Hopeless escrita por vivian darkbloom


Capítulo 2
Capítulo I - Questões Familiares.


Notas iniciais do capítulo

*PESSOAL, COISAS IMPORTANTES AQUI, POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS*

Primeiramente, obrigada! Eu amei todos os reviews, todas as fichas, cada participação de vocês foi incrível, espero que continue assim. Aliás, a fanfic já teve quase 300 visualizações! Novamente, obrigada. Como eu disse para alguns leitores, essa fanfic é realmente muito importante para mim.
A ideia da Áquila Malfoy é algo que eu tenho desde quando li os livros pela primeira vez (com sete anos, mas na época ela era bem diferente do que é agora) e eu desenvolvi toda a base para a história dela aos 11, então ela cresceu comigo como uma companhia silenciosa e inestimável. Durante muito tempo eu quis escrever sobre ela, mas era difícil passar para o papel uma história com tantos detalhes quanto eu imaginei, com a profundidade que havia para mim. Finalmente, consegui desenvolver e eu sou grata a cada um que gostou dela, de verdade.

Agora, peço por favor, que vocês entrem no blog da fanfic (hopeless-fanfic.tumblr.com), eu estou atualizando ele praticamente todos os dias com conteúdo e trechos de alguns futuros capítulos (inclusive, haviam trechos desse capítulo lá) e umas montagens que eu faço para diversos personagens, além, é claro, de todos os personagens que vocês me mandaram já estarem inseridos no cast.

Sobre as postagens de capítulos: gente, o mínimo é uma vez por semana, todos os sábados. Contudo, semana que vem eu tenho uma prova de faculdade para fazer em outra cidade, justo no sábado e dia 30 também terá outra em uma cidade ainda mais longe (por favor, me desejem sorte!), resumindo: vou chegar morta em casa.
Então eu vou tentar postar os capítulos antes, durante a semana (o que pode render até dois capítulos por semana!), e nos domingos.

Por fim, espero que gostem desse capítulo e boa-leitura!



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Aron Zhyra.

O dia 1 de setembro era ansiosamente aguardado pelos diversos alunos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Sendo esse o local onde haviam feito seus melhores amigos e descoberto suas verdadeiras identidades, eles mal podiam esperar para voltar. Por tanto, a agitação na plataforma de embarque era enorme. Pais se despediam de suas crianças, que corriam para encontrar o colega mais próximo, mães gritavam ordens e lembretes aos mais esquecidos e diversos animais faziam barulho, nervosos com tamanha confusão.

Seguro de tudo isso e perfeitamente acomodado em um vagão ainda vazio, estava Aron Zhyra, um quintanista corvino, que olhava tranquilamente toda aquela agitação pela janela. Não havia demorado para entrar no vagão, visto que seus avós dispensavam qualquer despedida, e não se atreveria a cortar aquele mar de gente em busca de algum conhecido. Por tanto, apreciava agora a tranquilidade e o conforto de já estar estabelecido, enquanto diversas pessoas passavam pela porta aberta do vagão, alguns aos gritos animados, a maioria aos risos.

Contudo, em meio aos estudantes, surgiu um rosto familiar, que sorriu animada para ele. Rionach entrou rapidamente no vagão, segurando a mão de Natalie Granger e fechando a porta atrás de ambas. Nunca havia sido particularmente muito amigo da Granger, contudo graças as suas amizades em comum, acabaram se aproximando durante o segundo e desenvolvendo uma relação sólida e imprescritível.

— Nós procuramos você na plataforma. — Rionach disse, sentando em sua frente e roubando um chocolate que estava no seu colo. Ele revirou os olhos, oferecendo um também a Natalie, que aceitou prontamente, agradecendo.

— Eu vim mais cedo, meus avós não viam a hora de se livrar de mim. — Comentou em tom de brincadeira, tentando disfarçar que aquilo o incomodava, haviam situações em sua família que era realmente melhor não se aprofundar. Rapidamente, elas entenderam que não era adequado falar sobre isso.

Ele buscou disfarçar, comendo um sapo de chocolate e entregando seu cartão de Nicolau Flamel a Granger, que os colecionava há muito tempo.

