The Time Traveler escrita por Ciin Smoak


Capítulo 4
Painful truths


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um cap minhas lindas, obrigada a todos os que estão comentando e acompanhando a estórias, sério, vocês não tem ideia do quanto isso é importante pra mim...
Me desculpem por qualquer erro no capítulo, esse enem está me deixando doente, não ando aguentando mais...Comentem no final do cap por favor, vocês não tem noção do quanto cada comentário por mais simples que seja é importante pra escritora...
Enfim, perdoem pelo desabafo, segue o baile kkkkkkkkkkk!



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—Boa tarde senhorita Smoak. –Sorri para a mulher à minha frente e peguei o crachá de visitante que ela me estendia. –Boa tarde Martha, muito obrigada por me deixar entrar fora do horário de visitas. –Ela sorriu e meneou a cabeça, corri em direção aos corredores mais do que conhecidos e entre silenciosamente no quarto da Thea.

Os médicos a haviam colocado em uma espécie de coma pra que ela pudesse se recuperar dos ferimentos e eu sempre vinha aqui conversar com ela. Me sentei ao lado da garota forte que agora parecia tão frágil e segurei sua mão.

—Oi Thea, espero que você melhore rápido, todos estão sentindo a sua falta sabe? As coisas estão um pouco confusas agora, eu já te disse, o Espectro parece estar prestes a atacar e nós não temos nenhuma informação sobre ele, bem não tínhamos até uma hora atrás. Eu tô com medo, não sei qual vai ser a relação do Oliver quando vir aquilo e acho que foi isso que me levou a respirar fundo e marcar uma reunião com todos eles a noite e não agora, eu preciso de um tempo pra conseguir pensar no que vou falar. –O rosto dela estava tão tranquilo, os hematomas estavam claros e ela parecia dormir em paz. –Hoje eu passei a manhã com o William, tenho certeza de que na hora que você acordar vai ficar apaixonada pelo garoto, ele é tão fofo e tão meigo, dormiu no meu colo hoje e sei lá, eu me senti feliz. Seu irmão chegou bem na hora e pareceu maravilhado com a cena, mas falando sobre o seu irmão, não sei o que fazer com o Oliver, ele é bem cabeça dura quando quer e está se mantendo afastado de mim como eu já te falei há uns dias atrás, eu não sei o que pensar, minha cabeça está uma confusão só e eu me sinto tão perdida, a cada vez que eu olho pra ele sinto como se meu coração fosse sair pela boca, tudo o que eu mais quero é pular no abraço dele e não sair nunca, mas agora acho que ele está com a Samantha.

—Você não pode ser boba desse jeito, ele ama você! –Me virei assustada e vi Katherine parada na porta, ela sorria, mas parecia triste. –Há quanto tempo você está aí ouvindo? –Ela respirou fundo e se aproximou de mim, segurou a minha mão que estava livre e beijou minha cabeça, me espantei quando aquele simples gesto acabou por me passar uma sensação de paz tão grande. –Tempo suficiente, olha pra mim. Ele te ama, vocês dois só estão perdidos, mas vocês sempre encontram o caminho, então tenha calma, tudo vai se resolver ok? –As palavras dela conseguiram me deixar mais calma e soltei uma risada quando percebi que não estava acostumada com essa versão conselheira dela. –Olha só, eu conheci a Katherine sarcástica, a irônica, a divertida e principalmente a louca, mas não sabia que tinha uma versão madura. –Ela me lançou um olhar ultrajado, mas logo começou a rir baixinho. –Ei, ser louca é muito mais divertido, mas eu sou uma heroína, ser madura faz parte do pacote e além do mais, eu me importo com você e não gosto de te ver triste.

Sorri pra ela e apertei um pouco mais a sua mão, ela retribui o sorriso e se afastou levemente para fazer um carinho no rosto da Thea, nesse momento o monitor mostrou um leve aumento dos batimentos cardíacos dela, era como se a garota a minha frente sentisse a presença da Kathe. Observei a loira retirar uma ampola azul da bolsa e colocar uma agulha na ponta da mesma. –O que você vai fazer Kathe? –Ela sorriu arteira pra mim e voltou a se concentrar no trabalho. –Ajudar a nossa amiga a se recuperar mais rápido. –Ela injetou o tal líquido dentro da bolsa de soro da Thea e os batimentos aumentaram consideravelmente, mas logo voltaram ao normal.

