Take me To Church escrita por Charles Gabriel


Capítulo 9
Capítulo Nove




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Ruzgar e eu continuávamos a nos encontrar, todas as noites. E ele continuava a me dar suas moedas.

Às vezes, ele me dava até três.

Eu sempre contestava, dizendo que eu também deveria dar minhas moedas a ele. Mas ele sempre me calava com um beijo ou dizendo que não precisava.

Minha caixinha, já estava ficando cheia com tantas moedas que ele me dava.

Ele realmente queria construir uma vida ao lado da minha.

Quando estou com Ruzgar, é como se toda a maldade e tristeza do mundo, desaparecessem.

Contei a Ruzgar que meu pai já sabia de nosso relacionamento, Ruzgar ficara num misto de felicidade e tristeza. Feliz, pois havia meu pai para nos apoiar, triste porque seu pai, não o aceitaria. Nesse mesmo dia, Ruzgar chorou em meu ombro, lamentando por vivermos em um lugar cruel.

Um raio cortou o céu naquela noite, fazendo-me levar um susto.

— Céus, vai cair uma tempestade! – Papai exclamou ao olhar o céu pela janela da sala – Tem certeza que irá encontrar Ruzgar?

— Tenho sim, papai! Não posso desperdiçar o mínimo momento que tiver com ele. – Aproximei-me de meu pai.

— Se cuide, meu menino – Ele me abraçou, beijando o topo de minha cabeça – Eu amo você, não se esqueça disso.

— Eu também te amo, papai – Sorri, abrindo a porta e saindo de casa.

O vento frio uivava, me fazendo estremecer.

O vilarejo estava vazio, com certeza as pessoas estariam na igreja.

Encontrei Ruzgar na vasta floresta olhando o céu.

— Não tem estrelas hoje, por que está olhando o céu? – Falei em voz alta.

Ele me olhou e sorriu.

Aquele sorriso é capaz de atordoar até mesmo os anjos e os demônios.

— Eu gosto de observar o céu – Ele se aproximou, abrindo os braços.

Joguei-me em seu corpo, fazendo seus braços rodearem minha cintura.

Ele estava quente e aconchegante.

Fechei os olhos sentindo seu cheiro tão convidativo.

Senti seus dedos passarem pelo meu rosto, suspirei abrindo os olhos.

Seu rosto estava próximo do meu, e pude perceber seus olhos castanhos enegrecidos.

Um trovão ecoou, mas aquilo não me assustou.

Eu estava muito sintonizado em Ruzgar para me importar qualquer coisa que estivesse ao meu redor.

Ele puxou meu rosto mais pra perto do seu, e me beijou.

Seus lábios macios entravam em sincronia com os meus e sua língua explorava cada canto de minha boca.

Alguns pingos de chuva começaram a cair, fazendo Ruzgar quebrar o beijo.

— Inferno! — Praguejou – Vai chover, com certeza.

— E daí, Ruzgar?

— E daí que eu não quero que você fique doente. – Ele pegou minha mão e entrelaçou na sua.

Uma chuva torrencial caiu, molhando Ruzgar e eu.

— Eu lembro que havia uma cabana aqui por perto – Murmurou.

— Eu não sabia que havia cabanas por aqui.

— Agora sabe – Ele sorriu, passando a mão pelos cabelos molhados – Lembro que quando meu pai e eu iríamos à casa de um amigo, dormíamos numa cabana aqui da floresta.

— Era muito longe a casa desse amigo?

— Sim – Ele franziu a testa – Eu sinto falta de quando meu pai e eu éramos tão próximos como antes.

Fiquei calado.

Eu sabia que Ruzgar e o pai, não tinham uma boa convivência depois que as gêmeas nasceram.

Começamos a andar entre meio a lama e a chuva. Minhas roupas ficariam sujas, com certeza, mas eu não me importo.

Quando se trata de Ruzgar até o menor sacrifício se torna necessário.

Eu estava com frio, talvez por conta da chuva, mas não ousaria dizer isso para Ruzgar.

Eu não queria que ele se preocupasse comigo.

Após andarmos por uns minutos por aquela floresta, encontramos uma cabana.

— Eu estou com frio – Exclamei ao entrar.

— Tire a roupa – Falou de maneira tão natural que meu queixo caiu.

— E-eu não... – Gaguejei sentindo meu rosto esquentar.

Sorte que estava escuro, se não ele veria o quanto sou um idiota.

