Operação Cinderela escrita por Lily


Capítulo 23
22. Caitlin


Notas iniciais do capítulo

Gente, sinto muito mesmo pela demora. Eu não conseguia terminar esse capítulo, não tinha uma inspiração boa para isso. Mas graças as Musas eu consegui.
Não é um dos meus melhores (na minha opinião), mas serve para o que é queria. A estória está perto do fim, faltam poucos capítulos e eu ainda não consegui decidi qual final será, tenho quatro opções e já mudei diversas vezes. Mas acho que vou seguir com a original.
Espero que gostem e boa leitura.



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C A I T L I N 

Haviam batidas insistente em sua porta às duas da manhã. Caitlin se pergunta quem em sua sanidade perfeita se arrastaria da cama e iria até sua porta apenas para lhe irritar.

Bufou irritada enquanto seguia até a porta, ficou na ponta dos pés e olhou pelo olho mágico, Rafael estava apoiado na porta parecendo tentar se equilibrar, ele segurava precariamente uma garrafa de alguma bebida alcoólica.

Caitlin deu um passo para trás quando ele voltou a bater.

—Caitlin… abre a porra da porta. Preciso de você!. - Rafael gritou socando a madeira com mais força. Caitlin engoliu seco sentindo seu coração bater cada vez mais rápido. - Caitlin!

Ela recuou para trás às cegas e apenas parou quando bateu na bancada da cozinha.

—Abre a porra! - ele gritou novamente investindo contra a porta. - Eu sei que você tá aí!

—Vai embora Rafael ou eu chamo a polícia!

—Abra a porta, eu apenas quero conversar.

—Caitlin?

Ela se virou dando de cara com Lily parada no corredor. Rapidamente foi até a irmã e a segurou pelos ombros.

—Vá para o quarto, pegue o celular e peça ajuda. - ordenou.

Lily assentiu e correu até de volta para o seu quarto. Caitlin se voltou para porta sem conseguir conter as lágrimas.

Era como estar de estar a sua adolescência, os gritos e as ameaças. Eles não eram tão altos naquela época, estavam mais para olhares insistentes e piadas de duplo sentido. Coisas que sua mãe nunca havia notado, mas que ela rezava todo dia para que ela notasse. Ela se sentia como aquela garota de dezessete anos torcendo para que sua matrícula fosse aprovada e pudesse se mudar de cidade, ir para longe daquela casa e começar a viver longe dele.

—Caitlin! Eu sei que está aqui. Eu apenas quero conversar.

—Vá embora, Rafael! - gritou sentindo corpo tremer de raiva e medo.

—Vamos lá, Cait-Cait. Eu preciso de você.

Aquela voz pareceu despertar suas piores lembranças. A noite quanto ela estava sozinha ou quando chegava do colégio. Aquela voz que sussurrava coisas que ela não gostava de ouvir. Aquela voz que a assombrou por anos até ela finalmente conseguir se libertar.

Fechou os olhos sentindo o aperto em seu peito pressionar seu coração.

—Eu apenas quero as minhas meninas! Vamos lá, amor. - Rafael insistiu investindo ainda mais contra a porta. Caitlin sabia que a madeira não iria resistir por muito tempo, quando Rafael bebia ficava violento e descontrolado, há última vez que ela havia visto-o assim as coisas não tinham acabado bem.

Recuou alguns passos quando as dobradiças cederam e a porta foi ao chão. Sua voz se perdeu quando seus olhos se encontram com os de Rafael, eles estavam vermelhos e arregalados.

—Oi princesa. - ele disse com um sorriso no rosto.

Caitlin tentou correr, porém, mesmo bêbado, Rafael era mais ágil, em poucos passos ele a alcançou, a segurou pelo braço e a puxou para si. Caitlin tentou se desvencilhar daquele terrível abraço, todavia ele era mais forte e prendeu.

Ela podia sentir as lágrimas escorrerem pelo seu rosto enquanto gritava o mais alto que conseguia.

—Ah, Cait. - Rafael abaixou a cabeça colando seus lábios no pescoço dela. Caitlin congelou sem conseguir se mover, já não sentia mais seu coração bater, nem sua respiração. Fechou os olhos apenas esperando pelo pior. - Minha Cait.