Ergui as sobrancelhas e voltei a olhar pro rosto da minha amiga. –Eu preciso me preocupar com isso que você acabou de fazer? –Ela deu de ombros e guardou a ampola na bolsa. –Não, ela vai ficar bem! Só não conte nada ao Oliver, eu não quero o senhor paranoico no meu ouvido. –Sorri diante da frase dela e voltei o olhar pra garota morena à minha frente, de alguma forma desconhecida eu tinha a certeza de que a Kathe não seria capaz de nos fazer mal, ela havia aparecido ontem, mas eu já tinha percebido algo, essa garota estranha nos amava.

—Agora, vamos ao que interessa nerd. Você descobriu algo sobre o Espectro? –Olhei pra ela e suspirei cansada. –Sim, eu descobri. Marquei uma reunião com o pessoal hoje à noite. –Ela sorriu e bateu palmas. –Eu sabia que você ia descobrir, queria ter estado lá pra ver a sua cara quando achou os poucos rastros dele. –Ela havia acabado de insinuar o que eu achei que ela insinuou? –Espera, você já sabia quais informações eu ia encontrar? Porque você não me disse ao invés de me fazer procurar? –Ela deu de ombros e me lançou um sorriso inocente. –Qual seria a graça nisso? –Meneei a cabeça e me levantei pegando a bolsa. –Não vejo graça alguma, o Oliver vai surtar quando descobrir.

Kathe bateu palmas e me seguiu pra fora do quarto depois de dar um beijo na testa da Thea assim como eu havia feito. –Pessoas surtadas são divertidas. –Lancei o meu melhor olhar irônico e parei na recepção para entregar o crachá, quando saímos do hospital me dei conta de que não fazia ideia do que a loira havia feito para conseguir entrar, mas decidi que era melhor nem querer saber. –Estamos falando do Oliver, Kathe, do Oliver Queen. –Ela pareceu pensar por alguns segundos e parou de andar. –Tem razão, não vai ser divertido!

A garota me acompanhou até o meu carro e entrou no mesmo se sentando no banco do passageiro, respirei fundo e entrei no veículo também, eu já havia aprendido que não adiantava nada discutir com ela. – Felicity, que tal irmos tomar um sorvete agora? –Ela fez uma carinha fofa e eu sorri diante da cena. –Ok, tem uma sorveteria perto do meu apartamento, vamos lá. –Kathe pareceu nervosa no mesmo momento e negou rapidamente. –Não, tem que ser no parque. –Franzi o cenho e a olhei de lado esperando uma explicação. –Huuum, Barry me disse que já tomou sorvete lá e que é a melhor sorveteria da cidade, então eu preciso experimentar. Hoje, agora!

A olhei mais uma vez e apenas concordei com a cabeça, o parque tinha um lago muito bonito e eu estava com saudades de me sentar ali e apenas olhar a paisagem, apesar do medo que eu estava sentindo do Espectro eu sabia que de alguma forma Kathe era poderosa e se ela realmente havia aprendido a lutar com o Oliver eu não tinha com o que me preocupar.

Dirigi por aproximadamente 20 minutos até chegar ao tal parque e quando estacionei o carro sorri ao olhar a paisagem, o Sol estava se pondo e a vista era simplesmente deslumbrante, havia crianças correndo, casais apaixonados fazendo piqueniques e até alguns idosos jogando xadrez. Andei calmamente até a sorveteria e percebi que Kathe já estava lá fazendo o seu pedido, eu fui atendida logo em seguida, mas assim que me virei ela havia sumido.

Caminhei até o lado de fora da sorveteria e não vi a garota em lugar nenhum, suspirei frustrada e decidi caminhar perto do lago, talvez ela aparecesse. Retirei os sapatos de salto e os deixei encostados em uma árvore, eu sabia que ninguém os roubaria.

Depois de alguns minutos andando, decidi me sentar em um banquinho de madeira bem próximo da água e simplesmente relaxei curtindo a paisagem enquanto tomava o meu milk-shake de chocolate com menta.

