Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 3
Tempo


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente. como está o fim de semana de vocês? Espero que bem.
Aqui um novo capítulo para desestressar, espero que gostem.
Enjoy ♡.



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POV. Bella Swan

Na manhã seguinte eu acordei mais cedo do que o habitual, estava extremamente ansiosa para o primeiro dia de aula. Assim que eu levantei segui direto para o banheiro, fiz minha higiene matinal e voltei para o quarto enrolada na toalha; revirei a minha mala em busca de uma roupa, com certeza eu teria que arrumar essas coisas mais tarde, encontrei uma calça jeans, uma blusa branca de alcinha com bordados de flores em azuis e uma jaqueta jeans escura, me arrumei rapidamente deixando meus cabelos soltos caindo em cachos naturais sobre os ombros, fiz uma maquiagem leve e me olhei no espelho constatando com um sorriso satisfeito que eu estava pronta, calcei as mesmas sapatilhas de antes, peguei a minha mochila, que ainda estava na cadeira de balanço, e desci. Charlie ainda estava ali e tentava desastrosamente preparar o café da manhã.

—Inferno. -Gritou retirando a frigideira em chamas do fogão e apagando o fogo.

—Acho que não volto para Londres viva. -Brinquei com um sorriso travesso, ele bufou enfiando a frigideira debaixo da torneira, o cheiro de fumaça impregnando todo o ar.

—Rá rá rá, muito engraçadinha você. -Me aproximei observando por sobre seus ombros o estrago feito, os ovos estavam torrados.

 -O que você pretendia? Me envenenar ou simplesmente incendiar a casa enquanto eu dormia? -Charlie resmungou algo incompreensível enquanto largava a panela dentro da pia e seguia em direção ao armário para pegar uma caixa de cereais.

—Está muito piadista hoje, Isabella. -Sorri mais ainda enquanto me dirigia a geladeira para pegar o leite.

—Não, é sério, o que você pretendia? -Charlie bufou depositando a caixa e duas tigelas na mesa.

 -Eu queria preparar nosso café da manhã sua ingrata. Pensei que seria fácil fritar alguns ovos e bacon. -Resmungou se sentando, balancei a cabeça incrédula, eu sabia que se fossemos depender dele morreríamos de fome, Charlie sempre fora um desastre na cozinha embora eu tenha tentado lhe ensinar alguma coisa.

—Posso perguntar como sobreviveu todo esse tempo sozinho? -Perguntei me sentando em sua frente, ele deu de ombros.

—Eu comia em uma lanchonete perto da delegacia ou até mesmo na casa de algum amigo de La Push, Harry ou Billy. -Respondeu enquanto se servia, olhei para ele de cara feia.

—Sabe que eu não gostei da informação, não sabe? -Charlie torceu o nariz.

—É, eu sei, mas eu vivia sozinho Bella, não precisava me preocupar com a comida aqui.

—Podia se preocupar com a sua saúde, você já não é mais nenhum jovem Charlie. -Acusei enquanto também me servia, ele revirou os olhos.

—Obrigado por me lembrar disso. -Resmungou apontando a colher em minha direção, dei de ombros.

—É a verdade.

—Sei... -Ele suspirou. -Mas você não precisa se preocupar comigo, minha saúde está ótima. -Estreitei os olhos.

—Como pode ter certeza?

—Eu fiz um check Up a duas semanas, mamãe.

—Pelo menos já é alguma coisa. -Charlie revirou os olhos. -Vamos fazer o seguinte então, eu assumo a cozinha enquanto estiver aqui, assim não morremos de fome.

—Por mim tudo bem. Você sempre foi a Masterchef aqui. -Revirei os olhos.

—Tem alguma coisa nessa casa para fazer o jantar? -Charlie pareceu pensar por um momento antes de balançar a cabeça negativamente.

—Pegue. -Falou tirando da carteira duas notas de 100 dólares, fiz uma careta de desagrado, eu não precisava que Charlie me desse dinheiro, eu poderia usar o meu, mas eu o conhecia bem o bastante para saber que ele não aceitaria uma recusa então simplesmente peguei a quantia à contragosto. -Você é a mais indicada para fazer as compras, acho que eu ia comprar só besteiras. -Comentou, balancei a cabeça incrédula, Charlie parecia não ter crescido. Ele levantou pegando as duas tigelas e levando para a pia, levantei-me também para guardar o leite e o cereal. -Agora eu tenho que ir. – Falou terminando de lavá-las e as deixando viradas na pia para secar.

—Mas já? -Indaguei ao vê-lo enxugar as mãos em um pano de prato.

—Já nada, eu estou é atrasado. Só fiquei pra te entregar isso. -Respondeu pegando um envelope pardo em cima da geladeira e me entregando.

—O que é isso? -Questionei confusa.

—Seus documentos como Isabella Swan. -O segui enquanto ele se dirigia para a sala.

—Como conseguiu isso?