De repente ele a soltou bruscamente, Caitlin abriu os olhos encarando Rafael jogado no chão e em cima dele estava Barry. Caitlin gritou quando Rafael acertou um soco no rosto de Barry fazendo-o cair para o lado. Ela olhou para os lados e pegou o primeiro objeto que viu, um vaso vazio de flores, e acertou na cabeça de Rafael, o homem gemeu e se jogou no chão. Caitlin correu até Barry e se ajoelhou ao seu lado.

—Barry! Você está bem? - indagou segurando o rosto dele e examinando o machucado.

—Seu namoradinho é fracote. - Rafael rosnou enquanto se levantava cambaleante e avançava novamente sobre ela. Desta vez Barry a empurrou para o lado e acertou um soco em cheio no rosto de Rafael que por fim caiu no chão atordoado.

—Caitlin.

Ela fechou os olhos deixando Barry a envolver em seus braços. Aquele gesto de afeto fez seu coração lentamente se acalmar.

—Está bem. Tudo vai ficar bem.

xxx

—Como você me soube? - Caitlin indagou encarando a movimentação a sua frente. Da última vez que esteve em delegacia de polícia havia sido por conta de sua mãe, agora era por Rafael. Barry esteve ao seu lado durante as últimas horas, desde que saíram do apartamento acompanhados dos policiais até o momento em que ela fez o boletim de ocorrência. Ele ficou lá apenas para saber se ela ficaria bem. Ele se importava e isso a alegrava.

—Lily me ligou, disse que você estava em perigo e eu vim, quer dizer, fui o mais rápido possível para sua casa. - ele disse olhando para a garota que tinha a cabeça deitada no colo de Caitlin. Aquela agitação todo havia sido demais para Lily.

—Eu disse para ela pedir ajuda, achei que ela tivesse ligado para a polícia.

—Lily ligou direto para mim e quando eu estava no carro acabei ligando para cá e pedindo ajuda. Tive a sorte de alguns amigos meus estarem de plantão hoje à noite. - Barry falou, Caitlin assentiu e abaixou os olhos para sua irmã. - Ele sempre foi violento assim?

—Não. Ele nunca chegou a este ponto. - sussurrou. Não sabia porque, mas estava envergonhada por toda aquela situação, era vergonhoso demais saber que aquilo tudo era culpa dela.

—Ele já... ultrapassou algum limite com você? - Barry indagou, de soslaio ela pode notar a tensão no rosto dele e suas mãos fechadas em punho sobre suas pernas, ela esticou o braço e cobriu a mão dele com sua, Barry abriu a palma e deixou os dedos dela deslizarem sobre os seus.

—Não. Apenas insinuações e olhares indiscretos. Algumas vezes ele ia além, tentava me tocar e falava coisas que eu não gostava, mamãe não sabia, ela achava que eu odiava porque ele estava tomando o lugar do meu pai, mas eu detestava Rafael porque ele fazia com que eu me sentisse suja, envergonhada e amedrontada. - revelou sentindo Barry apertar sua mão em compreensão. Fechou os olhos jogando jogando a cabeça para trás. - Isso tudo é culpa minha. Sempre foi.

—Não. Não foi. - Barry assegurou com sua voz calma. - Caitlin nada disso é culpa sua. Rafael é louco que acha que você pertence a ele, mas isso não é verdade.

—Ele sempre insistia, sabe? Ficava dizendo que eu deveria ser dele e de mais ninguém, que eu deveria ser grata por todos os anos em que ele me sustentou e meu deu um teto. Que eu deveria amá-lo por ser tão generoso. - contou se sentindo mais relaxada ao dividir aquela história com Barry.

—Sua mãe sabia?

Caitlin negou com a cabeça usando a mão livre para limpar as lágrimas.

—Ela era feliz com ele. Ela o amava. Eu não tinha coragem de contar a verdade, ela já havia sofrido tanto com a partida do papai que eu pensei que estragar a felicidade dela seria me tornar uma pessoa horrível. Então eu aguentei Rafael até conseguir me mudar de cidade para fazer a faculdade. Depois eu voltei e aluguei meu próprio apartamento, eu estava bem até a morte da mamãe, Lily veio morar comigo e Rafael começava a me visitar mais vezes, eu já tinha o Ronnie, mas mesmo assim isso no o impedia de investir em mim. Ele dizia que poderíamos ser uma família novamente. Mas ele não percebeu que nunca fomos uma família de verdade. - revelou e então sentiu o toque da mão dele em seu rosto limpando as lágrimas que ainda rolavam. - Eu apenas queria o bem de Lily, por tentava ser cordial e simpática, mas ela também notou que algo estava errado, ele começou começou a ficar possessivo com ela, não a deixava sair com os amigos ou fazer nada sozinha. Lily estava com medo, Barry. Eu via isso nos olhos dela. Então eu resolvi que vou procurar um advogado, vou tirar a guarda de Lily dele. Eu não posso ver minha irmãzinha sofrer.

