O Clã Uzumaki escrita por lovelywriter


Capítulo 12
Nas termas




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Quando já se encontravam há uns 50 km do posto Sul, os ninjas pararam para descansar e Itachi e Kakashi vestiram as roupas que usavam antes.

— Bom, há uma cidade cerca de duas horas daqui. Creio que podemos viajar durante o restante do dia e passar a noite lá. Não há necessidade de dormirmos na floresta hoje.

Ao fim do dia, chegaram no pequeno vilarejo. Os moradores caminhavam animadamente pela cidade e, ao que tudo indicava, um festival estava acontecendo. Havia diversas barracas de comidas típicas, além de outras com jogos.  Os ninjas procuraram por um hotel e encontraram uma linda pousada, gerida por uma pequena senhora que devia ter mais de oitenta anos. Além de aconchegante, a pousada tinha águas termais que os ninjas decidiram aproveitar.

— Que tal passearmos um pouco pela cidade e depois irmos às termas?

— Eu estou com bastante fome. Seria bom comer alguma coisa.

— Também tô com fome, Kakashi. Será que tem alguma coisa gostosa nessa cidade?

— A obachan me disse que deveríamos provar o Ramen.

— Então era isso que ela disse? Como você conseguiu entender, Itachi?

— Leitura labial.

Os três riram e saíram animadamente em busca do que comer. Ayumi sentia-se realmente à vontade na presença dos companheiros de equipe. Era diferente de tudo que tinha vivido em sua vida. No pequeno vilarejo onde morara nos últimos anos, não havia pessoas de sua idade, somente idosos e alguns adultos. Apesar de ter sido feliz ali, nunca havia se divertido tanto como estava se divertindo hoje. Entretanto, à medida que andavam pela cidade, Ayumi começou a sentir uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada por alguém. Não conseguia perceber nenhum chackra, até que se deu conta que todas as mulheres da cidade a fulminavam com o olhar. Ela não tinha se dado conta, mas era a única mulher no meio de quatro homens de aparência distinta.

— G-gente, vocês estão sentindo isso?

— O quê?

            - Algum inimigo?

            - Do que você está falando Ayumi-san?

Quando olhou para os companheiros, observou que o vento batia contra o rosto deles, agitando os cabelos dos rapazes. Ela entendeu o motivo de estar sendo odiada por todas as mulheres naquele momento. Os três shinobi eram extremamente bem afeiçoados. Reparou em cada um deles e viu que todos tinham boas características físicas. Kakashi tinha um ar de misterioso e o fato de cobrir quase todo o rosto o deixava extremamente atraente. Shisui era dono de um belo sorriso e feições delicadas. E Itachi... Ela o fitou por alguns segundos e o viu passar a mão no cabelo, retirando a franja do rosto. O perfil dele era muito atraente e seu rosto tinha traços masculinos, mas o que a deixava sempre constrangida eram seus olhos. Eles eram de uma beleza demasiada, penetrantes e misteriosos. Ela sentia-se descoberta quando ele a olhava. Quando percebeu que ele tornava a ela perguntando qual era o problema, ela desviou o olhar.

— Bom, é que vocês são muito atraentes e as mulheres da vila estão me fuzilando com o olhar. Só isso. - Ela continuou andando, enquanto os três pararam, constrangidos pelo elogio da kunoichi.

— Vamos? – Ela parou e olhando por sobre o ombro, chamou os três rapazes.

Eles assentiram e voltaram a conversar normalmente. Os shinobis de Konoha souberam aproveitar bem o festival e voltaram para a pousada decididos a tomar um banho nas termas. Os três homens foram em direção a ala feminina e sentiram-se um pouco chateados por terem de se separar de Ayumi.

— Vou por aqui, então. – Ela despediu-se deles, indo em direção a ala feminina.

