O Clã Uzumaki escrita por lovelywriter


Capítulo 6
Kunoichi de Konoha




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Quando acordou novamente, estava deitada no chão e tinha os pés e as mãos presos por correntes. Não consegui se mexer e sentia muita dor de cabeça. Olhava para frente e não havia ninguém. Levantou a cabeça e viu que os homens estavam a uma pequena distância dela, próximo a duas barracas. O homem mais alto, que aparentava ser o líder, voltava de algum lugar e fitando Ayumi, percebeu que ela acordara. Ela, então, virou-se novamente, dando as costas a eles, mas o escutou:

           - Bom dia. – Sua voz era grave e distinta.

            Ela o ignorou mas o podia ouvi-lo se aproximando. Ele a levantou e, colocando-a sentada, sentou-se a sua frente. Ele a olhava com atenção.

         - É impressionante. Venham aqui, quero que vocês vejam isso. – Os outros homens se levantaram e foram para perto de Ayumi.

      - Não acredito. – falou o homem da voz rasgada e o outro concordou.

      - Nenhum arranhão. Parece até mesmo que não houve aquela briga.

    - Parem de me olhar! – Ayumi gritou. – Me deixem ir! Quem são vocês? O que querem comigo?

— Quantas perguntas! Você é mesmo curiosa, não é mesmo? Vou te dar o direito de responder apenas uma. Pode escolher.

— Onde estão meus pais? – Ela perguntou numa voz profunda e triste, com receio do que poderia ser a resposta.

O homem se levantou e, antes de começar a falar, respirou profundamente.

— Eles não quiseram me ouvir. – Ele meneava a cabeça. – Eu os avisei que se não resistissem, eu os deixaria ir em paz. Mas não quiseram me ouvir e tiveram que pagar o preço. Estão mortos.

— M-entira.

Ayumi sentia a cabeça girar. A impressão que tinha era que repentinamente, o chão tivesse desaparecido e ela então caía num abismo sem ter qualquer lugar onde se apoiar ou como escapar o fim inevitável da queda. Seus olhos encheram-se de lágrimas e embora quisesse reagir, sentia um peso grande demais em todo o seu corpo, para conseguir fazer qualquer coisa, se não chorar. Mas foi quando sentiu as primeiras lágrimas caindo sobre suas pernas é que despertou. A dor começou a possuir seu coração e ela levantando-se, ia em direção ao chefe daquele grupo, quando foi puxada pelas correntes. Um dos homens segurava a corrente com os pés e ela não conseguia mais ir a frente. O chefe a olhava com desprezo, como se esperasse que ela realmente fosse em sua direção.

— Seja inteligente, garota. Você está agora no país da névoa, distante do País do Fogo e de sua casa. Se fugir, nunca sobreviverá aqui. O melhor que tem a fazer é obedecer-nos.

— O QUE VOCÊS QUEREM COMIGO? – As lágrimas caíam desesperadamente e ela, entregando-se a dor, prostrou-se no chão, desabando tamanho pesar.

— Seu precioso chackra. – Ele disse cada uma dessas palavras lentamente, abaixando-se e colocando a mão no rosto dela. – Nunca percebeu como seu corpo sara rapidamente? Você nunca sentiu o poder que há dentro de você?

   Ayumi lembrou de alguns episódios de sua vida, quando havia sentido algo parecido com aquela sensação do dia anterior. Podia sentir isso em algumas pessoas também, como se olhasse e conseguisse ver o que há dentro delas. Fora assim que percebera que um homem atacaria um senhor da sua vila. Ela avisara seu pai, que fora capaz de impedir.

  - Parece que você está se lembrando de algumas situações. Isso que há dentro de você, chama-se chakra. É a força vital de todos os seres humanos. Entretanto, o treinamento ninja permite que usemos essa força para fazer muitas coisas impressionantes.

     - E o que o meu tem de mais?

    - Embora ninjas demorem anos para aprimorar o uso do chakra com treinamento, persistência e técnica, você é capaz de controlar o seu sem nunca ter feito nenhuma dessas coisas. Nós vamos treiná-la, e você nos dará uma ajudinha em troca.

    - Eu não quero ser treinada. Eu quero ir embora. – Sua voz era fraca e cansada.

     - Você não tem escolha. Vai fazer o que mandar, ou corto sua cabeça.

   Ayumi olhava o homem, aterrorizada, sem conseguir dizer palavra alguma. Deitou-se novamente no chão e esse dia marcou o início do período mais assustador de sua vida. Foram quatro anos num cativeiro, servindo como uma arma, para um bando de homens malignos, que a usaram para cumprir seus propósitos maus.

      Lembrou-se de tudo isso, que passou diante de seus olhos como um flash e quando deu conta de si, encontrava-se ainda lutando contra Haruna em Konohagakure, diante de todas aquelas pessoas. A lembrança a deixara tão perturbada, que retirou a mão de dentro da prisão de água, libertando Haruna, que aproveitando-se do súbito desliza da oponente, atacou-a diretamente no estômago, como planejara anteriormente. Para a surpresa dele, porém, quem estava diante dele era apenas um mizu bushin, que se desfez com o ataque. Colocando-se sobre a água novamente, ele percebeu que ela se encontrava emergia de debaixo d’água para ataca-lo e defendendo-se, acabou sendo lançado novamente à terra.

