Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 2
De volta à Forks


Notas iniciais do capítulo

Continua dedicado as divas Daeneryes Targaryen e Lily Wayne (essa que conhece a história a bastante tempo e me incentivou a postar) e davylla, além de todos os outros que já leram
Aproveitem.



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POV. Bella Swan

Joseph estava morto. Mais um para a minha extensa lista de culpas, e como a boa covarde que era, eu… fugi. Meu destino? Forks, a cidadezinha mais chuvosa da Península Olympic. Eu sabia que a ideia era estúpida, principalmente depois do inferno que foi comunicar a todos a minha decisão; eles não estavam satisfeitos, obviamente nunca estivemos por tanto tempo separados e a última discussão foi a pior de todas, eu só esperava que eles pudessem me perdoar… algum dia, talvez.

—Bella!!! -Me virei um segundo antes de me perder nos braços de Charlie Swan, ele me ergueu e me girou no ar fazendo um grito surpreso escapar dos meus lábios. -Que saudades de você, garota. -Exclamou em meu ouvido quase estourando os meus tímpanos. Charlie me pôs no chão se afastando e aproveitei aquele preciso momento para lhe dar um belo tapa em seu ombro. -Ai! -Exclamou se encolhendo de dor.

—É para você aprender, quer me matar do coração? -Ele riu.

—Eu sei que sou muito lindo mesmo, mas não é preciso ter um ataque cardíaco por mim, querida. -Falou convencido, revirei os olhos.

—Você é impossível, garoto.

—Eu não sou um garoto. -Rebateu envergonhado, abri um sorriso zombeteiro.

—É claro que não.

—Mãe!!! -Exclamou ultrajado, eu ri.

—Tudo bem, tudo bem. Agora vamos, estou morrendo de fome. -Charlie gargalhou.

—Quando você não está? -Indagou pegando as malas e as arrastando para a saída, o segui levando apenas a minha mochila e bolsa.

—Para onde estamos indo? -Perguntei assim que já estávamos do lado de fora e Charlie continuava andando.

—Para o estacionamento. -Franzi o cenho diante da resposta.

—Por quê?

—Porque o carro está lá.

—E por que você veio de carro? -Insisti, ele bufou.

—Porque é melhor, Bella. -Revirei os olhos.

—Eu não acho. -Contestei frustrada, Charlie parou ao lado de uma viatura me fazendo encarar o veículo incrédula. -É sério isso?

—Quê!? -Questionou me lançando um olhar confuso enquanto guardava tudo no porta-malas.

—É uma viatura, Charlie. -Expliquei indignada, mas apesar da obviedade da coisa, ele não pareceu entender.

—Sim, e daí?

—E daí que devem estar pensando que estou sendo presa. -Charlie gargalhou alto chamando a atenção das pessoas que passavam, atirei um olhar irritado para uma senhora que nos encarava desavergonhadamente e ela desviou o rosto no momento seguinte. Esse povo não sabe que é feio ficar encarando?

—Bella, você é absurda. -Bufei frustrada.

—Eu preferia viajar de “outra” maneira. -Charlie me encarou por um segundo inteiro antes de fechar o porta-malas e voltar a falar.

—Então por que veio de avião? -Eu não respondi, não poderia. O que eu poderia dizer? Que queria um tempo antes de enfrentar os fantasmas do meu passado? Fantasmas esses que o envolviam. Suspirei entrando no carro, Charlie veio logo em seguida. -Me desculpe. -Murmurou baixo, balancei a cabeça antes de olhar para ele.

—Não me peça desculpas, eu que estou sendo a chata.

—Não está sendo chata. Eu só... só achei que quisesse um tempo antes de... -Tentou explicar, suspirei.

—Você me conhece bem, hein? -Ele riu.

—Compartilhamos os mesmos detalhes. -Sorri também.

—Certamente que sim. -Charlie ligou o carro dirigindo para fora da cidade, de Port Angeles à Forks eram mais ou menos uma hora de viagem.

—E como estão os outros? Eu sinto falta deles. -Um leve estremecimento percorreu meu corpo, mas me recuperei antes que ele pudesse perceber.

—Todos estão bem, também sentem saudades, Lizzie quase vinha escondida na mala. -Brinquei, Charlie riu.

