Inabalável SARA escrita por tsubasataty


Capítulo 27
11.


Notas iniciais do capítulo

Ai, ai, ai...
Preparem o coração.
Em breve a parte dois chega ao fim.



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Demorou cerca de duas semanas para o grupo enfim tomar a decisão.

— Vocês têm certeza de que não querem que eu vá? – Sara perguntou, cruzando os braços e olhando preocupada para os amigos.

— É melhor alguém ficar aqui, vigiando a casa. – Iara disse, segurando forte a mão da companheira – E nada melhor que a dona da casa para fazer isso.

Sara assentiu. A mulher tinha mesmo razão. Eles não podiam deixar aquela fortaleza desprotegida assim.

Alguém precisava permanecer na vigília.

— Tudo bem. – Sara falou por fim, abraçando Iara e Tom e depois dando um beijo em Mike – Boa sorte. Espero que consigam encontrar o restante da trupe.

 

Após a despedida, o trio seguiu a pé pela rua.

Estavam armados e preparados, atentos a tudo ao redor deles. Depois de praticamente 2 meses, era como se voltassem a se tornar soldados da Ressurreição outra vez. E o sangue fervilhava quente na veia de cada um deles.

O dia estava claro e sem nuvens. Eles saíram cedo e em cerca de uma hora chegaram ao local que outrora fora o complexo da Ressurreição.

— Está tudo abandonado. – Tom disse, olhando ao redor.

A grama crescia alta por todos os lados e havia destroços abandonados em diversos cantos ao redor da construção. Portas estavam arranhadas, sangue seco manchava o chão e não havia um sinal sequer de que alguma alma viva percorrera aquele lugar nas últimas semanas.

— Vamos entrar e ver se encontramos algo. – Mike murmurou, caminhando em direção a uma porta lateral (a porta que eles fugiram do complexo naquele fatídico dia).

Iara e Tom seguiram o homem em silêncio. Adentraram no complexo e encontraram uma quietude mórbida.

Com as armas a postos, seguiram adiante.

As duas primeiras salas que encontraram, ambas usadas para treinamento do pessoal, tinham as portas escancaradas e estavam sujas e abandonadas. Não havia nada ali que os interessasse. Mais adiante, encontraram um pequeno cômodo de repouso, também na mesma situação dos demais e, por último, estava a sala de armamento.

Iara tomou o comando e se dirigiu para a porta fechada. Olhou para os companheiros e, com ambos assentindo em silêncio, ela abriu a porta. Estava com a arma em mãos, pronta para disparar contra algum zumbi, porém sua preocupação e seus movimentos foram todos em vãos. Não havia nada ali. Nem armas, munição, algum ser humano escondido ou um morto-vivo sequer. Simplesmente não havia nada.

Ligeiramente abalada, Iara abaixou a arma e fitou o vazio, sem saber como proceder. Ela não esperava encontrar o lugar tão abandonado assim.

Tom foi o primeiro a quebrar o silêncio:

— Vamos para a cozinha, ver se encontramos algum mantimento. – embora ele estivesse ali junto com os amigos para encontrar Sabrina e Gabriel, no fundo ele já havia perdido totalmente as esperanças de se depararem com qualquer um dos dois vivo.

 

Passaram em frente ao lugar que se separaram da dupla pela última vez e agora não havia mais nada ali. Tinha, claro, manchas de sangue e luta cobrindo o chão, no entanto isto estava praticamente no complexo inteiro.

Com a esperança abalada, seguiram adiante.

Na cozinha, pelo menos, encontraram algumas coisas pelas quais puderam ligeiramente sorrir. Escondidos na despensa e nos armários, diversos mantimentos e enlatados continuavam intactos. O trio trabalhava rápido, colocando tudo dentro das mochilas numa velocidade mecânica – eles realmente pareciam robôs, com seus gestos ágeis e metódicos.

Com as mochilas cheias e as despensas enfim vazias, seguiram na direção dos quartos.

O cheiro de podridão começou a crescer à medida que eles avançavam num cenário que agora beirava à carnificina.

— Eles devem ter sido atacados aqui. – Iara disse, referindo-se à maioria dos sobreviventes que viviam na Ressurreição.

Os três colocaram um lenço ao redor da boca e nariz e seguiram nauseados adiante.

Entraram em cada quarto, cada banheiro e cada pequeno cômodo que apareceu na frente deles. Por mais que procurassem, não havia sinal nenhum de alguém ali.

— O que vamos fazer se não encontrarmos sequer pistas deles por aqui? – Iara perguntou.

— Vamos terminar de ver o complexo e depois pensamos nisso, pode ser? – Mike disse, caminhando em direção à penúltima porta do corredor. Faltavam apenas aqueles dois últimos cômodos para eles conferirem.

Mike se dirigiu para a frente do grupo e, sem pensar duas vezes, abriu a porta. Nesse instante, foram todos pegos de surpresa.

Um enxame de zumbis tinha os braços esticados, fazendo um grunhido ensurdecedor quando perceberam estar livres outra vez – e com carne fresca bem diante deles.

Mike conseguiu atirar em um ou dois mortos-vivos antes de perder o equilíbrio e cair de costas no chão, sendo coberto por diversos corpos de zumbis que se jogaram em cima dele.

Tom e Iara começaram a disparar no mesmo instante, gritando alto e xingando aquelas criaturas não eram nada mais que uma aberração.

Sem saber onde sua arma tinha ido parar, com socos e pontapés Mike começou a tirar os corpos de mortos-vivos de cima dele. Quando ele estava prestes a se colocar de pé, um dos últimos zumbis agarrou a sua mão e deferiu uma mordida certeira na carne de Mike.

O homem gritou de dor, sentindo a pele de sua mão sendo arrancada com força pelos dentes daquele zumbi imundo. Mike deu um pontapé na cara do morto-vivo até derrubá-lo no chão e terminar de matá-lo com um chute bem no meio do crânio.

Ele suava e tremia enquanto olhava o corpo do zumbi agora morto no chão. Com o rosto pegando fogo e a testa escorrendo suor, Mike olhou para sua mão esquerda, agora ensanguentada. Já era tarde demais. Ele realmente havia sido mordido.


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Notas finais do capítulo

Ai meu deus...
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