— Como foram as férias de vocês? — Natalie perguntou, após guardar o “presente” em sua bolsa, se jogando de forma mais displicente no banco do vagão e brincando entre os dedos com a miniatura de uma vassoura voadora, que havia ganhado da irmã no último natal.

— Entediante. — A outra garota respondeu, jogando os longos cabelos escuros por cima do ombro. — Meus pais resolveram fazer uma viagem pela costa do país e, sinceramente, as praias da Inglaterra são bem sem-graça.

— Digo o mesmo, passei a maior parte dos dias no quarto, me planejando para os exames desse ano e visitando minha mãe na América. — Aron corou um pouco ao responder e ambas fingiram não ver, visto que sua mãe era um tópico delicado de se falar, para qual nenhuma das duas levava muito jeito.

— Está tudo bem com ela? — Rionach perguntou, se inclinando para frente e lhe dando mais atenção, enquanto Natalie lhe olhava solidária. Ambas eram as únicas pessoas que conheciam mais a fundo a vida dele e sabiam o quanto a internação da sua mãe, em uma clínica psiquiátrica distante, havia lhe afetado.

 — Ela estava mais calma nas vezes que eu fui. — Ele começou, lutando para que a voz não falhasse. Sorriu com a memória da felicidade contida da mulher, ao receber as poucas visitas. — Até me deixou tirar uma foto dela, olha.

Aron procurou na bolsa que levava consigo, o seu bem mais precioso no momento, uma fotografia levemente amassada, e estendeu para que as amigas pudessem ver. Ali estava uma mulher de quase 40 anos, usando roupas levemente desgastadas, com o cabelo preso em uma longa trança, feita por uma das enfermeiras. Ela sorria fracamente, acenando para a câmera. Seus olhos pareciam desfocados e há muito havia perdido a aparência jovial. Ainda sim, para o garoto, Anna Zhyra parecia a mulher mais bela do mundo.

— Ela realmente parece melhor, talvez possa voltar para a casa depois de um tempo. — Natalie tentou soar esperançosa, entregando-lhe de volta a fotografia, cujo qual ele guardou com extremo cuidado.

— É, quem sabe um dia descubram como cura-la... — Ele disse, reforçando a mentira que havia contado há anos atrás, sobre como sua mãe havia sido acometida por uma doença mental, sem uma explicação lógica, cujo qual os médicos lutavam para reverter.

Lembrou-se de seu sorriso fraco. Merlin, como sentia falta dela! Sentiu seu peito doer com a saudade iminente. Odiava mentir para sua amiga, tendo que enganar até si próprio para não se entregar ao desejo de contar ao mundo a verdade sobre seu passado. Mas acima de tudo, o que mais lhe machucava ter sua mãe tão distante e saber que a culpa era sua. Fechou os olhos por poucos segundos, tentando não transparecer sua tristeza, mas era inevitável. Delicadamente, Rionach tocou sua mão, segurando-a com força.

— Você está bem? — Ela perguntou, visivelmente preocupada. Sabia quanto o assunto mexia com o amigo. No fundo, ele só estava cansado das mesmas questões lhe rondando a mente.

— Sim, só... vamos mudar de assunto, por favor. — Pediu, respirando fundo e se recompondo. Ele se virou para Natalie, que aguardava em um respeitoso silêncio. — Como foram suas férias?

— Eu fiquei com os Weasley e a Hermione — Ela disse, tentando fazer com que sua animação quebrasse o clima pesado entre eles. — Ela recebeu finalmente o crachá de monitora junto com, pasmem, o Ron. Você também recebeu o seu da Corvinal, Aron?

Os dois encararam a garota como se ela tivesse dito o maior absurdo do mundo. Rony Weasley monitor? Era realmente algo inacreditável! Todos esperavam que Potter fosse o escolhido.

— Sim... recebi. Tanto que daqui a pouco preciso ir para a reunião com os mais velhos, receber minhas instruções. Que estranho, estava animado para fazer patrulhas com o Harry esse ano. — Disse, lamentando. O garoto realmente atraia problemas e o Zhyra não era muito diferente. Juntos, já haviam conseguido se colocar em situações das mais diversas, muitas vezes escapando por pouco de serem pegos. Graças a sua astúcia em momentos assim, permanecia com seu histórico limpo o suficiente para o cargo de monitor.