—Felicity? –Travei automaticamente quando reconheci aquela voz e me virei lentamente para encarar aqueles olhos azuis. –Oi Oliver! –Ele parecia um pouco deslocado e apesar da situação atípica, apontei com a cabeça o lugar ao meu lado e ele se sentou parecendo um pouco aliviado. Depois de alguns minutos de silêncio constrangedor, decidi puxar algum assunto. –Então Oliver, eu não sabia que você gostava de vir aqui. –Ele me olhou e sorriu levemente, voltando o seu olhar pro lago. –Eu venho aqui quase todos os dias, é um bom lugar, me ajuda a pensar!

Assenti e decidi que era a vez dele de fazer algo para acabar com aquele silêncio. –Então, você marcou essa reunião com todo mundo na cave, o que aconteceu? –Encarei os meus pés descalços e suspirei, esse não era o lugar e nem o momento para contar nada. –Falaremos sobre isso na cave, aqui é um lugar pra relaxar e se acalmar certo? –Ele deu uma leve risada e se encostou de maneira mais relaxada no banco. Continuamos em silêncio, mas agora era algo confortável e percebi pelo canto do olho ele se aproximando disfarçadamente de mim.

—Por que veio aqui falar comigo Oliver? –Eu queria a verdade, estava cansada de rodeios e meios termos. –Eu te vi e você estava tão...enfim eu...só...precisava falar com você. –Assenti e estava pronta pra falar que estava feliz por ele estar aqui quando o celular dele tocou, novamente era a Samantha.

Oliver viu o meu olhar direcionado à tela do seu celular e desligou o aparelho, franzi o cenho em confusão diante disso. –Não vai atender sua namorada? –Eu não pude evitar o tom azedo e magoado, porque bem...eu estava me sentindo azeda e magoada. Oliver suspirou e levou a mão até o meu rosto me fazendo olhar pra ele, esse simples toque foi capaz de me trazer arrepios. –Ela não é minha namorada Felicity, Samantha é a mãe do meu filho, só isso. Eu não tenho nada com ela e se depender de mim nunca vou ter.

Tentei segurar, mas acabei sorrindo de leve, saber que ele não estava com ela era um alívio, não resolvia nem metade da situação, mas era melhor que nada. –Desculpe Felicity, eu prometi que conversaríamos e me afastei de você novamente. –Eu sorri sem nenhum humor e olhei dentro daquela imensidão azul. –Eu sei por que você se afastou, você quer me proteger, mas você já fez isso antes e não achei que você cometeria o mesmo erro duas vezes. –Ele respirou fundo e parecia verdadeiramente triste. –Eu sinto muito, mas não posso deixar que ele te machuque, eu já fico preocupado 24 horas por dia com o William, não vou aguentar ficar pensando que ele vai te encontrar e machucar você.

Suspirei e assenti, eu sabia que aquela conversa não daria em nada, então me levantei abruptamente do banco e me preparei pra ir embora. Comecei a caminhar pra longe dele sem olhar pra trás ou me despedir e andei rapidamente em direção a macieira para pegar os meus sapatos, porém quando ergui o meu corpo fui prensada contra a mesma.

—Me perdoa, por favor! Eu te...

—Oliver?

Nos viramos rapidamente e eu o empurrei de leve.

ISSO SÓ PODIA SER BRINCADEIRA!

Oliver deu um sorriso amarelo para mulher a nossa frente. –Oi Samantha, o que faz por aqui? –Ela deu de ombros e se aproximou dele. –Eu vi o seu carro parado por aqui, te liguei, mas como você não atendeu decidi te procurar. –Ele assentiu e percebi a mulher me olhando de cima a baixo, levantei a cabeça e ergui as sobrancelhas, não deixaria ela me intimidar. –Olá Samantha. –Ele sorriu falsamente e arregalou os olhos em uma expressão inocente. –Oi, Felícia não é? –Trinquei os dentes e respirei fundo. –É Felicity!

Ela deu um leve tapa na testa e voltou a sorrir. –É claro, o nosso filho falou muito sobre você hoje a tarde não é Oliver? –Ela fez questão de frisar bem a palavra NOSSO como uma tentativa de me atingir, porém antes que eu pudesse enfiar a minha mão na cara dela, senti uma mão segurando o meu ombro. –Oi gente, Felicity você sumiu mulher. –Kathe carregava uma expressão bondosa no rosto, mas o olhar dela não me enganava. Ela pareceu perceber que tinham pessoas a nossa volta e sorriu. –Ah, oi Oliver. E você deve ser a Samantha, certo? Eu sou a Katherine, Kathe pros mais íntimos, mas como você não é íntima pode me chamar de Katherine mesmo!

