suas palavras Queen, elas podem ser as últimas. –Katherine falava de um jeito tão ameaçador que mesmo sabendo que ela estava brincando eu tive que prender a respiração. Oliver pareceu sem jeito e coçou a cabeça. –Bem, não. Não é que eu ache que você não é competente pra cuidar de crianças, é só que eu não sabia se você já tinha experiência e fiquei aliviado ao perceber que você cuidou do William direitinho.

Ela sorriu e se afastou de nós dois. –Parabéns, a sua resposta foi satisfatória. Agora vocês dois precisam ir pra casa, comer e tomar um banho, mas não no mesmo banheiro em safadinhos! –Eu corei desde a raiz do cabelo até o pé, eu tinha certeza que ela sabia que algo havia acontecido. Como essa garota sempre sabia das coisas?

Ah é, ela é do futuro!

—Brincadeira gente, vamos Felicity. Eu vou com você, porque eu quero ficar um tempo com a Donna, ela é muito legal. –Nós começamos a andar até que eu parei de repente. –Desculpe como é? Você disse que quer ver a minha mãe? –Ela deu de ombros e revirou os olhos. –Sim, ela tá na sua casa. Eu levei o William na escola e me deu uma vontade enorme de comer bolo de chocolate, daí eu me lembrei de que ainda tinha um pedaço gigante na sua casa e eu pensei “porque eu preciso gastar dinheiro se eu posso comer o bolo que tá na casa da Felicity?”. Eu fui pra sua casa e encontrei a sua mãe na porta, ela me disse que te ligou várias vezes, mas você não atendeu aí eu abri a porta pra ela.

QUE?

—Com abrir a porta você quer dizer que arrombou a minha casa de novo né? –Ela deu de ombros e recomeçou a andar. –Eu já te disse que não é uma fechadura difícil e por que você tá brigando comigo? Eu abri a porta pra sua mãe, sua ingrata. Eu vou subir primeiro pra deixar os pombinhos se despedirem, mas Felicity se você não vier logo eu vou voltar pra sua casa sem você e com o seu carro.

Ela fez uma carinha fofa e as portas do elevador se fecharam. Jesus, essa garota mais parecia um furacão! A propósito, o que diabos a minha mãe está fazendo aqui? Peguei o meu celular e confirmei o que a Kathe havia dito, eu tinha cinco ligações perdidas dela.

—Então, acho melhor a gente subir. Você não quer que ela pegue o seu carro né? –Sorri em direção ao Oliver e ele e retribuiu, caminhamos em silêncio até o elevador e o esperamos lado a lado. Eu não sabia bem o que fazer depois de ontem, então decidi que a melhor tática por enquanto seria esperar ele me dar algum sinal.

Adentramos a caixa de metal e em milésimos de segundo eu pude sentir a energia do local mudar, em um momento eu estava ao lado do Oliver e no outro eu estava sendo jogada contra a parede do elevador, ele me beijava com volúpia e eu me agarrava a ele para conseguir manter o equilíbrio. Rapidamente ele segurou com força as minhas coxas e me impulsionou pra cima, eu cruzei as pernas atrás da sua cintura e ele me segurou ainda mais forte contra a parede, eu podia sentir a sua boca por toda a parte, na minha boca, na minha orelha, no meu pescoço.

Eu ofegava de maneira desesperada e escutei Oliver grunhir alto quando mordi os seus lábios, o meu corpo estava quente e eu já não conseguia pensar direito, fui retirada daquela sensação de torpor pelo bip do elevador avisando que já havíamos chegado ao nosso andar, saí do colo dele e o joguei contra a parede oposta em uma velocidade anormal e respirei fundo tentando me recompor. Assim que as portas se abriram, sorrimos um para o outro e eu saí do elevador rapidamente já correndo em direção à porta, não podia correr o risco de deixar a Kathe ver o Oliver, aquele volume enorme na calça dele não passaria despercebido por ela.

Kathe me olhou confusa, mas entrou no carro comigo. Eu me controlava para respirar no ritmo certo e tomei o cuidado de colocar o cabelo de forma que tampasse o meu pescoço, eu tinha certeza que Oliver havia deixado inúmeras marcas nessa região. Só quando chegamos à minha casa é que percebi que a garota ao meu lado estava estranhamente quieta.

—Kathe, aconteceu alguma coisa? –Ela deu de ombros e sorriu. –Não, por quê? –Dei de ombros e começamos a andar. –Você acha que é certo o que estamos fazendo Kathe? Quando demos a notícia sobre o Espectro ontem todos pareceram chocados e aterrorizados, mas hoje de manhã é como se a gente estivesse se esquecendo do problema. –Ela sorriu e passou o braço esquerdo pelos meus ombros. –Felicity, não existe nada que possamos fazer no momento, a única opção é ficarmos atentos e tomarmos cuidados, precisamos estar preparados pra quando ele atacar, porque ele vai atacar, mas enquanto isso não acontece não podemos deixar de viver, se nos entregarmos ao medo, então ele já vai ter vencido. –Ela estava certa, eu não podia desistir. Assenti e ela me deu um sorriso, continuamos andando e quando eu abri a porta do meu apartamento fui recebida por um abraço de urso.

—Meu BEBÊ! –Sorri diante do apelido e retribui o abraço. –Oi mãe, o que você tá fazendo por aqui? –Ela bateu palminhas e se virou para abraçar a Kathe. –Eu sou a sua mãe, não posso mais vir te visitar? Eu estava sem nada pra fazer então pensei “por que não?”. –Eu revirei os olhos e adentrei mais o meu apartamento, fechando a porta logo em seguida. Eu queria conseguir ter a energia da minha mãe, mentalmente ela era muito mais jovem que eu. –Minha filha, que marcas vermelhas são essas no seu pescoço?

Praguejei mentalmente ao perceber que com o abraço o meu pescoço havia ficado exposto, eu procurei desesperadamente por uma explicação, mas Kathe foi mais rápida. –Ah, ela e o Oliver estavam se pegando no elevador. –Minha mãe mudou de expressão radicalmente e eu já sabia o que estava por vir, agora era hora de ter os meus tímpanos perfurados. Olhei feio pra Katherine e ela deu de ombros. –O que? Se você não queria que ninguém descobrisse deveria ter ofegado mais baixo.

Antes mesmo que eu pudesse pensar em responder, ele chegou, o som infernal. Minha mãe começou a gritar loucamente enquanto pulava pelo meu apartamento inteiro, Kathe apenas dava risada e eu me sentia presa em um manicômio.

DEUS, ME AJUDE!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu disse que esse cap teria muitas emoções, não disse? Mas essa calmaria não vai durar muito, afinal o Espectro está a espreita, o que será que vai acontecer com o nosso time e o nosso casal???
Comentem, favoritem, RECOMENDEM(eu deixo viu), façam essa autora feliz minhas amoras...

Ps: Eu queria dizer que não sei se vou conseguir postar outro cap antes do Enem, vou tentar de tudo pra conseguir, mas caso eu suma por uns dias vocês já sabem o motivo, se eu não conseguir voltar antes, assim que essa bendita prova passar eu vou estar de volta...

Beijooos!!!!



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