De "Caraminholas" na cabeça, eu entendo bem! escrita por Camylla Almeida


Capítulo 3
3° - Ai, Boletos.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Hoje é uma daquelas madrugadas insones onde além de não dormir, acorda-se todas as células do corpo em genuína inquietação. Preparando uma jarra de café e bebi saudade, agora estou levemente perdida sem saber o que fazer quando o dia amanhecer, observando o relógio e constatando que falta pouco para o dia clarear. Quando todos estão acordando, eu estou indo dormir. Isso é o que acontece quando se perde o foco, tudo saiu dos trilhos e até o plano Z não deu certo... Talvez eu não tenha tentado com o afinco necessário e me banhar em lamúrias seja realmente mais fácil que assumir as rédeas da minha vida e colocar um ponto final em tudo que me faz mal, mas como se faz isso? Sempre ouvi falar em "cortar o cordão umbilical", mas nunca ganhei um manual de como fazê-lo - se é que pode - afastar-se de tudo o que se conhece, se tornar alguém na vida e orgulhar os seus. Passos tortos, aos tropeços, quem consegue se manter de pé nos dias de hoje?

É tudo superficial, artificial; virtual. Amigos "cara a cara" não se encontra mais, artigo de luxo, raridade mesmo. Hoje mais cedo, pela manhã, pensei em ir procurar um amigo em algum antiquário no centro da cidade, alguém de carne, osso e palavras reconfortantes. Alguém que estivesse presente quando o estopim para o meu egoísmo ser revelado acontecesse e as palavras de apoio me serviriam como um bálsamo. Desisti, o antiquário é longe e caro. Na carteira, tenho apenas alguns trocados. A vida adulta já¡ chega batendo na porta em forma de faturas de cartões de créditos, boletos, contas para pagar, luz, Água, gás, mercado... Até o que se vai vestir! Sabão para lavar as roupas que se vai repetir até surrar, enquanto a vida te dá uma surra diariamente. Covardia é a insônia que domina as noites e faz do amanhecer um evento descontente.

Prazer, Cecília; eu tenho saudades de ser criança.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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