   - O Byagukan não possui pontos cegos. É óbvio que ele se defenderia. – Kakashi observou.

   - Você não vai escapar de mim!

  Indo em direção a ele, Ayumi insistiu em ataca-lo, acertando-o com murros e chutes, dos quais ele se defendia. Novamente usando o punho suave, Haruna a atacou nos pontos de chakra e, surpreendendo-o novamente, outro mizu bunshin se desfez. Nesse instante, ele olhava para todos os lados e não conseguia encontra-la, percebendo um chackra se espalhar em todo o ambiente.

  - Onde você está? – Ele gritava e as veias de sua têmpora saltavam ainda mais, à medida que ele a procurava.

   - O que está acontecendo? – Kakashi e Itachi imediatamente usaram seu sharingan, mas não conseguiam perceber Ayumi em lugar algum, sentindo apenas o ar tornando-se cada vez mais denso.

     - Você aprenderá de uma vez por todas que não existe ponto cego no Byakugan. Estilo Jūken: Oito Trigramas Sessenta e Quatro Palmas! – O jutsu fora capaz de limpar o ar carregado com o chakra em todo o seu alcance, mas rapidamente, a nuvem pesou o local novamente até que, ao tentar usar o jutsu novamente, Haruna não conseguiu extrair chakra algum de si. A neblina densa que se formara começou a desaparecer, sendo absorvida pelo riacho. Quando o ar se encontrava completamente limpo, Ayumi emergiu do fundo do rio e num salto, acertou Haruna com uma massa concentrada de chakra, sendo lançado nas grades do campo de treinamento, há 10 metros de distância de onde todos estavam.

   - Acabou. – Ela murmurou para si mesmo e continuou a encará-lo, percebendo que ele não se levantaria.

     Os médicos ninja correram na direção de Haruna e depois de alguns minutos, sinalizaram para Gekko que a luta estava encerrada.

       - Ayumi-san vence novamente. – Gekko a olhava impressionado.

      - Acho que isso foi suficiente. – O Hokage pronunciou-se. – Seu pai tinha razão, Ayumi.

      - Obrigada, Hokage-sama. – Ela curvou-se diante do grande Hokage. Ele se levantou de sua cadeira e tomando a bandana, aproximou-se dela.

      - Parabéns. Aqui está sua bandana. À partir de hoje, você é uma chunin de Konoha.

        Ayumi pegou a bandana e alegremente colocou-a em sua testa.

       - Quando posso fazer o exame para ser Jounin?

       O Hokage começou a rir, junto de todos os que estavam presentes.

     - Não que duvide de sua capacidade. Mas para tornar-se um jounin, é necessária experiência de campo. Não se preocupe com isso. Nós a colocaremos numa equipe para que você possa adquirir o que lhe falta para ser jounin.

      - Sim, senhor. – Ela assentiu com certa impaciência.

     - De qualquer maneira, será de grande ajuda para Konoha.

       O hokage falou isso e se retirou, acompanhado dos demais. Itachi e Kakashi aproximaram-se de Ayumi para parabeniza-la.

        - Aquilo foi incrível. Que tipo de jutsu era aquele?

         - Ah, qual?

      - O último usado por você. Nem mesmo o sharingan conseguiu identificar onde você estava.

       - Hum – Ela parecia pensativa. – Não tem um nome. Precisa ter um?

        Os dois começaram a rir e Kakashi falou:

       - Meu sensei era muito criativo com nomes de jutsu. Eles eram os piores.

         - Talvez Grande Bola de água com chakra?

         Kakashi e Itachi se entreolharam, tentando conter o riso.

        - Esse nome não é bom. Pense um pouco mais. – Itachi foi sincero.

        - Você está soando como meu professor, que coisa.

        - Quem era seu sensei, Kakashi-san?

        - Yondaime Hokage. Namikaze Minato.

— QUEEEEEEEEE?? – Ela parecia sinceramente impressionada. – SEU SENSEI FOI O YONDAIME HOKAGE? – E pausando um pouco ela continou. – Pera, esse que estava aqui era o Sandaime, correto?

— S-sim. – Kakashi assentiu fracamente.

— Isso quer dizer que o Yondaime está.... – Ela não quis continuar.

  - Isso. – Os dois confirmaram.

   - O que aconteceu?

  - Ele morreu num incidente, defendendo Konoha.

   Ayumi suspirou e parecia profundamente entristecida. Ela se lembrou do que havia falado para Haruna e sentiu seu coração aquecido pelo ato do falecido Hokage.

   - Sobre o que eu falei antes, durante a luta com o Haruna. Eu não acho ruim existirem vilas e não estava chamando-o de fraco ou nada do tipo por ter amigos para defendê-lo. É só que... – Ela coçava a cabeça, constrangida. Ayumi queria se desculpar por aquilo que havia dito.  – Eu não sei bem como é ter alguém lá para te defender.

            Os dois pareciam surpresos pela declaração dela, como se voltassem a encará-la como uma menina de treze anos de idade e não como a grande kunoichi que viram em ação há poucos minutos.

            - Não se preocupe. Agora você é parte de Konohagakure. – Itachi olhava para ela compadecido.

            - Não deixamos nossos camaradas para trás. – Completou Kakashi.

            Ayumi sorriu, olhando para os dois. Sentia seu coração alegre e preenchido. Levantou os olhos para o céu e olhando novamente para os dois novos companheiros, disse:

            - Muito obrigada.


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