Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 13
Capítulo 13 - Dean e Penélope


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas.
Penny é uma garota em ritmo de mudanças. Dean seria para ela uma mudança extrema.
Dean também está em ritmo de mudanças. Penny seria para ele o tipo de garota com a qual nunca teve absolutamente nada. ele não quer namoro. mas Penny seria alguém para ele levar a sério.
acho q esses dois só vão se entregar quando perceberem que estão realmente sem opções além de ficarem juntos. kkkkkkkk
obrigada a todas as meninas q comentaram, sem palavras para agradecer o carinho e o apoio de vcs. sem vcs não tem fic. OBRIGADA Carina Beca Gabi Rosas Doida e Louis amo!!!



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DEAN

 

Estávamos na festa há quase três horas. A música alta preenchia o ambiente. Estava tão sem graça, apertado e sufocante ali que acabei indo para a rua. A sacada no quarto de alguém me pareceu convidativa. Puxei a cadeira de dentro do dormitório e me acomodei nela. O ar frio da rua contrastava com o bafo que proliferava no lado de dentro. Poderia muito bem voltar para casa que nada perderia.

Estava acomodado há poucos minutos quando a porta da sacada se abriu e uma garota de cabelos ruivos encaracolados, com vestido que mal cobria as coxas e os seios proeminentes surgiu. Me olhou rapidamente. Olhar embaçado constatei. Olhar de quem já bebeu demais.

— Tá fazendo o que aqui?

Ela me perguntou com a voz arrastada.

— Escapando um pouco do calor.

Respondi sem necessidade. Poderia dizer que estava fugindo dos zumbis que ela acreditaria.

— Posso sentar com você? - perguntou já do lado de fora.

Olhei em volta.

— Não há outra cadeira.

— Eu disse sentar com você. - ela afirmou já se jogando no meu colo, passando os braços pelo meu pescoço.

Estava cheirando a Vocka cereja. Nem pra se embebedar direito! Pensei. Tinha que ser uma bebida sem graça dessas?

Meus olhos caíram no decote dela. Não era grande, mas mostrava o que devia. Ou não devia. Depende do ponto de vista. Ela tentou me beijar. Empurrei o rosto para longe. Detestava ser o motorista sóbrio da vez, sempre acabava sem conseguir ficar com ninguém. Não me levem a mal, eu também bebo. E bebo bastante até. Mas, sempre arrumo um jeito de não cheirar a qualquer tipo de bebida depois. Muita água limpa qualquer coisa. Só que algumas garotas ignoram essas pequenas regras sanitárias. E apenas bebem, não fazem uma limpeza posterior.

Fiquei em pé trazendo a garota comigo. Ela era leve apesar de alta. Era quase da minha altura. Olhei para os pés. Botas de salto. Estava explicado. Segurei os ombros estreitos encarando-a de frente. Olhos verdes grandes e expressivos, boca carnuda, nariz sardento. Ela era bem bonita. Mas... não estava a fim.

A apoiei contra a parede, fiz o contorno afastando-a de mim. Com calma a ajudei a sentar na cadeira e falando:

— Aproveita a brisa da noite. Vou pedir a alguém que lhe traga água.

Ela sorriu ainda com aquele olhar desfocado antes de perguntar:

— Você vai me trazer água?

— Isso... vou trazer água. - menti, não adiantava retrucar, estava mesmo bêbada, só aceitaria o que considerava como certo.

Saí do quarto, desci os mesmos degraus, entrei no bafo sufocante outra vez. Brendan e Lissa já tinham ido para o dormitório dela. A garota não é muito chegada nessas aglomerações. Mesmo assim, ela nos acompanha de bom humor até.

Greg, da última vez que vi estava agarrado numa loirinha cheinha. Ele gosta das cheinhas. Pensa que a gente não sabe. Finge que prefere as magrelas, mas não é verdade. A gente apenas finge que acredita quando ele finge que olha para as garotas com estilo magreza de modelo. Só ainda não entendi o motivo dessa farsa toda. Ninguém vai ficar mexendo com ele por causa da predileção pelas bundas fartas. Afinal, nós sempre pegamos no pé um do outro de qualquer forma... ele iria enfrentar o mesmo tipo de provocação independente da garota.

Passei pela sala principal, lotada.

