O Clã Uzumaki escrita por lovelywriter


Capítulo 15
O laço de amizade




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— Tá tudo bem? – Ela estendia a mão para Naruto.

— Sim. – Ele pegou a mão dela. – Eu não precisava de ajuda, dattebayo.

— Eu não achei que precisasse. Mas aquele moleque me deu nos nervos. “Eu sou um genin” – Ela o imitou com uma voz zombeteira. Naruto riu.

— Por quê fez isso? – Ele olhava para baixo, sua voz era triste.

— Porque o que eles estavam fazendo não era certo.

— Não precisa se preocupar, já estou acostumado.

Ela o olhou com ternura e bateu na cabeça dele carinhosamente.

— Mesmo que você já esteja acostumado a isso, eu não poderia simplesmente ignorar essa situação. Esse é um dever de um ninja, não acha Naruto?

— Como sabe meu nome? E quem é você?  – Ele tinha uma expressão engraçada no rosto, que fez Ayumi querer abraça-lo.

— Você falou pra eles, não lembra? O meu nome é Uzumaki Ayumi.

— Uzumaki? – Seu rosto demonstrava descrença. – Mentira. Não tem ninguém com esse sobrenome aqui além de mim.

— Bom, você estava certo até uma semana atrás. Mas desde o momento que cheguei a essa vila e soube que havia outro Uzumaki aqui, eu decidi te procurar.

— Nós somos parentes? – Ele a encarava agora, procurando alguma semelhança entre os dois. Aparentemente, não havia nenhuma.

— Sim. Somos do mesmo clã. Viemos de um mesmo ancestral.

— Clã? Como assim? Eu não tô entendendo nada, dattebayo.

— Quer dizer que temos o mesmo ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-taravô. Não somos parentes próximos, mas compartilhamos a mesma origem.

— Eu não sabia que tinham outros Uzumaki no mundo. Nem sabia que a gente era de um clão.

— Claro que tem. E você quer dizer Clã, não clão. – Ayumi gargalhou, não conseguindo se conter diante de tamanha inocência, mas sentiu uma pontada de tristeza por pensar que ele desconhecia suas próprias origens. – Há muitos Uzumakis espalhados pelo mundo. E, geralmente, não é difícil identificar membros do nosso clã.  Assim como você pode identificar um Uchiha pelos cabelos escuros e o rosto sério ou os Hyuuga pelos olhos esbranquiçados.

— Eu só conheço um Uchiha e uma Hyuga. Mas o que os Uzumakis tem de parecidos?

— Bom, geralmente, membros do nosso clã tem os cabelos vermelhos como o meu.

— Mas eu não tenho cabelos vermelhos.

— Você é uma exceção. Mas seu chackra é 100% Uzumaki.

— Meu chickra? Como assim? Acho que já ouvi essa palavra antes, dattebayo. – Ele coçava a bochecha com os olhos fechados, confuso.

Ayumi estava prestes a explica-lo como cada Uzumaki tinha um tipo de chackra especial (ou até mesmo que é chackra) quando ouviu a barriga de Naruto roncar.

— Desculpa, é que tá na hora de jantar. – Ele ficou constrangido.

— Que tal se formos comer alguma coisa? Eu pago. O que você gosta?

— Sério? Você vai pagar pra mim, Ayumi-neechan?

— Claro! O que você vai querer?

— Ramen! Eu amo ramen. É minha comida favorita.

— Você sabe onde tem um restaurante de ramen aqui? Eu ainda não conheço muito bem a vila.

— Claro que sim. Vamos! – Ele puxou Ayumi pela mão e a conduziu pelas ruas da vila,  até um pequeno estabelecimento, cuja placa dizia: Ichiraku no Ramen. No caminho, podia reparar que as pessoas lançavam olhares tortos em direção a Naruto e pôde ouvir alguém questionando quem era a jovem que acompanhava aquele menino. Ele era desprezado por todos. Ela sentiu raiva das pessoas da vila, mas rapidamente escondeu seus sentimentos quando percebeu que Naruto a estava olhando.

— Tã dã!! – Ele estava diante do restaurante com os braços abertos, apresentando-o com muito orgulho.

— Que cheiro bom! –

— Né né né?! - Os dois entraram e se sentaram.

— Ô, Naruto! Vai querer o de sempre? – O senhor cumprimentou Naruto com familiaridade. – Seja bem-vinda, senhorita. Como posso ajuda-la?

— Obrigada! Hoje vou querer o mesmo que o Naruto pedir.

— Você vai amar, esse é o melhor ramen de toda a vila da Folha. Ou melhor, de todo o mundo!

— Ele é o nosso melhor cliente. – O senhor de olhos pequenos falava com carinho de Naruto. - A senhorita é nova por aqui?