A mulher parecia espantada com a fala dela e eu me segurava pra não dar risada diante da cena, Oliver estava embasbacado e parecia não saber o que falar. Kathe se virou animada pra mim e bateu palmas. –Felicity, eu aprendi uma nova palavra, embuste. É uma pessoa que é chata pra caramba, incômoda, sonsa, ridícula, entre outras coisas, daí pra não precisar falar tudo isso a gente chama a pessoa de embuste. Eu escutei umas meninas falando e fui pesquisar, é tudo tão divertido por aqui.

Ela parecia ignorar Oliver e Samantha e rapidamente começou a me puxar pela mão. –Felicity, nós temos que ir. Tchau Oliver, tchau embuste!

Segurei o máximo que pude, mas quando percebi que já estávamos a uma distância segura gargalhei alto, eu precisava muito ter uma câmera naquele momento, a cara da Samantha foi impagável.

—Eu não acredito que você falou aquilo sua louca. –Ela acompanhou a minha risada e deu de ombros enquanto voltávamos pro carro. –Ela mereceu, atrapalhou o beijo épico que vocês iriam ter.

Espera, beijo épico?

—Kathe, você estava nos espionando? –Ela negou rapidamente e começou a andar mais rápido. –É claro que não mulher, como eu disse você sumiu e quando finalmente te achei vocês estavam quase se beijando.

Entramos novamente no carro e seguimos pra minha casa, eu precisava tomar um banho e me arrumar pra guerra...ops, reunião!

—Felicity, eu posso tomar banho na sua casa? –Revirei os olhos e sorri.

Essa garota era realmente impossível!

...

—Então Felicity, sobre o que você queria falar? –Respirei fundo e caminhei calmamente até o centro da sala, todos estavam aqui, Oliver, Diggle, Curtis, Rene, Dinah e Kathe.

Eu não sabia como dizer, tinha certeza de que aquilo deixaria o Oliver surtado, Kathe e Curtis eram os únicos que sabiam o que realmente estava acontecendo e perceberam o meu desespero, rapidamente eles se colocaram ao meu lado e consegui respirar mais aliviada.

Limpei a garganta e levantei a cabeça. –Bem, com a ajuda da Kathe conseguimos descobrir algumas informações sobre o Espectro! –Se antes a atenção deles já estava em mim, agora eu parecia à atração principal de um circo. –O nome dele é Dominic Hill Phillips e há alguns anos atrás ele trabalhava pro governo em um projeto especial que queria tornar possível transpor moléculas, na realidade se trata da roupa que ele usa pra atravessar as paredes.  O grande problema é houve um erro nos testes e por mais que nós não tenhamos informações o suficiente, pude perceber que aconteceu algum tipo de acidente e isso danificou o corpo dele.

—Ok, mas o que isso tem a ver com a gente? O que o trouxe até Starling? –É claro que Oliver iria querer juntas todas as peças do quebra cabeça, suspirei e me virei pra ele. –Por causa disso.

Entreguei a foto com as mãos trêmulas e vi a expressão dele mudar de confusa para temerosa e angustiada, o corpo do Oliver parecia ter virado gelatina e ele precisou se sentar rapidamente, Diggle foi até ele e pegou a foto das suas mãos, logo os outros se colocaram atrás do meu amigo e passaram a observar a imagem com espanto também.

Oliver não parecia nada bem e fechou os olhos em meio a um suspiro alto. Diggle percebendo que o líder estava impossibilitado de pedir explicações no momento decidiu tomar a frente da situação. –Felicity, o que significa isso? –Eu não conseguia desviar o olhar da expressão torturada do homem que eu amava. –Ao que parece ele financiava o projeto e tinha uma relação próxima com o Espectro, mas quando tudo deu errado ele cancelou a verba que destinava à pesquisa e praticamente abandonou o homem no hospital pra morrer. –Todos estavam chocados e agora entendiam o porquê do Espectro querer atacar o Oliver.

A foto mostrava um jovem Dominic abraçado a ninguém menos que...Robert Queen!

Oliver se levantou rapidamente e seguiu para o elevador a passos firmes, eu sabia que ele estava triste e com medo, mas também sabia que ele não iria querer demonstrar isso na frente de ninguém. Todos ficaram em silêncio depois da saída brusca e eu me sentei esgotada, desde o momento em que havia visto a maldita foto tinha certeza de que aquilo destruiria Oliver.

