Queda para o Alto - Interativa escrita por Captain Butter


Capítulo 1
Prólogo - Lunacy


Notas iniciais do capítulo

Ayooooo!
Espero que gostem o/
Nada a declarar por agora, haha ^-^
Boa leitura :3



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Prólogo

Lunacy



— Você sabia que leva aproximadamente 8,2 segundos para um homem se apaixonar? – o homem tremeu quando a mulher se aproximou, os olhos se esbugalharam, a respiração acelerou, seu coração quase saiu pela garganta.

Ele nunca havia sentido tamanho medo. Medo, aliás, não era a palavra certa para a sensação, terror, horror, pavor, loucura, castigo… há uma infinidade de adjetivos possíveis para descrever o quão frágil aquela pobre alma se encontrava, mas nenhum deles chegaria perto o bastante para transmitir a real sensação de como era estar nas garras daquela mulher. Preso como um pássaro em uma gaiola.

— Ora… não fique desse jeito, docinho. Vai acabar me deixando excitada. – ela soltou um riso curto e agudo que ricocheteou nas paredes negras da catacumba – O amor que vocês, humanos, possuem é um sentimento tão puro, primitivo e cego que chega a ser hilário. Vocês se deixam levar, matam, morrem, torturam, sangram, tudo por uma tolice como o amor. Homens apaixonados são capazes de fazer qualquer coisa pelas mulheres que amam, sabe? – a figura se aproximou, inalando profundamente o aroma de sujeira, suor e pânico, ele estava quase no ponto, não havia como negar, ela não pôde evitar de sorrir mais uma vez – Uma das vantagens de ser como eu é que, inevitavelmente, todos acabam se apaixonando por mim.

Ela o beijou por breves momentos. Não fui um beijo bom e muito menos prazeroso, não para ele. A mulher sentia-se preenchida, renovada, pronta para qualquer coisa. Quando se afastou respirou profundamente, sentindo um derradeiro calafrio se espalhar por todo o seu corpo em um êxtase luxuriante. Ela abriu seus olhos e mordeu os lábios, sentindo o gosto de sangue, nada se comparava aquilo, nada. Era um grande mistério para a feiticeira como as pessoas conseguiam viver sem aquela sensação, sem aquele vício. Ela jamais compreendeu os mortais e sabia que jamais compreenderia, mas não entendia como viviam sem prazeres extremos.

Suas pupilas brilharam em carmesim, sua voz se tornou macia e sedutora, ela estava quase em seu ápice. O homem parecia ter deixado seu estado são, sua pele cinza como as nuvens de inverno davam-lhe um aspecto morto, a vida abandonara aquele corpo instantes antes, mas sua alma ainda permanecia lá, presa na gaiola de carne humana.

— Levante-se – ela ordenou e a casca sem vida do que outrora fora uma pessoa obedeceu – Pegue a espada sobre a mesa de mármore – a mulher mal se controlava, ela não via a hora de finalmente acontecer, sua voz se dissolvera, repleta de pecado, cada canto arrepiado de seu corpo, o suor em suas mãos… o tempo pareceu correr mais devagar – Agora… venha, docinho. – ela colocou o dedo no queixo do homem, sentindo a barba espetar-lhe a pele e sussurrou, baixinho – Poderia, por favor, arrancar o seu braço esquerdo?

Dos males, o pior. No passado, aquela mulher fora incrivelmente disputada por mundanos, guerras foram travadas por sua mão, reinos derrubados, corações partidos e, no fim, todos acabavam levando o mesmo destino. O homem levantou a lâmina, ela brilhou com o raio de luar que entrava no cômodo por uma fresta no alto das paredes e sibilou enquanto descia, rasgando carne, nervos e ossos ao cravar em seu ombro.

Sangue jorrou do ferimento e a mulher gritou. Não com surpresa, medo ou espanto, mas com prazer, seus olhos brilharam de novo, desta vez com fascínio e ansiedade. Sangue manchou seu rosto, sujou seus cabelos e o vestido de babados branco, ela se contorceu e gargalhou, mordendo a língua. Como é bom, como é bom, como é bom!, as palavras rondavam sua mente, repetidas e repetidas vezes sem uma única pausa.

O homem permaneceu em silêncio assistindo a cena da mesma forma que um fantasma observa sua cova, parado, sem emoção alguma, apenas sangrando mais e mais até que finalmente desmoronou, seco. Sua pele estava quase transparente.

Quando o corpo caiu, desta vez sem alma, a mulher estava com a mente enevoada e quase não ouviu o som gorgolejante que fez ao aterrissar em uma poça vermelha. Aquela era a melhor parte, não havia pensamentos, nem problemas, apenas o prazer que cada gota rubra lhe proporcionava no instante em que tocava sua pele.

— Satella? – uma voz ecoou pelas paredes, vinda de cima, no alto da escada – Já terminou com o seu fetiche idiota? – ao contrário da voz de Satella, essa era seca e aparentava ser incrivelmente antiga – Temos trabalho a fazer.

Satella riu e levantou-se com as mãos sujas de sangue.

— Mas é claro, Vennomia – ela soltou uma risada cínica, como se não ligasse para as palavras da bruxa velha.

Ela virou-se e começou a andar, subindo degrau por degrau enquanto as engrenagens de seu cérebro voltavam a funcionar. Faltando pouco para chegar na metade da gigantesca escadaria, ela estalou os dedos e o corpo, juntamente com o braço decepado e todo o sangue no chão, sumiram.

Evaporaram por completo no ar.


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Notas finais do capítulo

FICHAS:
https://goo.gl/forms/0H6dPNerubKqkap63

E aí? Como ficou q-q
Críticas são sempre bem-vindas, por favor, comente o que achou do capítulo, sua opinião é muito importante!
Até o próximo ♥