— Todos estranhamos — a jovem continuou, rindo com a lembrança. — Bem, fazer o que, né? Vai ser legal ter eles nessa posição de qualquer forma, mal posso esperar para roubar o crachá da Hermione e ir atrás do pessoal da Sonserina.

Tanto Aron quanto Rionach riram ao imaginar a cena. Natalie e Hermione eram irmãs gêmeas, contudo a diferença sempre foi clara devido ao estilo e comportamento extremamente oposto de ambas, entretanto, isso não impedia a garota de se passar pela irmã de forma muito convincente, quando queria.

— Aliás, sabe quem foi escolhido da turma deles? — Aron perguntou, quando parou de rir. Esperava, profundamente, que não tivesse sido o Fimmel, não queria arrumar mais confusões com ele, já bastavam as aulas de duelos do ano passado, em que foi necessário a intervenção dos professores para ambos pararem.

— Não faço a mínima ideia, mas suspeito que a Malfoy tenha sido, ela parecia mais insuportável que o normal, grudada com aquele projeto de boneco que ela chama de namorado. Achei que tinham terminado nas férias. — O desgosto em sua voz era claro.

A garota não mexia com as Granger tanto quanto o irmão fazia, mas ainda sim havia uma irritação crescente entre Natalie e Áquila Malfoy desde o primeiro dia de aula, sendo que as duas não precisavam de motivos grandiosos para implicar uma com a outra, embora nunca tivessem levado isso a momentos extremos. Há muito tempo Aron suspeitava que havia algo à mais nisso tudo.

— Cala boca, você só fala isso porque quer pegar ela. — Rionach disse, como se pudesse ler os pensamentos do amigo. Ambos sorriram cúmplices, enquanto Natalie ficava extremamente vermelha.

— Isso não é verdade! — Ela exclamou, jogando uma caixinha de chocolate em cima dela, cujo qual ela abriu e devorou rapidamente.

— É sim, desde o primeiro ano! — O'Neal respondeu, ainda com a boca cheia de doce.

— Ela tem razão, todo mundo sabe disso. — Aron disse, rindo novamente e se esquivando de um tapinha de Natalie, que a cada segundo ficava ainda mais vermelha.

— Ela é uma Malfoy, eu jamais chegaria perto dessa família. — Resmungou, cruzando os braços e olhando irritada para eles, o que apenas os fez rir ainda mais.

— Ninguém disse que você precisa chegar perto da família para beijar ela, sabe como é.... sem compromissos. — Rionach provocou ainda mais, quase caindo do banco de tanto gargalhar da cara de indignação da Granger.

Naquele momento, Aron se sentiu a pessoa mais sortuda do mundo por ter ambas ao seu lado, lhe ajudando a esquecer seus problemas. Eram um trio confuso, até mesmo disfuncional, que se provocavam por qualquer besteira, mas eram elas eram as melhores pessoas que o mundo poderia colocar em seu caminho.

Lyra D. Lestrange.

Os alunos da Sonserina costumavam ser o maior exemplo de aristocracia e elegância dentro do que consideravam ser a elite das casas de Hogwarts. Por tanto, não era para menos que a área do expresso destinada a tal casa, era a mais calma de todas. Os vagões, em sua maioria, permaneciam fechados, e apenas os alunos mais novos ousavam perturbar aquela paz com brincadeiras altas e exageradas.

Em um dos compartimentos fechados, estava um grupo muito seleto de estudantes, conversando entre si. Draco Malfoy estava com a cabeça encostada displicentemente em Pansy Parkinson e, ao lado dela, estava Blásio Zabini. Na frente de ambos, Jonathan La Marche havia acabado de fechar um livro de poções, que havia ganhado de Áquila em seu último aniversário e poderia jurar que, devido a maior parte do conteúdo ser direcionado a arte das trevas, ele deveria ser proibido na Inglaterra. Por fim, Lyra Lestrange estava perdida em pensamentos, encarando um ponto fixo da parte vazia dos bancos a sua frente, mal ouvindo o que diziam.

