O Clã Uzumaki escrita por lovelywriter


Capítulo 16
Capítulo 16




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Olhou na direção aonde estava a pessoa que os observava e percebeu que ela não estava mais lá.  Procurou por aquele chackra novamente, mas não sentiu nada. “Seja quem for, é muito bom”. Estava cansada, queria ir embora para casa e tomar um banho, mas depois de ver Naruto, algo a incomodava muito. Era uma suspeita que não a deixaria dormir. Por isso, resolveu procurar a pessoa que mais provavelmente teria a resposta para sua indagação. Concentrou-se um pouco e encontrou a quem procurava. Estava um pouco afastado, não parecia estar cercado de muitas pessoas, mas era ele certamente.

Depois de andar um pouco, deparou-se com uma casa grande, as luzes estavam acesas e ao aproximar-se de uma das janelas laterais, pôde ver Kakashi cozinhando. Ela resolveu tocar na porta, quando percebeu que mais parecia uma perseguidora observando-o daquela maneira.

Ele abriu a porta alguns minutos depois e tinha o mesmo rosto inexpressivo de sempre.

— Então era você.

— Você me viu, né? – Ela coçava a cabeça constrangida.

— Vi sim. O que você tá fazendo aqui, Ayumi-san?

— Será que posso entrar? Queria conversar com você um pouquinho.

Ele a olhava intrigado, mas convidou-a a entrar. A casa estava impecável. Não havia nada fora do lugar ou desorganizado. Tudo parecia tão limpo que era até difícil de acreditar que alguém vivia ali.

— Sua casa é muito bonita. Nossa, que cheiro bom! O que você tá fazendo?

Ayumi o seguiu até a cozinha, inebriada pelo cheiro de fritura e dos temperos.

— Estou preparando o jantar.  Você gosta de Takoyaki?

— Hum, eu amo! Sério que você sabe fazer Takoyaki? Eu não sei nem fazer onigiri.

— Não é difícil. Se quiser, pode me olhar fazendo.

— Você fica de máscara até dentro de casa?

— Sim.

— Por quê? O que que tem debaixo dessa máscara, hein, Kakashi?

— Meu rosto.

— NÃO DIGA! – Ela usou o sarcasmo da mesma forma que ele. – Você mora sozinho? Não sabia que você tinha que cortar o polvo assim pra fazer Takoyaki.

— Você realmente fala muito, hein?

— Demais. – Ela o observou montar o prato. Ele colocava cada coisa em seu lugar de forma rígida e metódica. “Ele luta da mesma forma que cozinha”. – Ficou linda a apresentação. Você tem futuro como chefe.

Kakashi a olhou, lembrando-se da outra vez que tinha ouvido essa mesma frase. De repente, ele se deu conta de que não recebia alguém em casa desde aquele dia em que Rin e Obito o haviam seguido e ele lhes havia servido peixe.

— O que foi?

— Nada. O que você veio fazer aqui, Ayumi-san?

— Essa comida sua tá com um cheiro tão bom que até me esqueci porque vim aqui. – Ela sorria para ele, com a mão no queixo, tentando se lembrar porque estava ali.

Ele serviu outro prato e a convidou para sentar-se.

— Olha, eu acabei de comer Ramen com o Naruto, então talvez não vá conseguir comer tudo.

Kakashi engasgou diante da fala dela.

— Opa, lembrei porquê vim aqui.

— Você foi conversar com o Naruto?

— Fui sim. – Ela assentiu colocando um pedaço de Takoyaki na boca. – ISSO TÁ MARAVILHOSO.

— Er, obrigado. Mas, espere, você falou sobre o quê com o Naruto? O Hokage sabe disso?

— Eu sei que ele não pode saber sobre a kyuubi e coisas do tipo. Não conversei sobre esse assunto com ele. Apenas disse a ele que somos do mesmo clã e que queria ser amiga dele.

— Ayumi-san, eu realmente acho que você deveria ter pedido permissão para o Hokage antes de fazer isso.

— Kakashi, você se esqueceu do motivo pelo qual estou nessa vila?

Ele então se lembrou das palavras de Ayumi diante do Hokage no dia em que chegou: “Quero reconstruir o meu clã”. Obviamente, Naruto era seu clã naquela vila. Se ela não estendesse seu objetivo a ele, seriam palavras vazias.

— Entendi. Mas de qualquer maneira, acho que você deva comunicar o Hokage sobre isso.

— Eu irei. Não se preocupe. Agora, o motivo pelo qual estou aqui. Quem são os pais do Naruto?