Alan e Josy estavam no sofá na sala do fundo. Meu amigo jogando video - game e ela com cara de poucos amigos assistindo. Já percebi que ela esperava mais do Alan. Mas, daquela toca não sai coelho quando ele topa com um video - game. Qualquer garota que pretenda ficar com ele, ao menos por algum tempo, precisa entender isso. Num momento propício vou explicar esse fato pra Josy.

Cheguei a cozinha, havia um casal se agarrando junto a mesa. Pilhas de latinhas de cerveja sobre o balcão. Procurei um copo limpo e vazio no armário. Coloquei água e fui em busca de uma garota que pudesse fazer o serviço de levar aquele líquido para a ruiva.

De repente lembrei da colega de quarto de Penélope, Josy a pretensa atual ficante de Alan. Ela estava sóbria, ao menos parecia sóbria. Quem sabe me fazia o favor? Retornei pelo mesmo caminho. Lá estava ela, sentada ao lado de meu colega, com a mesma expressão de enfado no rosto apoiado na palma da mão esquerda. Ih! A coisa não estava boa ali. Se Alan pretendia mesmo pegar aquela garota, deveria ser rápido antes que outro tomasse a frente.

— Josy... - chamei tocando no ombro dela.

— Oi Dean! - ela disse sorrindo quase como se estivesse sendo salva da morte.

— Você pode fazer um favor pra mim? - perguntei vendo ela se erguer do sofá e os olhos de Alan se desviarem do jogo.

— Claro! O que você precisa?

— Preciso que alguém leve um copo com água para uma garota ruiva que está numa cadeira na sacada do terceiro quarto a direita no corredor. Aqui em cima.

Apontei como um idiota para cima e ela olhou na direção da minha mão.

— O que está acontecendo? - ouvi Alan perguntar e os caras reclamarem que ele se desconcentrou.

— Preciso de um favor. - falei.

Ele me olhou sério. Entendi imediatamente. A gente tinha regras. Um cara não chega nem perto da garota do outro. E definitivamente desde aquele dia na biblioteca Josy havia sido marcada como a garota de Alan.

— Que favor? - ele perguntou desconfiado.

Precisava engambelar:

— Pedi a josy para levar água para uma garota que está num quarto aqui em cima.

— Por quê? - mais desconfiança.

— Porque ela bebeu demais. - expliquei.

— Por que você mesmo não leva Dean?

Ele perguntou já em tom azedo. Alan é um porre de vez em quando. Custa a entender as coisas.

— Porque ela é daquele tipo. - expliquei querendo dizer que era grudenta. O termo era uma senha para aquelas com as quais a gente transava e depois não largava do pé.

Ele moveu a cabeça em silêncio.

— Vai ser rápido Alan... - falei olhando para a TV, o jogo correndo – E depois, você está direto nesse jogo. Deixe a Josy se divertir um pouco.

Essa que não! Conheço meu amigo. É só você mencionar a possibilidade da garota escapar do lado dele que o jogo tem fim.

— Eu vou com você. - ele disse largando o controle e avisando: - Fim de jogo pra mim.

A reclamação foi geral. Sentei mais do que rápido no lugar dele, peguei o controle e avisei.

— Novo jogador na área.

Os berros irritados logo estouraram a minha volta. Ninguém queria jogar comigo. Eles sabem que depois que entro, não saio fácil. Não ia ter vez para novos jogadores por um bom tempo, ou até que eu me cansasse de jogar.

— Se ferraram! - avisei me acomodando melhor no sofá estreito.

 

**********************

 

Róger me deixou na frente do meu prédio. Deu boa noite e se foi. Quando finalmente entrei no dormitório me sentia totalmente certa de que finalmente encontrara a agulha do meu palheiro. Não havia como negar nossa compatibilidade. Durante todo o tempo em que permanecemos juntos, conversando, trocando ideias sobre nossos cursos. Ele faz Comércio Exterior. Eu me senti tão bem. Tão em casa. Tão inserida em uma uma situação adequada!

Só esperava agora que ele estivesse se sentindo igual a mim. Que ele tivesse percebido a química que há entre nós. Uma química que vai além dos beijos. Joguei as botas perto da porta. Eu quero beijos sim, mas não adianta apenas os beijos, preciso de mais do que isso. Preciso me sentir bem com a pessoa. Preciso confiar na pessoa. É necessário que exista semelhanças entre a pessoa que vou beijar, e eu.

Tipo o Brendan e a Lissa!

Não tem como negar que eles combinam.