— Sou sim. Me mudei faz pouco tempo.

— Se não se importa que eu pergunte, você já é uma chunin? Parece ser tão nova, mas já tem o uniforme dos chunin de Konoha.

— Bom, na verdade, hoje me tornei jounin. – Ela olhava para baixo, tentando esconder a timidez que sentia em dizer aquilo.

— Que incrível.

— Jounin? Pera, então você está acima do Iruka-sensei, neechan? – Naruto a encarou com surpresa.

— Iruka-sensei? Ele é um chunin?

— Sim.

— Então estou, Naruto. Mas ainda sou inexperiente.

— Não acredito! Você parece ter a idade daquele menino que é genin! Quantos anos você tem? Como isso é possível, dattebayo? – Ele estava exaltado, como se o fato de Ayumi ser uma jounin tão nova o ofendesse profundamente.

— Naruto, você parece ter ficado ofendido com isso.

— É que... isso quer dizer que eu ainda sou um fraco. Na minha idade você fazia o quê? Como se tornou tão forte? Eu ainda vou me formar na academia só aos 12 anos e vou ser só um genin ainda. Não entendo, dattebayo.

Ayumi suspirou e colocando a mão no queixo, olhou para cima, como se pensasse em como responde-lo. Naruto estava impaciente e irritado.

— Eu fui sequestrada por alguns nukenins de Kirigakure aos sete anos de idade. É sua idade, correto?

A impaciência deu lugar a surpresa. Ele a olhava atentamente, como se esperasse pelo fim da história, limitando-se a assentir levemente com a cabeça como resposta a indagação dela.

— Eu tive de me tornar forte, caso contrário seria morta. – Ayumi olhou novamente para Naruto e percebeu seu olhar de tristeza e medo. – Provavelmente, se tivesse tido uma infância mais normal, nem seria uma ninja. Ou se fosse, estaria evoluindo na mesma velocidade que você.

—  E-eu sinto muito, Ayumi-neechan. – Ele olhava para as suas mãos, apertando-as com força. Ayumi afagou o cabelo dele e falou:

— Nós temos sonhos parecidos, Naruto. Você quer ser Hokage e eu quero reconstruir o nosso clã. Quero que todas as crianças Uzumaki no mundo tenham uma infância segura e sintam-se protegidas. Por enquanto, você é a única criança Uzumaki que posso proteger.

Ao ouvir isso, ele virou-se para ela tomado de espanto, como se não esperasse ouvir isso de alguém. Como se não fosse digno de ser protegido. Era quase que a primeira vez que sentia alguém inclinar-se a ele com afeto. Fitou aquela menina de cabelos vermelhos e sorriso aberto e viu ali não os olhares de ódio e terror que as pessoas da vila direcionavam a ele, mas o mesmo olhar carinhoso que via tantas mães dirigirem a seus filhos. Ele tinha sentido inveja por tanto tempo daqueles olhares, que agora que o recebia, sentia-se constrangido, mas imensamente feliz.

— Não precisa me olhar assim. Te ajudarei a construir seu sonho e você me ajude com o meu também. O que acha disso?

Ele assentiu com um sorriso, tentando conter as lágrimas que aquela demonstração de afeto lhe causara. Finalmente, sentia o grande vazio de seu coração começar a ser preenchido.

— Aqui está o Ramen de vocês! No capricho!

— Obrigada, ochaan!!

— Vamos comer?

— Yes!

— Itadakimasu!

Ayumi percebeu que alguém os assistia de longe e ao terminar de comer, despediu-se de Naruto. Embora ainda quisesse conversar com ele e saber mais sobre a vida daquela pequena criança, não conseguiu identificar quem era que os observava e achou melhor deixar Naruto ir embora.

— Naruto! – Ela o chamou, lembrando-se de algo importante. – Por que não treinamos juntos essa semana?

— Quê? Sério? Sério mesmo, neechan? – Ele estava visivelmente animado.

— Sim. Eu te busco na academia e vamos treinar, pode ser?

— Hai, dattebayo!!

— Já ne!

Ayumi não entendia como as pessoas da vila podiam olhar para aquele menino doce sentindo outra coisa por ele que não fosse afeto. Uma criança tão inocente e pura, tratada como um inimigo de guerra. Sentiu ódio e raiva, não das pessoas da vila exatamente, mas da forma como eram obrigados a viver. O mundo shinobi era carregado de muitas trevas. Mas a medida que via Naruto se afastar, conseguia sentir uma pontada de esperança. Aquele menino era diferente de tudo e todos que conhecera. Era difícil descrever, mas o chackra dele brilhava como o dia, era quente, até mais que isso, caloroso. Jurou a si mesmo ali que o protegeria, não importa qual fosse o preço.


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