Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 22
Capítulo 22 - Penélope


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!
Desculpem a demora. O texto tomou um rumo que eu não gostei. Precisei rever os capítulos e reescrever tudo. Colocar no eixo. Sem falar nas festividades de final de ano que me tomaram um tempo enorme.
Tomara que ainda estejam interessadas em acompanhar o Dean e a Penny. Não sei se vcs vão gostar muito. Mas, está aí. Um obrigada mais do que especial a todas vcs que estão aqui sempre. Me perdoem a demora. Carina, Mary, Mamanda,Sra, Anna, Frozilda, Doida, Rosas, Beca e Gabi
Um beijão especial para todas vcs. OBRIGADA!!!!!!!!!



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PENÉLOPE

 

Acomodei a cadeira no lugar, junto a mesa de jantar. Os pratos, as taças, talheres, cada coisa estava em seu devido espaço. Arrumadinho com perfeição. A casa estava impecável. A música de instrumental fundo era suave. Tudo pronto para a ceia de Natal. Os poucos amigos e os sócios de Victória lentamente começaram a chegar. Eles são mais ou menos como ela. Sérios, organizados, compenetrados, mais velhos. Não têm filhos.

Na maioria da vezes, nessas ocasiões eu era a única criança e hoje sou a única jovem presente no local. Geralmente isso não me perturbava. Entretanto, naquela noite havia algo que me incomodava profundamente. Olhei para o celular desligado. Não atendi as ligações, depois não consegui ligar para Dean durante o dia anterior, e a noite, quando tentei ele não me atendeu.

Agora, me falta coragem de fazer o que deveria ter feito de primeira.

Provavelmente ele está irritado comigo. Com total razão. Pensei rodando o celular na mão. Isso na melhor das hipóteses. Porque também tem aquela ideia insistente e enlouquecedora. A de que ele tenha arrumado coisa melhor para fazer do que ligar pra mim ou esperar minhas ligações. Girei o celular entre as mãos novamente. Olhei para a sala. A conversa parecia animada, nenhum dos presentes daria por minha falta. Escapuli em direção a cozinha enquanto acionava o botão ligando o aparelho.

Lenta e irritantemente o processo de abertura e atualização se concretizou. Não havia ligação. Em contrapartida um número grande de recados piscou diante dos meus olhos. Nunca na vida toda tive tantos recados assim. Com o coração pulando abri o aplicativo, sabia de quem era, mesmo assim tive muito medo que não fossem dele.

Descartei as primeiras onde ele informava que estava em casa. Como fora a viagem. Sobre Michelle. Sobre a mãe e as ligações do pai. Como estava cansado. E os primeiros questionamentos pela falta de comunicação. Isso já lera na noite anterior. E fui direto para as não lidas.

“Penny, você recebeu minhas ligações?”

“Ouviu os recados?”

“Estou tentando te ligar”

“Penny”

“Penny tá onde”

“ Cara estou tentando te ligar há horas, o que aconteceu?”

“ Aconteceu alguma coisa?”

“Sua tia não quer que você fale comigo?”

“ Penny”

“ Vou para a apresentação da Michelle agora. Meu telefone vai estar desligado. Me liga mais tarde”

“Ainda estou esperando você me ligar ou me atender”

Depois disso foi só silêncio. Nenhuma ligação ou recado.

Droga!

Ouvi o telefone chamar.

Uma, duas... e imediatamente me perguntei: quando foi que completei a chamada?

Três... quatro... não lembrava. Mas havia chamado por ele.

— Dean não vai atender... - falei encarando a tela e de repente ouvi a voz dele escapar pelo alto falante.

— Penélope! - o tom de voz parecia preocupado e não zangado como deduzi que estaria.

Meu coração estourou em palpitações.

— Dean! - rebati do meu lado, escapulindo pela porta lateral em direção a área de serviço.

Ouvi um suspiro.

— O que aconteceu? Por que você não atendeu minhas ligações?

Sim, ele estava preocupado.