Ou a Josy e o Alan... de certa forma, eles bem que combinam, gostam de festas, gostam de beber, gostam de futebol. No caso dela, gosta de jogadores de futebol. E ele é um jogador de futebol.

Enfiei novamente o pijama no corpo, ainda pensando. Róger tem um pequeno probleminha para resolver antes que a gente possa realmente seguir para uma tentativa de combinar nossas semelhanças. Ele ainda gosta, muito, da namorada. Dá para perceber. Todas as vezes em que os olhos dele ficaram perdidos no prato eu entendi que estava pensando nela. Anabelle, esse é o nome dela, foi a primeira e única namorada dele desde o colegial e que está prestes a ir para a Europa. Eu sempre soube que ele era o típico cara que não tem muitas ficantes. O que quer dizer que seus sentimentos por ela são fortes.

Só é necessário ter paciência. Muita paciência. Quando ele estiver resolvido com a Anabelle, haverá espaço para mim. Enquanto isso, vamos nos conhecendo melhor. Vamos descobrindo cada vez mais coisas a respeito um do outro, até que ele esteja totalmente disponível e possa se encantar comigo.

Ah! tenho quase certeza de que Victória vai gostar da minha escolha. Ela vai gostar muito de Róger.

Me atirei sobre a cama satisfeita comigo mesma. Praticamente feliz.

Foi mais rápido do que pensei. E tudo por um golpe de sorte. Se Josy não tivesse saído com os garotos, eu não teria ido ao cinema, se não tivesse ido ao cinema, não teria me aproximado de Róger, e nós não ficaríamos amigos. Nem combinaríamos de sair. Como aconteceu. Amanhã vamos nos ver para um passeio. Eu me ofereceria para ajudar ouvindo os problemas que ele tem com a namorada.

Pode dar certo... a porta do quarto se abriu, Josy entrou sorridente. Eu soube que algo bom havia acontecido.

— Oi Penny! Ainda acordada? Pensei que a esta hora você já estaria dormindo...

— Fiquei lendo. - menti e ela não percebeu minhas roupas soltas sobre a cadeira, nem as botas ao lado da porta.

Rapidamente, Josy começou a tirar a roupa, estava sóbria, ou quase sóbria. Mas definitivamente não bêbada como andou acontecendo direto desde e o início do semestre.

— E o Alan? - perguntei me ajeitando no travesseiro.

— Foi para casa com o Dean...

Dean... quando esse nome deixaria de me fazer estremecer?

— Tão cedo?

— É... mas a gente combinou de se ver amanhã.

Eu também tinha um encontro para o dia seguinte. Pensei mas não falei.

— Você ficou com ele?

Ela riu baixo.

— Sim... - depois balançou a cabeça de um lado para o outro antes de sentar na cama para tirar as meias – Eu estava mesmo era de olho no Dean, mas... ele ficou com outra garota.

Meu estômago se apertou.

— Ficou foi? - não estava querendo detalhes das ficadas dele, apenas falei para não ficar calada e parecer que o fato de Dean beijar outras garotas me afetava.

— Uma ruiva com cara de modelo... linda mesmo!

Linda mesmo! Repeti mentalmente. A cara do Dean escolher garotas que parecem modelos. Se bem que, ele se acha o gostoso lindo sedutor, não ia escolher qualquer uma.

Josy se enfiou debaixo dos lençóis, apaguei meu abajur. Me acomodei melhor sob as cobertas e falei:

— Boa noite Josy.

Ela suspirou novamente. Aquela suspiração já estava me irritando. Principalmente porque ela acabara de me dizer que gostaria de ter ficado com o Dean e não com o Alan, então porque suspirar daquele jeito?

Sem falar que eu, eu que provavelmente encontrei a minha alma gêmea, não estava nem com vontade de suspirar.

 

****************

 

O domingo começou bem tranquilo. Depois de uma manhã massante, sozinha, lendo, recebi um recado de Róger dizendo que teríamos de transferir o nosso encontro para mais tarde, e perguntando se poderíamos nos encontrar perto do lago, do outro lado do campus. Aceitei de imediato e acabei saindo antes da hora, não que estivesse ansiosa, mas, está bem, estava ansiosa. Quanto antes nossa história tivesse um começo, tanto antes Dean deixaria de me perturbar.

Só que ultimamente alguns dos meus conceitos, decisões e planos estão literalmente caindo. Outros se perdendo. Outros me surpreendendo.