Havia repensado muito se deveria voltar a escola naquele ano, cogitando até mesmo a possibilidade de pedir transferência para Beauxbatons, ideia que foi rapidamente dissolvida por sua tia Narcissa. Foi com muito custo que, naquele dia, havia decidido ir a plataforma.

— Lyra, você sabe onde está a Aq? — Draco perguntou, despertando-a de seus pensamentos. — Daqui a pouco precisamos ir até o vagão dos monitores.

— Ela sumiu com o Fimmel, assim que a gente entrou no Expresso e você foi procurar o Zabini. — Explicou, sorrindo levemente, lembrando da piscada maliciosa que a mesma havia lhe deixado, antes de sair de mãos dadas com o namorado.

Pansy riu, sendo seguida pelos outros.

— Bem, Charles é um menino de ouro, conquistou o prêmio mais cobiçado da escola. — Blásio brincou, fazendo as garotas revirarem os olhos e acabou levando o forte soco no braço do garoto platinado.

— Olha como fala da minha irmã, seu imbecil. — Draco disse, de forma raramente séria, fazendo o mesmo revirar os olhos, contudo teve o bom senso de manter-se calado.

— Vocês viram quantos aurores tinham na Plataforma? — Pansy disse, mudando de assunto bruscamente e procurando desfazer a cara emburrada do namorado.

— Por causa do Potter. — Explicou Jonathan, que também havia ficado observando a estranha movimentação. — De alguma forma, algumas pessoas acreditaram no que ele fala.

— Bem, não é como se fosse mentira. — Draco brincou, já esquecendo sua irritação interior. Lyra preferiu se manter quieta, evitava falar desse assunto sempre que possível, nenhum deles imaginava como os eventos do ano anterior haviam lhe afetado profundamente.

— Realmente, mas o mundo ainda não precisa saber disso. — Rebateu o garoto, com seu leve sotaque francês. — Pelo menos não enquanto for possível evitar.

— Você tem razão, embora em casa já se fale abertamente sobre Você-sabe-quem e as mudanças que ele vai fazer. — Zabini disse, orgulhoso que seu novo padrasto aparentemente tinha um cargo elevado entre os comensais. Eles não deveriam comentar essas coisas tão abertamente, mas não podiam evitar se gabar, como se as ideias dele fossem somente uma brincadeira, um assunto que jamais se tornaria real.

Lyra sentiu seu corpo arrepiar. Eles não sabem como é perder alguém que amam, pensou, sentindo-se extremamente solitária naquele vagão. Espero que nunca saibam.

Balançou a cabeça discretamente, lutando contra aqueles pensamentos. Não poderia demonstrar fragilidade ali.

— E aí, Lestrange, como é ter esse sobrenome agora? — Perguntou Zabini, fazendo com que ela erguesse os olhos, o encarando, sem entender muito bem.

— Do que você está falando? — Disse, levemente confusa. Aparentemente, havia perdido parte da conversa, enquanto divagava.

— Ser filha de Bellatrix Lestrange e criada por Lucius Malfoy, como é? — Ele perguntou, o tom de sua voz evidenciando a admiração que tinha por ambos. Todos no vagão, exceto seu primo que soltou uma risada rápida, viraram para lhe encarar.

Lyra sentiu seu rosto queimar com a frase do rapaz. Como ela poderia explicar para qualquer pessoa ali, todos filhos ou parentes de comensais, que ter familiares que fazem parte do círculo íntimo do Lorde das Trevas não é tão maravilhoso assim?

Suspirou, diante da situação. Às vezes, embora jamais pronunciasse isso em voz alta, desejava ter nascido em outra família.

— Ah, é.... bem, normal para mim. — Disse, já arrependida, diante do olhar incrédulo do mesmo. Seus pais e tios eram considerados quase celebridades, para quem admirava arte das trevas, era minimalista reduzir a criação deles a “normal”.

— Ah, fala sério, sua mãe era praticamente casada com o cara, sem ofensas. — Soltou uma risada leve, quando viu a garota corar, embora já tivesse ouvido coisas piores que isso sobre Bellatrix. — E seu tio é o braço direito dele, segundo Draco.