Paramos para comer em uma lanchonete antes de seguirmos viagem, quando finalmente deixamos a cidade eu me sentia um pouco menos ansiosa. Conversamos um pouco sobre Londres e sobre a nossa família, mas depois de algum tempo eu adormeci, cansada demais para permanecer alerta. Charlie me cutucou avisando que já havíamos chegado, abri os olhos sonolenta e desci do carro; estávamos na garagem de uma imensa casa branca e azul claro, com várias e enormes janelas de vidro, e era bem localizada, longe de toda e qualquer civilização e cercada por uma densa floresta, o que facilitaria bastante a minha vida. Sorri com a sensação de leveza em meu corpo, eu estava em casa.

Ajudei Charlie com as malas me esforçando para continuar subindo à medida que os porta-retratos apareciam, as lembranças invadiram a minha mente com tanta nitidez que parecia ter acontecido dias antes. Havia uma foto de Charlie e os pais no jardim desta mesma casa, outra com Renée no dia do casamento deles, uma outra com eles ainda jovens, várias de Clarissa, uma foto dele comigo. Parei no último degrau da escada e Charlie parou também.

—Essa é a minha preferida. -Comentou atrás de mim e de fato parecia ser, havia uma moldura azul diferente das demais. Levantei a mão para tocá-la, mas no meio do caminho desisti deixando ela cair ao lado do meu corpo.

—Também é a minha. -Murmurei triste, Charlie colocou a mão em meu ombro e eu me virei fitando seus olhos chocolates. -Por que tem que ser assim, Charlie? -Indaguei deixando uma lágrima solitária escorrer por meu rosto, ele assumiu um olhar terno e delicadamente enxugou a meu rosto com a ponta dos dedos.

—Porque você é uma boa pessoa e as pessoas boas são sempre as que são injustiçadas. -Embora o seu rosto estivesse sério eu lhe dei um meio sorriso.

—Sua teoria não é muito boa. -Ele riu.

—Eu sei, mas eu precisava dizer alguma coisa, não é? -Sorri o abraçando.

—Obrigada.

—Pelo quê? Pela minha teoria nada boa? -Me afastei rindo ainda mais, Charlie sabia como me animar.

—Por se importar comigo e por me aceitar em sua casa.

—Eu sempre vou me importar com você e essa casa também é sua Bella. -Eu não concordava com ele, mas decidi não discutir por isso.

—Tudo bem, agora vamos, estou louca para ver o meu quarto. -Falei o empurrando na direção do corredor, Charlie riu pegando as malas e voltando a caminhar, lancei um último olhar para a fotografia antes de o seguir. Aquela foto tinha sido tirada por acaso por um amigo, eu estava sorrindo enquanto Thony me carregava nas costas, Lizzie e Lexie observavam tudo entre risadas, um momento espontâneo em um período em que tudo era mais fácil, mas nem tudo dura para sempre e as coisas haviam se tornado complicadas demais, inclusive minha relação com Thony. Afastei esses pensamentos me concentrando em Charlie.

—Seu quarto está quase igual ao de quando você o deixou. -Comentou abrindo a porta e me dando passagem. Meus olhos se arregalaram em surpresa; ele tinha razão, estava quase igual, o quarto era imenso com duas grandes janelas que davam para as sacadas, uma ficava ao norte, voltada para a entrada principal e a outra ficava ao leste, para a floresta. As pesadas cortinas vinho foram substituídas por outras de um azul-escuro e de igual tecido das anteriores e no momento elas estavam parcialmente fechadas dando pouca visão do lado de fora. A enorme cama de casal estava encostada à parede oeste ao lado direito da porta pelo qual havíamos acabado de passar e próximo a porta que eu sabia que levaria ao closet e ao banheiro, os lençóis que antes eram imaculadamente brancos foram substituídos por uma colcha roxa, um tapete azul felpudo ao pé da cama e dois criados-mudos um de cada lado; um móvel com aparelhos eletrônicos estava encostado na parede oposta perto da janela assim como minha inseparável cadeira de balanço, a escrivaninha estava encostada na parede norte e um notebook estava sobre ela, as paredes azul celeste com estrelas brancas e brilhantes pareciam ter sido pintadas recentemente para receber a mais nova, e ao mesmo tempo antiga, moradora. Charlie entrou deixando as malas em um canto. -Pedi uma amiga que me ajudasse com a decoração, espero que goste. -Sorri emocionada.