Tipo, estava esperando um, mas apareceu outro.

Estava acomodada há poucos minutos no banco determinado, enrolada no meu casaco, vendo os patos transitarem na água gelada quando alguém parou atrás de mim. Me virei rápido esperando ver Róger, mas topei com um rosto bronzeado a sorrir.

— Oi Penny...

Será que aquele cara não ficava na fraternidade? Será que não tinha nada mais para fazer do que transitar pelas ruas do campus num domingo a tarde? Olhei bem para ele, estava suado, camiseta grudada no corpo, calça de moletom larga amarrada num abdômen seco.

Correndo. Quem corre num domingo a tarde?

— Oi Dean...

— Aproveitando o sol? - ele perguntou ainda sorrindo amigavelmente.

— É... - não pretendia contar que estava esperando alguém.

Os olhos escuros seguiram para as minhas mãos.

— E o seu livro? Terminou de ler?

Fez a volta no banco e ficou apoiado no encosto. Me olhando. Será que não iria embora?

— Ainda não.

Se inclinando para a frente ele vasculhou com o olhar o banco atrás de mim.

— Trouxe com você?

Apertei os lábios sem compreender o motivo de tantas perguntas.

— Não. - falei firme.

— Que milagre! - soltou com ar brincalhão e logo ergueu uma mão falando: - Não me leve a mal, mas é que me parece estranho topar com você na rua sem que esteja lendo algum livro gigante.

— Pra você ver... nem tudo é o que parece. Ou o que pensamos que é.

Ele balançou a cabeça levemente segurando meu olhar com o dele antes de falar:

— Tem toda razão.

— Você está me provocan... - não consegui concluir a frase.

— Calma Penny... estou apenas concordando com você!

Sorriu e seus olhos se transformaram em dois riscos estreitos.

— Posso sentar ou você está esperando alguém? - perguntou em claro tom de brincadeira.

— Estou esperando alguém. - falei séria sem pensar. Já não conseguia mais relaxar quando estava perto dele.

Dean parou a meio caminho do assento. Me olhou sério. Percebi logo o que seus olhos me diziam, ele não acreditara em mim. Á merda! Estava falando a verdade. E se ele ficasse ali por mais alguns minutos encontraria com Róger.

— E quem é? - perguntou dando de ombros já sentado.

— Um colega de Ética... não que seja da sua conta. - falei a verdade erguendo o rosto e encarando os olhos escuros.

Ele se aproximou um pouquinho, deteve os olhos nos meus lábios.

— Então, acho que está na hora de eu seguir com a corrida. Não quero atrapalhar.

Estiquei meus lábios em concordância pensando que esta foi a coisa mais sensata que ele disse desde que chegou.

— Sabia que você era um cara inteligente.

Sem retorno.

Ele ficou em pé. Acomodou a calça de moletom. Apertou um pouco mais o nó na cintura. De relance vi a silhueta dele contra o fundo verde. Minha pulsação acelerou. Tive vontade de me bater. Precisava urgentemente acabar com essas... uma figura se materializou na estrada de concreto que levava até o banco onde Dean e eu estávamos. Era ele, Róger. Com o estilo de roupas praticamente igual ao da noite anterior. Camisa, suéter sóbrio, calças bem cortadas, só que jeans. Sapatos encerados. Sinal de capricho e cuidado. Cada vez gosto mais das qualidades dele. Constatei olhando novamente para Dean, sentindo meu peito arder.

Um longo e engasgado suspiro escapou pelos meus lábios antes que tivesse a chance de segurá-lo. Dean me olhou e segundos depois ouvi:

— Oi Penélope. Desculpe o atraso.

Fiquei em pé. Dean deu um passo para trás e os dois se olharam de frente.

— Tudo bem. - tentei parecer tranquila, mas a sensação que me tomava era totalmente outra.

Não recebi resposta, os dois ainda se encaravam.

— E aí cara... - Dean falou de repente. E estendendo a mão falou – Dean... Penélope e eu somos colegas.

Róger balançou a cabeça num gesto regular de cumprimento antes de me olhar confuso. Tratei de esclarecer.

— Você conhece Dean? - e passei uma informação totalmente irrelevante. Acho que meu cérebro não raciocinava naquele instante - Ele joga futebol.

O dito jogador moreno me olhou ainda mais sério do que antes. Tive vontade de me encolher, de me esconder. Mesmo sem saber porque. Naquele momento estava desejando que o bendito encontro nunca tivesse acontecido.