Lyra pigarreou, buscando as palavras adequadas, sem ofender sua família que, apesar de todos os defeitos, eram o mundo para ela.

— Eu não tive contato com minha mãe depois que ela foi presa, apenas por cartas que eu nunca sei se ela chegou a ler, então não sei dizer. — Explicou, mantendo a voz firme o suficiente. — E acho que a única diferença dos meus tios para outros, é que eles ensinavam a mim e os meus primos como recitar e decorar feitiços das trevas, no lugar de músicas infantis, quando éramos crianças.

Ela ficou feliz que sua brincadeira fez todos rirem. Não havia realmente nada alarmante para dizer sobre seus familiares. Sua mãe, como dito, estava presa e não lhe agradava falar sobre ela, visto que jamais havia se orgulhado de seus atos perante a comunidade bruxa.

Já Narcissa era uma tia amorosa e afável, que sempre fez com que ela se sentisse em casa e acolhida na mansão, enquanto seu tio Lucius era um homem mais distante, se concentrando nos filhos e sendo rígido em sua educação, ensinando-a desde cedo a controlar muito bem sua língua, fazendo-a se privar de comentar determinados assuntos perto dele.

Pelo canto do olho, pode notar que Jonathan lhe olhava curioso. Tentou não corar, enquanto mantinha o rosto erguido e orgulhoso, como sempre haviam lhe ensinado a fazer.

A conversa rapidamente voltou a fluir, embora ela notasse que o La Marche lhe encarava vez ou outra. Aquela seria uma longa viagem.

Áquila L. Malfoy.

Enquanto grupos de amigos se reuniam, seja para rir ou para sussurrar sobre os novos rumos da magia, outros preferiam um encontro mais... peculiar. Eram diversos os casais de namorados que se encontravam após longas férias e rapidamente iam se trancar em vagões, buscando uma maior privacidade.

Áquila e Charles não eram muito diferentes. Ele a havia visto rapidamente na plataforma, sendo inconfundível os longos cabelos platinados e o olhar imponente. Não demorou até que estivesse vindo em sua direção, enquanto ela acenava animada. Seus pais, Elia e Anthony, o acompanhavam e ela os cumprimentou calorosamente, enquanto Lucius e Narcissa conversavam com Charles.

Ter família próximas e os padrinhos como sogros, era uma incrível vantagem de seu namoro. Contudo, não demorou até que ele a estivesse acompanhando para dentro do trem. Uma vez fora das vistas sempre rigorosas de Lucius, deixou que a puxasse para um beijo ardente, que fez um grupo de alunos mais velhos que passavam ao lado, soltarem assovios.

Naquele momento, ela havia se separado dele abruptamente. Áquila era o tipo de garota que resistia até mesmo a beijos em locais que muitas pessoas poderiam ver. Isso pois, possuía uma fama impecável, tanto na escola quanto para a família, de ser a garota que sempre seguia as regras. E, de fato, ela era. Jamais desobedecia aos pais, nunca arrumava uma confusão, tirava as melhores notas de sua casa e nunca, em hipótese alguma, quebrava uma tradição familiar.

Bem, pelo menos não que alguém, além de Charles, seu irmão e seu grupo muito bem escolhido de amigos, soubesse. Por tanto, não demorou até que ela guiasse o namorado até um vagão vazio, onde estariam fora das vistas de todos, trancando a porta atrás de si.

— Não podemos demorar, tenho uma reunião no vagão dos monitores. — Disse, tirando o casaco que usava e o jogando, junto com a bolsa, em um canto qualquer.

— Tudo bem. — Charles concordou, com uma risada rouca atrás de si, observando atentamente cada um de seus movimentos. Ela sentiu um arrepio passar por seu corpo, quando virou para encara-lo.

O Fimmel possuía penetrantes olhos azuis, que naquele momento, pareciam cheios de saudades e desejo. Ela sempre havia sido apaixonada pelo seu olhar, foi a primeira coisa que notou nele, ainda quando era uma criança e Charles não era nada além de seu melhor amigo.