Mais uma vez um super vilão queria machucar todos que Oliver amava em uma forma de retaliação por algo que o pai dele havia feito.

Senti uma mão acariciando os meus cabelos e levantei o olhar para encontrar Katherine. –Felicity, ele precisa de você! –Eu podia consolar Oliver? É claro que podia, era tudo o que eu mais queria, mas ele precisava me deixar fazer isso.

Decidi que pelo menos dessa vez não pensaria e agiria somente com o meu coração, me levantei rapidamente e segui para o elevador. Não importava o fato de que não estávamos no nosso melhor momento, não importava o fato de que ele ainda se recusava a ficar comigo em nome da minha segurança, não importava o fato de eu estar chateada, nada mais importava além do fato de que eu o amava e precisava cuidar dele, o resto resolveríamos depois.

Caminhei apressadamente até o outro lado da rua e observei Oliver com a cabeça encostada na parede do beco, ele parecia tão triste, mas assim que me viu mudou a sua postura de forma drástica.

Oliver, você ainda não percebeu que não precisa fingir comigo?

—Felicity, tente descobrir mais alguma coisa e reforce os sensores de segurança da cave, vou fazer o mesmo com os da minha casa e os da prefeitura, agora que sabemos qual é a motivação dele temos que ficar mais atentos. –Eu o observava agir no modo “sem sentimentos”, mas eu sabia que não podia deixar que isso continuasse, eu não queria que ele ficasse se torturando quando estivesse sozinho. –Felicity? –Olhei naquela imensidão azul e fiz a primeira coisa que veio à minha mente, eu o abracei.

Oliver ficou estático em um primeiro momento, mas logo passou a os braços pela minha cintura e acomodou a cabeça no meu ombro, ficamos assim por algum tempo e nenhum dos dois se atreveu a dizer nada, ele me apertava com tanta força que me fazia sentir dor, mas eu não o afastaria, ele precisava de mim. Senti o meu ombro ficando úmido e percebi que ele estava chorando, meu coração se quebrou naquele momento e eu comecei a chorar junto.  Oliver foi descendo lentamente pela parede do beco e eu fui acompanhando o seu movimento, logo estávamos sentados naquele chão imundo com ele praticamente no meu colo.

—Ei, vai ficar tudo bem. Eu tô aqui, nós vamos vencer como sempre fazemos. –Oliver levantou os olhos marejados em minha direção e naquele momento eu pude ver o sofrimento dele. –Por que ele fez todas essas coisas Felicity? Ele era o meu pai, eu o amava, mas durante todos esses anos eu descobri coisas horríveis dele, não é a primeira vez que um vilão decide aterrorizar a cidade pra me atingir como forma de vingança contra o meu pai, até quando as ações dele vão continuar machucando tantas pessoas? Aquele cara pode machucar meu filho, pode machucar você. É tudo tão horrível, tão feio.

Respirei fundo e acariciei o seu rosto. –Então se concentre em algo bonito, qualquer coisa, ache alguma coisa bonita e se concentre nela agora, nada é tão horrível ao ponto de não poder ser melhorado, você só não pode desistir. –Oliver pareceu pensar por um minuto em todas as minhas palavras e deu um leve sorriso, era um sorriso triste, mas ainda sim era um sorriso. –Você! –O encarei confusa e meneei a cabeça. –Você me pediu pra achar algo bonito, você. Você é tão bonita.

Meu coração palpitou de alegria e lentamente me aproximei do rosto dele, comecei a dar leves beijos por toda a bochecha esquerda de Oliver, passando para a direita logo em seguida em uma tentativa de secar cada resquício de lágrima e mostrar que eu sempre estaria aqui. Minha vontade de encostar meus lábios nos dele era enorme, mas eu sabia que não podia fazer isso, eu queria consola-lo, queria cuidar dele, mas o meu coração também tinha limites e eu não podia me arriscar desse jeito.

Me levantei calmamente e puxei sua mão comigo. –Vamos? Os outros devem estar preocupados. –Ele assentiu e começou a andar ao meu lado, percebi que ele estava respirando fundo pra se recompor, mas eu podia ver que ele estava consideravelmente melhor e isso me deixava aliviada.