—Digamos que eu também tenha meus contatos sujos. -Respondeu com uma piscadela, Charlie vestiu a jaqueta da polícia e prendeu a arma na cintura. -Quando sair tranque a casa e guarde a chave no beiral, tudo bem? -Assenti. -Nos vemos mais tarde. -Murmurou se aproximando e depositando um beijo em minha testa. -Você está linda Bells. Fico feliz que Forks esteja lhe fazendo bem. -Corei envergonhada com o elogio, ele se afastou em direção a porta e a abriu. -E Bella... boa sorte... você vai precisar. -Falou de forma maliciosa, fechei a cara imediatamente e mostrei a Charlie o meu dedo do meio, ele gargalhou fechando a porta logo em seguida e me deixando para trás com uma imensa vontade de lhe dar um tiro. Charlie era meu melhor amigo e eu o amava muito, mas às vezes ele tinha a enorme capacidade de me tirar do sério. Ignorei completamente aquele idiota e me concentrei no envelope que eu tinha em mãos, dentro tinha tudo o que eu precisaria: identidade, carteira de motorista, cartão de crédito, tudo para um recomeço.

Suspirei guardando tudo de volta no envelope e retornei à cozinha, peguei minha mochila e segui para fora de casa, tranquei a porta e guardei a chave no beiral assim como Charlie me instruíra, segui para a garagem parando em frente ao Aston Martin branco apenas para admirá-lo, é claro que um carro como aquele em Forks chamaria atenção, afinal ele era um lançamento bem salgado, mas eu não me importava. Entrei no carro jogando a bolsa no banco do passageiro e passando a mão pelo volante, respirei fundo sentindo o cheiro tão adorado de carro novo; sorri, Charlie realmente me conhecia muito bem.

Dei a partida dirigindo de volta para a cidade pouco movimentada. Encontrar a Forks High School não foi difícil, ficava bem próximo da estrada, assim como a maioria das outras coisas, no mesmo lugar onde eu me lembrava e do mesmo jeito, uma coleção de casas geminadas construídas com tijolos marrons. A FHS era a única escola de colegial nessa cidade com cerca de 357 alunos, agora 58, em Londres esse número chegava a mais de mil.

Estacionei meu carro em frente ao primeiro prédio com uma placa que dizia ser a secretaria, mas não havia nenhum outro veículo por perto então cheguei à conclusão que era proibido estacionar ali; dei de ombros, precisava entrar de qualquer forma, aproveitaria para pedir informação.

Desci do carro e segui para o prédio. Assim que entrei me surpreendi ao perceber que era bem iluminado e bem mais quente que do lado de fora, agradeci mentalmente por essa temperatura agradável. A sala era bem pequena e apertada, uma minúscula sala de espera com cadeiras dobráveis, um carpete laranja manchado, avisos e prêmios abarrotados pelas paredes e um grande relógio ruidoso. Um enorme balcão dividia a sala ao meio, com várias cestas de arames repletas de papéis, uma placa escrita “Sra. Cope”, e anúncios coloridos colados na parte da frente. Havia três mesas atrás do balcão e em uma delas estava uma mulher ruiva e grande, usando óculos, imaginei ser ela a mulher identificada na placa. Ela vestia uma camiseta roxa, que imediatamente me fez sentir produzida demais. A ruiva olhou para mim.

—Posso ajudá-la?

—Sou Isabella Swan. -Informei e um brilho de reconhecimento apareceu em seus olhos, era claro que ela sabia quem eu era. Na verdade, toda a cidade deveria saber, amaldiçoei a Charlie por isso.

—É claro. A filha do chefe de polícia. -Revirei os olhos enquanto ela percorria uma pilha precária de documentos em sua mesa, eu havia acabado de perder a minha identidade. -Seu pai esteve aqui semana passada e fez sua matrícula. Aqui. -Comentou satisfeita ao encontrar o que procurava. -Seu horário está aqui e um mapa da escola. -Falou se aproximando com várias folhas para me mostrar. Ela me indicou as minhas salas, mostrando no mapa a melhor maneira de chegar até elas e me deu um papel para que todos os professores assinassem e que eu deveria trazer de volta no final do dia. Peguei tudo enrolando-os.

—Boa sorte querida. -Tentei esconder a careta, mas acho que não deu muito certo já que a Sra. Cope riu. -Espero que goste de Forks. -Agradeci com um sorriso tímido e saí de lá.

Quando voltei para o carro percebi que os alunos já começavam a chegar, então segui o fluxo de veículos até o estacionamento. Estacionei ao lado de um Volvo prata novinho e isso me deixou um pouco mais aliviada, pelo menos o meu não era o único a chamar atenção, mas apesar disso todos ainda se viraram para ver quem era que sairia de dentro do Aston. Revirei os olhos ignorando a todos.

Peguei o mapa que havia jogado de qualquer jeito no banco ao meu lado e tentei decorar o caminho até a primeira aula, eu tinha uma memória excelente o que me livraria de andar com o nariz enfiado naquilo. Joguei tudo dentro da bolsa me preparando para descer do carro, mas meu celular começou a tocar anunciando uma nova ligação, revirei as minhas coisas resgatando o celular e olhando rapidamente no visor para ver quem era; “Alexia”, sorri ao constatar.