— Problemas com Victória. - falei baixo. Com certeza era mais fácil colocar a culpa na minha tia e não na estúpida falta de coragem de enfrentá-la.

Ele silenciou do outro lado

— Não quero falar nela... - praticamente emendei. - só quero pedir desculpas por não ter ligado antes... e por não ter atendido suas ligações ou... mensagens.

— Você contou da gente. Ela não gostou. Foi isso que aconteceu?

Dessa vez fui eu quem guardou silêncio por vários segundos. E me senti constrangida em confessar:

— Não... ainda não achei um jeito de fazer isso. Esse fato te incomoda?

Novo silencio.

— Um pouco. - ele disse por fim. - Principalmente porque sei que o motivo disso é que você não confia em mim... - em tom de mágoa emendou: - Se fosse o Róger sua tia já estaria sabendo. Na verdade todo o campus saberia.

Aquelas palavras foram como um tapa na cara. Ele tinha razão. Afinal, eu não tive nada sério com o Róger, mesmo assim Victória sabia sobre ele.

— Desculpe... só que não sei como ela vai reagir... você não é o tipo de cara que ela aceitaria facilmente como meu namorado...

— Suspeitei. - a voz tinha um q de diversão, mas que deixava transparecer seu incômodo. - mas, se ela me conhecesse...

— Se ela te conhecesse seria ainda mais difícil.

Me arrependi de ter dito aquilo, mas já tinha falado. E o pior, aquele não era um assunto para ser tratado por telefone.

— Cara! - ele falou alto – O que tem de errado comigo? Sou algum tipo doença ou o que?

Tentei justificar Victória.

— Nada de errado com você... só que ela não confia em... jogadores.

— Não confia em jogadores.

Ele repetiu. Eu sorri e falei:

— Acho que ela não confia em ninguém.

— Puxa! Estou mesmo em maus lençóis.

— Dean... - chamei baixinho.

— Fala Penny.

— Será que você pode ter um pouquinho de paciência...

— Mais? - aquele mais não parecia brincadeira. Quase engasguei.

— Só um pouquinho mais...

Um suspiro puxado e a voz dele saiu tranquila:

— Isso quer dizer que só tenho uma alternativa.

— Qual? - perguntei sentindo meu coração quase falhar.

— Terei que conquistar sua tia do mesmo jeito que te conquistei.

Já estava brincando.

Entrei na brincadeira:

— Se você usar os mesmos métodos tenho cá minhas dúvidas quanto ao exito dessa missão.

Ele riu.

— Se deu certo com a sobrinha, vai dar certo com a tia.

Eu ri.

— Mas, sério Penny... o problema é mesmo a Victória?

— Sim.

Ele pareceu não ouvir minha resposta e emendou:

— Já estava achando que você não queria falar comigo. - imaginei o rosto dele enquanto falava isso, seu breve e encantador sorriso.

— Estava com saudades de você. - falei num impulso sentindo minha voz levemente engasgar diante do quanto aquilo era real para mim.

— Se você tivesse vindo comigo isso não estaria acontecendo. - ouvi e já pretendia rebater quando escutei: – mas, como sei que isso vai demorar um pouco a acontecer, a única coisa que posso pedir é que me atenda com mais frequência. Assim a gente mata um pouco da saudade...

A gente mata a saudade?

— Vou fazer isso. - concordei. - Como foi a apresentação de Michelle?

— Legal!

— Só legal... - comentei rindo.

— Minha irmã não gosta muito dessas apresentações. Sempre sinto que ela fica deslocada...

Não fora essa a impressão que Michelle me passou ao telefone.

— Pela conversa no outro dia, acreditei que ela era “descolada” como o irmão.

— Não se engane... só passei a ser descolado há pouco tempo... e a Michelle é ainda mais na dela do que eu fui. Ela só se abre mesmo com a família.

— E com você.

— É, comigo...

— Penélope!

Ouvi a voz de Victória a minha procura.

— Preciso desligar. - falei rápido antes de encerrar a ligação, sem esperar por um adeus.