— Somos namorados, Sevilin – Ouvi sua risada – Não me importo de te ver nu.

Mas eu me importo, pensei.

Eu sou tão patético, não devo ser atraente.

Ouvi o barulho de roupas molhadas caírem no chão,

Engoli em seco.

Céus, o que faço?

Ruzgar é tão bonito.

Ainda não consigo entender o que ele viu em mim.

Fui tirado de meus devaneios por Ruzgar, que se aproximou de meu corpo.

Suas mãos quentes passavam por baixo de minha roupa.

Minha pele ficou arrepiada.

Os lábios de Ruzgar explorava meu pescoço, maxilar e por fim, meus lábios.

Meu coração parecia querer sair de dentro do peito, de tão acelerado que ele estava. Se meu coração tivesse vida própria, sairia gritando para todos de Constantinopla que Ruzgar é o único que amo e que sempre vou amar.

Ruzgar quebrou nosso beijo, arrancando minha camisa.

Suas mãos percorriam por meu corpo, descendo pelos braços e subindo por meu peito.

— Hoje eu irei te levar ao paraíso – Ruzgar sussurrou em meu ouvido – Eu prometo.

Engoli em seco.

Meu corpo deu vida em lugares da qual eu nunca havia imaginado que seriam úteis para algo.

Suas mãos desceram, arrancando o resquício de roupa que ainda estava no meu corpo, me deixando totalmente nu. Abracei meu corpo.

— Se não estiver se sentindo a vontade, eu posso parar – Ruzgar murmurou.

— Não, não pare – Pedi passando a mão em seu rosto.

Ruzgar me beijou.

Foi um beijo tão intenso que até me sentia tonto.

Os lábios quentes de Ruzgar desciam por meu pescoço e meu tórax e subia novamente para meus lábios.

Com delicadeza, Ruzgar me pegou no colo e me colocou em cima de algo que parecia uma cama.

Eu queria poder ver o rosto de Ruzgar, mas estava totalmente escuro.

Não sei como ele conseguiu encontrar uma cama.

Ouvi seu suspiro.

— Estou nervoso – Retruca frustrado.

— Por quê?

— É sua primeira vez e eu não quero machucar você.

— Mas você não vai machucar.

Houve um silêncio por alguns segundos.

Depois ele voltou a me beijar.

Seus lábios quentes me beijavam com tanta voracidade, que meu coração parecia explodir dentro de meu peito.

— Não se assuste – Sua voz estava rouca.

Aquilo fez meu corpo estremecer.

E logo o senti se movimentar dentro de mim.

Senti uma ardência e meus olhos encheram-se de lágrimas.

Soltei um gemido de dor.

— Ei, ei, ei... Eu te machuquei? – Ruzgar sussurrou, colocando as mãos em meu rosto – Ah, droga! Era por isso que eu não queria que...

— Está tudo bem, continue – Fechei os olhos.

Eu queria ainda mais.

Eu poderia suportar essa ardência.

— Não, Sevilin...

— Por favor! – Supliquei.

Silêncio.

Ruzgar voltara a se movimentar, de maneira lenta, afastando toda aquela ardência e dando lugar a uma sensação maravilhosa.

Grunhidos e gemidos saíam de meus lábios.

Logo tomamos posse um do outro.

Somos um só, já que nossos corpos estão totalmente entrelaçados.

Estamos unidos, e é como se eu houvesse acabado de descobrir todos os segredos do mundo.

No final, eu estava totalmente cansado.

É como se todas as energias de meu corpo estivessem sido esvaídas.

— É sempre assim? – Perguntei, deitando-me sobre seu peito, ouvindo as batidas frenéticas de seu coração.

— Não – Ele riu, fazendo meu coração se acelerar – Só é assim quando a pessoa vale a pena.

Eu não precisava perguntar para saber que valia a pena.

Para Ruzgar, eu sempre valeria a pena.

A chuva caía lá fora e dentro de mim, chovia amor.

Era possível eu amar Ruzgar cada vez mais depois disso?

Acho que sim.

— Eu te amo, Ruzgar – Falei sonolento.

— Eu também amo você – Respondeu dando um beijo em minha testa.

Ruzgar havia cumprido com sua promessa de me levar ao paraíso.

Acabei adormecendo nos braços de Ruzgar e depois de muito, muito tempo tive um sono tranquilo, sem sonhos ruins ou pesadelos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado =)



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