Aquela pergunta não pegou Kakashi de surpresa. Lembrou-se da conversa que tiveram naquele mesmo dia, em que Ayumi descobriu que a esposa do quarto Hokage era do clã Uzumaki. Não seria difícil chegar a conclusão que ela provavelmente tinha chegado.

— Isso também faz parte da proibição, Ayumi-san. Não podemos comentar nada do passado de Naruto.

— Que interessante. Então, então não restam mais dúvidas.

— Não restam mais dúvidas de quê?

— Ora, Kakashi, acho que a semelhança entre ele e o pai é inegável. Mas entendo porque não deram a ele o sobrenome do Quarto. Queriam esconder o fato de haver um laço familiar entre os dois. Mas qualquer um que descubra que a esposa de Minato era uma Uzumaki, chegaria a mesma conclusão que eu, não acha?

— Essa proibição serve para proteger a vila e o Naruto, Ayumi.

            Ela encarava o prato e, estalando a língua nos dentes, olhou para Kakashi com um sorriso no rosto.

            - Ah, eu esqueci de te contar. Eu sou uma jounin agora.

            - Eu sei. – Ele sorria por debaixo da máscara e seus olhos expressavam algo que remontava a confiança.

            - Como assim? Quando o Hokage decidiu só estávamos eu, ele e o Shisui na sala.

            - O Shisui havia discutido conosco antes. Para ser jounin, você precisa da aprovação de um grupo de jounins da aldeia. Eu, ele e Itachi concordamos que você daria uma boa jounin.

            Ela ficou olhando o colega com um sorriso aberto e o abraçou. Kakashi ficou completamente constrangido, sem saber o que fazer, imóvel, incapaz de abraça-la.

            - Ayumi-san.

            - Desculpa Kakashi – ela se desvencilhou dele. – Mas fico muito feliz que vocês tenham toda essa confiança em mim. Na verdade, tem algo que preciso te dizer.

Por algum motivo, Kakashi sentiu um nervosismo na ponta do estômago. Ele a olhava apreensivo.

            - Eu devo desculpas a você. Eu já me desculpei com o Shisui e o Itachi, mas naquela missão eu achei que deveria fazer tudo sozinha e me senti completamente frustrada por ter recebido ajuda de vocês. – Ela estalou a língua nos dentes, meneando a cabeça. – Que idiota. Quanto mais eu falo sobre isso, mais vejo como eu fui arrogante. Eu nem acreditei que o Shisui tinha me recomendado a jounin, porque depois daquilo eu realmente não me julgava pronta. Mas quero que saiba que foi um privilégio fazer parte do seu time. Eu acho que não me dei conta de que estava com representantes tão brilhantes de Konoha. Todos vocês são shinobis fora da curva e eu deveria me sentir honrada por ser ajudada por vocês.

— Ayumi-san, o Itachi e o Shisui são realmente incríveis, mas eu não mereço esses elogios. Eu sou uma falha. – Ele olhava para as mãos. Ela não sabia de nada. Ela não o conhecia. Se soubesse de seus fracassos, não estaria perdendo seu tempo se desculpando.

Ayumi o encarou por alguns segundos. Um olhar longo e curioso. Dava para perceber que ele não se referia àquela missão. Provavelmente falava de algo relativo ao seu passado. Ela então olhou a casa limpa, impecável, mas vazia. Seu coração se condoeu.

— Pode acreditar em mim. Você é mesmo incrível. Mas até as pessoas mais fortes de mundo irão falhar. – Ela sorriu. – Meu pai quem me dizia isso. Meu pai de verdade, não o Hashirama-ojii-san.

— O que houve com seus pais verdadeiros, Ayumi-san? – Apesar de hesitante, ele sentiu que aquele momento era propício para fazer aquela pergunta.

            - Quem sabe. Dizem que eles foram mortos. Mas não há nenhuma comprovação disso.

            - Você acha que eles estejam vivos?

            - Não sei. Meu pai era um ninja muito forte, Kakashi. Mas ele era gentil e confiava nas pessoas. Acho que não seria muito difícil para alguém enganá-lo, passando-se por uma boa pessoa.

            - Eu sinto muito. – Ele parecia realmente triste com o que ela falava.

            - E você? O que houve com seus pais?

            Kakashi deu uma suspirada e manteve o mesmo olhar preguiçoso de sempre.

            - Minha mãe morreu quando eu era criança e meu pai... Bom, ele se matou depois de uma missão mal sucedida.

            Ayumi levou a mão à boca, tomada pela surpresa. Kakashi a fitou, entristecendo-se com a reação dela, como se se lembrasse da dor que sentira ao encontrar o pai morto, na sala daquela mesma casa.


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