—Você está certa. - Caitlin abriu os olhos e se voltou para Barry, ele lhe sorriu com graça e compaixão. - Você é a mulher mais forte e maravilhosa que eu já tive o prazer de conhecer. Você é incrível.

Caitlin deu um meio sorrisos antes de deitar a cabeça contra o ombro de Barry. Para Caitlin aquela noite estava sendo uma das piores de sua vida, mas com Barry ali do seu lado, ela podia ver uma luz no meio da escuridão. E aquilo era tão bom.

xxx

Lily estava na sala enquanto Caitlin preparava o lanche da tarde. Nenhuma das duas tinha ânimo ou vontade de fazer qualquer coisa naquele dia. Ela havia ligado para Amaya e lhe explicou toda a situação, era óbvio que sua amiga tinha ido ao seu auxílio assim que possível e tinha lhe assegurado que falaria a direção da escola tudo o que aconteceu. Felicity ainda não tinha aparecido, mas tinha mandado algumas mensagens de apoio para ela e Lily.

Já Ronnie, seu noivo não havia dado às caras durante toda a manhã e nem o celular estava atendendo. Caitlin já havia desistido de tentar entrar em contato com ele, para falar a verdade, ela já havia desistido dele.

Não foi como estalo súbito em sua mente, estava mais para uma escolha feita há um bom tempo, mas que somente agora ela tinha coragem de dizer em voz alta. Caitlin sabia que ela e Ronnie já não eram mais um casal, isso era óbvio em vários sentidos. Ela apenas estava cega e cansada demais para perceber isso.

Ela poderia até ter amado Ronnie por um tempo, mas este amor havia se tornado cansativo, e quando o amor cansa, já não tem volta.

Caitlin suspirou enquanto fechava a geladeira, sua porta da frente havia sido consertada horas antes por um marceneiro que Barry havia ligado. Ele havia sido seu seu anjo da guarda, tinha passado a noite na delegacia com elas e havia feito questão de levá-las para casa. Barry só tinha lhe deixado porque ela havia insistido que ele também precisava de um descanso. Era estranho saber que havia alguém que se importava tanto com você ao ponto de lhe seguir mesmo sem saber para onde você vai.

Se jogar de um precipício sem olhar para baixo, correr pela estrada sem saber o fim, nadar o mais fundo que podia sem se afogar, aquelas comparações tolas que fazia quando era mais nova eram sua forma de dizer o quanto o amor podia ser grandioso. Mas ela percebeu que o amor às vezes não era extravagante ou exuberante, ele podia ser simples e fácil. Como um soma matemática de um mais um ou uma canção que você aprende a letra rapidamente. Algo que você não precisa se esforçar para saber, algo que já está dentro de você, guardado em sua memória e cravado em seu coração.

—Caitlin. Seu celular tá tocando. - Lily gritou. Caitlin balançou a cabeça e correu até o balcão, pegou o aparelho e rapidamente o colocou no ouvido.

—Alô?

—Caitlin Snow, aqui é Gen Putih da seção de publicidade da revista Vênus e eu apenas queria confirmar se você recebeu o email que enviamos hoje cedo.

—Não tive tempo de checar meu email hoje. Espere um minuto. - pediu enquanto corria até a mesa e abria o notebook, demorou alguns minutos para finalmente acessar sua conta. - Mas do que trata o email mesmo?

—Apenas gostaria de confirmar se você gostou dessa foto da capa para usar na edição deste mês. - Gen disse.

Caitlin mordeu o lábio e clicou na primeira mensagem. A foto reproduzida a sua frente era dela e de Ronnie na sessão de fotos das cores, porém não foi isso que lhe chamou a atenção, na verdade foi o título escandaloso da matéria.

“Os sinos já estão à tocar. Caitlin Snow e Ronnie Raymond, o casal ganhador do concurso Operação Cinderela”

—Mas que porra?!!!


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