—Olá, Bebê. -Ela riu.

—Oi, tudo bem?

—Tudo bem sim. E você?

—Eu estou bem, estava ansiosa para falar com você. Como foi a viagem? -Inquiriu animada, sorri.

—Foi um pouco exaustivo, mas Charlie me recebeu muito bem.

—Não poderia ser de outra forma, aquele te daria até a casa se você pedisse. -Rolei os olhos.

—Não seja exagerada, Charlie só é um pouco preocupado demais.

—Hurum... -Eu ri.

—O que está fazendo? -Ela suspirou.

—Estou no escritório, tentando ler um relatório chato para o julgamento de Ronald Climberg. -Reclamou com a voz frustrada, franzi a testa.

—Esse não é o cara da Normandia que trafica dragões?

—É esse mesmo. O julgamento dele é amanhã.

—Claro, eu me lembro de você comentar alguma coisa.

—Eles estão ficando cada vez mais ousados, ontem prendemos mais três. -Lexi estava realmente muito irritada.

—Hum... quem disse que o trabalho de um Auror é fácil? -Comentei divertida, ela riu.

—Eu mesmo que não. E você, o que está fazendo? -Indagou com a voz mais leve, soltei mais uma risadinha.

—Me preparando para o inferno. -Lancei um olhar para os alunos através do para-brisa. Todos estavam ansiosos para a minha aparição, alguns nem disfarçavam que estavam encarando. Sorri, eles teriam que esperar um pouquinho mais.

—Vai mesmo fazer isso?

—Eu pretendo passar um tempo com Charlie. Então, eu preciso fazer isso. -Simplifiquei.

—Ok. Então o que me resta é desejar boa sorte, você vai precisar. -Lexi riu e eu revirei os olhos.

—Você é a terceira pessoa que me fala isso.

—É porque estamos certos, você sabe o quão fofoqueiros os vizinhos em Forks podem ser, principalmente os adolescentes.

—É, eu sei. -Suspirei me dando um momento antes de entrar no próximo assunto. -E os outros... como estão?

—Você sabe, eles estão bem... Lizzie está na Itália, Fred no colégio, assim como a Sam. -Ela tagarelou nervosa, fechei os olhos esfregando a testa furiosamente.

—E Tony? -Lexi engasgou.

—Tony!? Tony... está bem... você sabe, ele está com saudades. -Abri um sorriso irônico.

—Não minta para mim. -Retruquei voltando a encarar os alunos que ainda permaneciam parados no meio do estacionamento, agradeci mentalmente a Charlie pelo insulfilm no carro. -Tony está possesso, deve querer a minha cabeça em uma bandeja de prata.

—Não é bem assim. -Revirei os olhos, eu sabia que Alexia sairia em sua defesa.

—É assim, sim. Tony me odeia. -Lamentei.

—Tony só está frustrado, ele queria que você permanecesse em Londres. As coisas estão ficando perigosas, Bella.

—E é por isso que eu precisava partir. -Me defendi.

—Sabe que não é bem assim. -Cerrei os dentes batendo a cabeça levemente no banco, aquele assunto era complicado demais, doloroso demais, eu não queria ficar trazendo à tona todas as vezes que conversava com a minha família.

—Eu não quero falar sobre isso, Lexi.

—Foi você quem começou. -Acusou me fazendo sorrir.

—É, eu sei. -Suspirei. -Eu só estou sendo um pouco chata. -Ela não respondeu. -Eu sinto muito por isso.

—Sabemos que precisa de um tempo, principalmente depois de tudo. -Bufei. -Está bem, talvez com exceção de Tony. Ele só está chateado, Bella. Dê a ele um tempo também, vai ver que ele a perdoará.

—Eu espero Lexi, não sei se posso viver sem ele. -Desabafei com a voz embargada. Meus olhos ardiam, mas segurei as lágrimas.

—Não se preocupe com isso, Bell.

—Você me pede o impossível.

—Espera, estão batendo na porta. -Comentou, logo dando autorização para que entrassem. Ela conversou com a pessoa brevemente. -Eu preciso desligar, surgiu um problemão aqui.

—Tudo bem, nos falamos depois.

—Não se preocupe com Tony, eu cuido dele. -Assenti por um momento antes de me lembrar que Lexi não podia me ver.

—Eu vou fazer o possível.

—Já é o suficiente. Tchau cunhada. -Revirei os olhos.

—Tchau.  -Ela desligou e devolvi o aparelho para a bolsa voltando a me encostar no banco e fechar os olhos, senti as lágrimas escaparem e as enxuguei, eu não podia desabar, não aqui e não agora; suspirei pegando a bolsa e saindo do carro logo em seguida, todos olharam para mim maravilhados e as minhas bochechas rapidamente pegaram fogo, mas eu não ia bancar a garotinha assustada, eu não ia fugir, eu ia enfrentar, seja o que quer que estivesse pela frente.


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Notas finais do capítulo

Bye bye, gente. Espero que tenham uma boa semana, até o próximo domingo ♡.



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