— Então, como foram suas férias, senhorita Malfoy? — Ele perguntou, com um sorriso malicioso, enquanto a mesma se aproximava lentamente.

— Terrivelmente obsoletas, se não fosse por você. — Áquila sussurrou, soltando o cabelo que havia prendido antes de embarcarem. Sabia que ele gostava quando deixava os fios assim, libertos.

Ele sentou, puxando-a delicadamente para seu colo. Respirou fundo, sentindo o perfume dela lhe invadir, inebriando seus sentidos, fazendo com que ele apertasse sua cintura com um pouco de força. A garota sorriu ao sentir.

— Fico feliz que eu possa ter lhe tirado dos seus dias monótonos. — Disse, enquanto Áquila sorria. Já namoravam há mais de um ano, mas ainda sim, jamais havia se acostumado com o quão fácil ela conseguia embaralhar seus pensamentos.

Áquila costumava ter efeitos hipnotizantes sobre Charles desde a primeira vez em que permitiu que ele lhe beijasse, após um tempo de árdua conquista, e quando ela finalmente se entregou inteiramente a ele, poucos meses atrás, pensou que jamais poderia estar mais apaixonado. Ainda sentia-se assim toda vez que a tocava.

— Você é o único que consegue... — Ela disse, tocando seus lábios de leve, no que começou como um beijo calmo e se intensificou, enquanto ele puxava sua cintura para mais perto.

Deixou que ele lhe virasse delicadamente no banco, com o corpo sobre o seu. Não pode evitar soltar um gemido baixo, quando Charles mordeu seu lábio inferior de leve. Sua mão, instintivamente, arranhou um pouco a sua nuca, enquanto suas penas se entrelaçavam em sua cintura.

A mão dele percorria todo seu corpo, conforme ela se mexia ansiosa embaixo dele. Havia escapado da vigilância de seu pai algumas vezes, com a ajuda de Lyra e Draco, e passou ótimos momentos na mansão Fimmel, mas ainda sim, não havia sido o suficiente para esgotar o desejo que tinha de seus toques, não desde que descobrirá os efeitos que Charles tinha em seu corpo.

Áquila sorriu, conforme ele descia os beijos pelo seu pescoço. A pele branca se destacava em baixo da blusa de seda negra e, quando recebia leve mordidas, se arrepiava.

— Senti sua falta. — Charles sussurrou, enquanto suas mãos subiam por sua coxa, seus dedos brincando com a meia calça, enquanto a saia era erguida. Haviam se visto o tempo todo durante os dois meses, porém Lucius jamais permitia que ambos ficassem sozinhos na Mansão Malfoy, haviam sido férias... complicadas.

— Eu também. — Ela disse, já desabotoando a camisa azul escura que ele usava, arranhando seu peito de leve, conforme se livrava da peça.

Empurrou ele, sem muita delicadeza, em direção ao banco da frente. Charles se deixou ir, rindo enquanto ela subia em seu colo e puxava seus cabelos dourados de leve. Áquila gostava de ser aquela no comando, sempre por cima, e ele costumava fingir ser comandado, porque não havia nada no mundo que não faria para vê-la satisfeita.

Deixou que a despisse de forma lenta, beijando cada parte de sua pele, enquanto descia suas mãos pelo seu peito e sua barriga, sentindo seus músculos fortes se contraírem, conforme rebolava em seu colo, fazendo ele gemer contra seus lábios.

Áquila precisava dele. Precisava senti-lo dentro dela, precisava do seu toque, quase de forma desesperadora. E ele estava prontamente lhe atendendo.

Não demorou para que ela esquecesse dos monitores, de reunião ou até mesmo de Draco. Eles poderiam esperar, mas Charles descendo os beijos pelo seu corpo, não.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Peço novamente, que entrem no blog da fanfic (hopeless-fanfic.tumblr.com). E perdão qualquer erro, estou viajando e tive que revisar esse capítulo no meio de muito barulho.
Aliás, eu queria dividir com vocês que estou com dois projetos para escrever uma saga de livros ano que vem, se alguém se interessar posso contar melhor como é o enrendo.