— Isso! - Dean começou – E se vocês não se importarem, vou seguir com a corrida. Parei só pra dizer oi...

Bateu amigavelmente com a mão no ombro de Róger,

— Foi um prazer cara.

Me olhou de novo. Ladeou os lábios num sorriso estranho. Minha garganta engasgou.

— A gente se vê Penny.

E se foi.

E eu fiquei com aquele maldito gosto amargo na boca do estômago, com vontade de voltar para o meu dormitório e me enfiar debaixo dos cobertores. Mas, a voz de alguém me obrigou a desviar os pensamentos.

— Não sabia que você era amiga de jogadores.

Parecia que ele estava me recriminando por isso.

— Na verdade, não somos exatamente amigos. Ele e mais três colegas estavam me pagando para ajudar com uma matéria em que se encrencaram.

Róger observou de relance Dean se afastando. Aproveitei aquele momento para tentar me recompor.

— Já passei por isso. - ele falou compreensivo antes de me olhar novamente.

— Pois é... - emendei sem saber exatamente o que dizer.

— Já acabou?

— O quê?

— As aulas?

Ele deu um passo para perto e se sentou. Sentei também.

— Sim... - o que não era exatamente uma verdade. Também não era verdade que eu não me considerava amiga deles, ao menos dos outros três eu conseguia ser amiga. E tentando mudar de assunto perguntei: - Conseguiu resolver o seu problema com Anabelle?

Ele se ajeitou no banco. Mexeu no aro dos óculos. Soltou um suspiro. E esqueceu que conhecera Dean.

— Acho que sim.

E desandou a falar sobre Anabelle. Ela ligou naquela manhã e eles decidiram dar um tempo. E eu me surpreendi ao me sentir mais chateada do que satisfeita em ouvir aquilo. Era um relacionamento que, pelo que ele me contara, tinha tudo para dar certo. Mas que acabara por causa da distância e dos planos de vida de cada um. Tentei ser amigável, apoiar a decisão dele e dela, mas no fundo esperava que Róger tivesse sido mais persistente para alguém que diz amar tanto a namorada.

Mas, ao pensar em mim, percebi que algumas vezes é preciso virar a página. Alterar nossos planos. E foi aí que compreendi melhor. Quando ele me falou porque seus planos também estavam mudando agora. Contou que depois de muito meditar, via com mais clareza que a escolha da ex talvez tivesse levado a tomar uma decisão que a longo prazo teria mais a agradecer do que a reclamar.

Ouvi tudo com redobrada atenção.

Quem sabe essas nossas alterações de vida, de ponto de vista, estivessem acontecendo no momento certo. Tanto para ele quanto para mim. Afinal, nunca me detive nele antes. E olha que estivemos na mesma sala por meses, foi só agora que estou aberta a conhecer pessoas. E é justamente no momento em que Róger também está saindo da vida antiga.

Quem sabe fosse a sorte ou a vida nos unindo?

Por isso, tentei oferecer a ele mais do que minha atenção, queria que percebesse o quanto estava interessada em ajudar. Que eu poderia ser a pessoa que estaria ao lado dele nesse futuro próximo.

Ele ainda me contou um pouco sobre seus pais. Sobre a grande probabilidade de assumir os negócios da família quando ficar mais velho. Ele era o segundo filho, mas seu irmão mais velho não era muito chegado a escritórios, ao comércio, e seu pai já estava prevendo a possibilidade de acomodar as coisas de forma que o caçula tomasse a frente quando fosse necessário.

Depois, fomos para a cafeteria, tomamos um café rápido e ele me deixou no meu prédio. Agradeci pela tarde e quando se despediu sugeriu que nós veríamos na aula de ética. Era óbvio que nos veríamos na aula de ética, a minha presença na vida dele estava apenas começando a se fazer mais notada, como que agora eu ia deixar passar?

Nunca!

Estava decidida! Era ele que eu queria. E seria ele que eu teria. Mesmo que ele, ainda, não me despertasse as mesmas emoções que Dean despertava.


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Notas finais do capítulo

É isso. Em breve teremos uma festinha. Estou alguns capítulos a frente, e louca para postar pra ver o q vcs acham, mas não posso, não enquanto não tiver tempo para escrever todos os dias.
Grande BJO adoro ter vcs aqui.
Vou tentar postar amanhã.