—Está lindo.

—Não consegui encontrar uma colcha azul, eu sinto muito. -Se desculpou indicando com a cabeça a cama, neguei jogando as bolsas na cadeira de balanço.

—Roxo está bom. -Ele assentiu, seus olhos percorreram o quarto por um momento e depois se voltavam para mim.

—Eu vou deixá-la descansar. -Charlie se aproximou depositando um beijo em minha testa.

—Obrigada, Charlie. -Ele assentiu saindo em seguida. Decidi que precisava de um banho então revirei a minha mala em busca de uma roupa confortável, encontrei um vestido florido, solto e de mangas compridas. Peguei uma toalha e segui em direção ao closet, que era tão grande quanto o quarto, com três corredores de armários, segui para o último corredor em direção ao banheiro.

 Me arrumar não levou mais de meia hora e eu estava penteando meus cabelos quando ouvi o som de uma buzina, olhei pela janela a tempo de ver Charlie saindo para cumprimentar os recém-chegados. Calcei minhas sapatilhas e desci.

—Bella, se lembra de Billy Black? -Questionou indicando o senhor na cadeira de rodas. Sorri, é claro que eu me lembrava, Billy era apenas um jovem quando o vi pela última vez.

—Claro. Senti sua falta Billy. -Falei o abraçando, ele sorriu me apertando mais em seus braços.

—Pensei que iria morrer e você não vinha me visitar. -Falou brincando, mas eu pude perceber uma pontinha de decepção; Charlie, Billy e eu sempre fomos muito próximos durante minha última estadia aqui, Billy chegou a nos visitar em Londres, mas depois que se casou não foi mais, precisava dar atenção a esposa e aos filhos.

—E eu perder a oportunidade de vê-lo caquético? -Respondi divertida, Charlie e o garoto com ele sorriram enquanto Billy fazia uma careta.

—Não precisa esculhambar, ok? -Reclamou desviando o rosto por um instante. -Deixe-me te apresentar, esse é o meu filho Jacob. -Falou indicando o rapaz, sorri para ele que sorriu de volta.

—Muito prazer, Jacob. -Cumprimentei estendendo a mão que ele apertou um pouco envergonhado.

—Só Jake. -Assenti concordando.

—E como vai Thony, Bella? Lizzie ainda não o estrangulou? -Billy inquiriu sarcástico, eu ri.

—Não, mas está quase. -Começamos a conversar animadamente até que a temperatura começou a cair; no entanto, antes que eu pudesse mandá-los entrar, Charlie chamou a minha atenção.

—O que achou, Bella? -Encarei ele confusa, não tinha ideia do que ele estava falando, talvez tivesse deixado escapar alguma parte da conversa.

—O quê?

—Essa belezinha aqui, o que acha? É bom gostar, até porque vai ser sua. -Tagarelou batendo levemente no capô de um carro. Encarei ele de olhos arregalados.

—Minha? -Charlie assentiu. -Meu Deus Charlie, é... é maravilhoso. -Gritei pulando em seus braços e passando as pernas em sua cintura, Charlie gargalhou me sustentando em seu colo.

—Eu sabia que gostaria.

—Obrigada, obrigada, obrigada. -Cantarolei, Charlie me colocou no chão rindo.

—Ok, já entendi. Agora vá lá, dê uma olhada. -Falou me empurrando em direção ao veículo. Entrei no carro ansiosa e Jacob me observou no mesmo estado de espírito.

—Me disseram que o motor é potente.

—Legal. Quer uma carona para o colégio? -Jake me encarou desanimado.

—Eu estudo no colégio da reserva. -Minha animação murchou.

—Ah... seria legal começar já conhecendo alguém.

Jacob e eu conversamos por mais algum tempo até que Charlie decidiu que era tarde e os levou para casa. Subi para o quarto e troquei de roupa me preparando para dormir, mas embora eu estivesse cansada levou ainda algum tempo para que eu apagasse, as lembranças rodavam a minha mente me deixando melancólica. Eu esperava sinceramente que tivesse tomado a decisão certa, porque não seria fácil sobreviver aos próximos meses.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima gente, Bye.



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