Na mesma hora percebi que ele iria ligar de volta, um telefone no silencioso não ajudaria muito. Era preciso desligar novamente.

— Penélope!

Outra vez. Droga! Porque eu agia feito uma adolescente estúpida quando o assunto era Victória? Já havia passado da hora de tomar algumas iniciativas mais maduras. Assumir as rédeas. Mesmo assim, apenas sorri quando ela ingressou na lavanderia e me viu parada ao lado da máquina de lavar.

— O que faz aqui?

Perguntou se aproximando.

— Estava falando com a Josy. - menti. - Ela ligou para desejar Feliz Natal!

— Que gentileza! - disse passando por mim. Seus olhos correram para o celular que eu acabara de largar sobre o balcão.

— Sim. Ela tem sido gentil. Nossa relação melhorou muito.

— Essa ligação parece uma confirmação. - descrédito.

Dei um passo para o lado capturando o celular.

— Vou voltar para a sala agora.

Ela se empertigou.

— Ótimo! Tem alguém que eu gostaria que você conhecesse.

O sangue gelou nas minhas veias. Alguém para me apresentar. O que isso significava? Ela iria me arrumar possíveis namorados? Pessoas que considerava adequadas?

— Victória eu... - comecei e fui terminantemente interrompida.

Ela ergueu uma mão diante de mim. Do mesmo jeito que fazia quando eu era uma criança.

— Antes que diga qualquer coisa preciso me explicar. Em sua última visita nós tivemos aquela conversa sobre garotos. Sobre sua necessidade de conhecer pessoas. De ter um relacionamento...

— Sim, mas eu...

sem permissão para falar.

— Posso ter me adiantado. Eu sei que você estava interessada em Róger, e como a situação mudou. Segui em frente. Wandril é um rapaz que, de acordo com o que você me falou, tem uma personalidade parecida com a do seu amigo.

— Victória... - precisava dizer a ela, precisava falar sobre Dean. Estava me desesperando.

Ela passou a mão pelo meu braço me conduzindo para fora da lavanderia.

— Sei que você vai gostar. Ele é estagiário na firma de advocacia. Um ótimo rapaz!

Um ótimo rapaz! Repeti. Daquele tipo que serve para ser meu namorado.

A imagem de Dean surgiu na minha frente.

Ele não servia. Eu sabia. Nós não seriamos bons um para o outro. Até aquele momento tudo parecia bem porque mal tivemos tempo para estar juntos. Mas, logo os problemas começariam. Eu ia ficar cobrando coisas. Ele ia esperar outras. Nós nunca...

Balancei a cabeça afastando aqueles pensamentos.

Mas e a ligação de minutos atrás? A felicidade que ele me proporciona, o que ele me faz sentir...

Paramos ao lado de um grupo repleto de colegas da minha tia.

— Wandril. - ela chamou e eu vi um rapaz se voltar - Gostaria de lhe apresentar minha sobrinha. Penélope.

Olhos verdes grandes me encararam sérios. Os lábios dele expressaram um sorriso rápido. Ele estendeu a mão para mim. Era bonito. Alto. Elegante.

— Muito prazer Penélope. A senhorita Jones fala muito em você.

Nossas mãos se apertaram e eu levemente estremeci.

— Isso não é uma surpresa. - retruquei sorrindo – Ela sempre fala muito em mim.

O grupo a nossa volta sorriu concordando. Percebi que fora agradável, que meu comentário não parecera em nada com aqueles que a Penélope de poucos meses atrás costumava fazer.

— Quer uma bebida? - ele perguntou se acomodando ao meu lado.

— Um suco... - respondi notando que a voz dele era agradável.

Alguém se moveu ao meu lado, um perfume conhecido me atingiu em cheio. O rosto de Dean dançou diante do meu rosto. Aspirei com força.

O que devia fazer?


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Notas finais do capítulo

Aí está!
Espero postar o seguinte depois de amanhã.
Grannnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnde Beijo em todas vcs. Adoro isto aqui!
Adoro o Dean... ele me conquistou...



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