Entramos no escritório e descemos pelo elevador em silêncio, quando as portas se abriram ele parecia o mesmo de sempre. Todos nos olhavam ansiosos, com exceção da Kathe que estava me lançando olhares maliciosos. Oliver se colocou no centro da sala e limpou a garganta antes de começar a falar. –Agora que sabemos quais são as motivações dele temos que ficar ainda mais atentos, ele quer vingança, mas o fato de ainda não ter feito nada realmente grave mostra que ele está planejando algo grande e precisamos ficar prontos, por isso eu quero que vocês redobrem os cuidados, aumentem a segurança das suas casas, fiquem de olho no sistema elétrico dos seus carros, tenham os números uns dos outros na discagem rápida e evitem sair sozinhos a noite, qualquer movimento suspeito, qualquer um, não hesitem em pedir ajuda, ou ao menos avisar à alguém sobre o que está acontecendo. Eu tenho a impressão de que ele não vai demorar muito pra mover alguma peça desse tabuleiro.

Todos assentiram e começaram a se levantar, Rene pegou o seu capacete e se virou na direção da Dinah e do Curtis. –Curtis você quer que a gente te acompanhe? Eu e Dinah moramos perto, mas podemos seguir você de moto até a sua casa, assim garantimos que ninguém fique sozinho. –Meu amigo assentiu prontamente e os três seguiram para o elevador.

Diggle se levantou logo em seguida e Katherine imitou os seus movimentos. –John eu vou com você até a sua casa pra ter certeza de que você vai chegar bem. –Ele assentiu, mas acabou por se virar com um olhar divertido para a loira ao meu lado. –Ok, mas quem garante a sua segurança? Você vai ficar sozinha por aí? –Kathe deu de ombros e sorriu de forma assustadora. –Não se preocupe comigo, nada vai me acontecer. Agora vamos logo que eu estou com fome, se cuidem pombinhos.

Revirei os olhos ignorando o comentário dela e Oliver apenas deu um leve sorriso, os dois foram embora rapidamente nos deixando sozinhos mais uma vez, comecei a desligar todos os computadores e pelo canto do olho vi o Queen se sentando nos degraus da escada com a tal foto nas mãos.

Quando terminei tudo peguei a minha bolsa e comecei a caminhar em direção ao elevador. –Felicity, eu te levo em casa. Por segurança sabe! –Assenti e me virei rapidamente pra que ele não visse o pequeno sorriso no meu rosto, escutei o barulho de passos vindo em minha direção e quando me virei pra olha-lo...

NADA!

Tudo ficou escuro e eu soltei um grito de surpresa, logo senti Oliver ao meu lado e busquei sua mão. –Oliver, o que aconteceu?

—Não sei, vou mandar mensagem pro Diggle, ele ainda deve estar aqui por perto. –Balancei a cabeça em confirmação mesmo sabendo que ele não poderia ver e esperei ele digitar a tal mensagem, depois disso Oliver ligou a lanterna do celular e nos guiou até a escada onde ele estava há alguns minutos e decidimos nos sentar ali para poder esperar a resposta do John.

Esperamos em silêncio por cerca de vinte minutos e quando eu mesma ia pegar o celular para ligar pro John as luzes do lugar se acenderam de uma só vez. Sorrimos um para o outro e suspiramos aliviados, nos levantamos rapidamente e vi que o John estava ligando pro Oliver, ele se afastou um pouco pra atender enquanto eu ia em direção ao elevador, apertei o botão, mas as portas não se abriram. Será que era o mesmo problema do dia anterior?

Ouvi Oliver se aproximando e me virei pra ele com o cenho franzido. –Oliver, o elevador está com algum problema. –Ele suspirou parecendo encabulado e ansioso. –Na verdade não, Diggle me disse que ele e Kathe estavam virando o quarteirão quando houve um apagão geral, eles passaram os últimos vinte minutos tentando reestabelecer a energia aqui de baixo uma vez que a do escritório já havia voltado, mas parece que o apagão causou um defeito no elevador e eles só vão poder consertar amanhã.

Não, isso não estava acontecendo comigo!

—Isso quer dizer que...

—Sim Felicity, quer dizer que vamos ficar presos aqui até amanhã.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam do cap? Comentem minhas lindas, quero saber da opinião de cada uma de vocês...
Quem quiser pode favoritar(ou recomendar, cof cof) que eu não me importo não viu, super gosto kkkkkkkkkkk...
Até o próximo capítulo,
beijoos!!!



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