Ayumi entrou no vestiário feminino. Era um pequeno cômodo mobiliado de armários de madeira. As toalhas ficavam ao lado de cada um dos nichos e alguns já estavam ocupados com roupas de outras hóspedes. Ayumi despiu-se e soltando o cabelo, deixou que ele cobrisse suas costas. Ela tinha vergonha de suas cicatrizes, embora também sentisse certo orgulho todas as vezes que as olhava. Elas poderiam servir para representar o momento mais sombrio de sua vida, mas também eram um símbolo permanente de que ela resistira. Ao pensar nisso, amarrou seu cabelo novamente e deixou que as marcas ficassem expostas. Ao chegar as termas, havia apenas algumas mulheres do lado esquerdo, motivo pelo qual ela foi em direção ao lado direito da pequena piscina natural.

As mulheres estavam próximas a uma divisória de madeira e a julgar pelo som que vinha do outro lado, a ala masculina ficava lá. Ela conseguia ouvir a voz de Kakashi e Shisui, que conversavam animadamente. Itachi falava algo eventualmente, e ao som da voz dele, Ayumi sorriu. Ela quis apoiar os braços na beira da piscina e virando-se, acabou por ficar de costas para as outras mulheres que estavam ali presentes. Quando ela se virou, não pôde deixar de escutar a reação de espanto de uma das mulheres, que murmurou para a outra: “olha as costas dela”. Ayumi tentou não se incomodar, fingindo não ter ouvido o que elas falavam. Fechou os olhos com força e tentou invocar a mesma resolução que tivera alguns minutos atrás para prender os cabelos. Mas seus dedos coçavam. Ela mal podia conter a urgência de passar a mão sobre os cabelos para que caíssem e cobrissem suas horríveis cicatrizes. As mulheres continuavam a murmurar.

Do outro lado, Itachi, que estava assentado paralelamente a divisória, conseguia ouvir o que as mulheres falavam. Começou a sentir-se profundamente irado com elas pela falta de sensibilidade. Se ele as podia escutar daquele lado, Ayumi certamente as ouvia também. Kakashi e Shisui perceberam o semblante irritado de Itachi.

— Tá tudo bem aí, Itachi? – Shisui foi quem ousou fazer a pergunta.

— Ahm, tá.

— Não tá parecendo.

— Tá tudo bem. Eu vou sair.

Ele se levantou, enquanto os outros o acompanharam com o olhar, intrigados. Itachi não sabia o que fazer, mas queria livrar Ayumi daquela situação. Sem ao menos ponderar bem no que fazia, usou um Henge no Jutsu e entrou na ala feminina.

Ayumi ainda tentava não se incomodar com os comentários das mulheres mas ouvindo alguém se aproximando e ao levantar os olhos, deparou-se com uma mulher cuja aparência equivaleria a da irmã de Itachi, se ele tivesse uma. “O chackra é dele, com certeza”.

— O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?

As mulheres olharam intrigadas para os dois, sem entender porque a ruiva estava tão irritada.

— C-calma, eu posso explicar. Só vem comigo.

Ele a tomou pela mão e os dois saíram correndo de lá. Ao entrar no vestiário, Itachi fechou a porta e virou-se de costas para Ayumi, ao prestar atenção ao fato de que ela estava enrolada em uma toalha.

— EU ACHO MELHOR VOCÊ TER UMA BOA EXPLICAÇÃO PRA ISSO. E VOLTA A SER HOMEM, ESSA SUA APARÊNCIA TÁ ME DANDO ARREPIOS.

Ele desfez o jutsu e a toalha de Itachi caiu no chão.

— AI MEU DEUS, VOCÊ TÁ PELADO.

Ele ia abaixar-se para pegar a toalha, mas ela o interrompeu:

— NÃO ABAIXA, POR FAVOR. EU VOU VER MAIS COISA DO QUE ESTOU PREPARADA PRA VER. EU VOU TE JOGAR UM ROUPÃO.

Rapidamente ela apanhou um roupão e o jogou nas costas dele. Ele o vestiu e perguntou se poderia virar novamente.

— Pode sim. – Quando ele o fez, Ayumi o acertou com um soco tão forte que ele caiu no chão.

— O QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? – As palavras saíram por entre os dentes da kunoichi.

— E-eu – “Eu preciso arrumar uma desculpa. Não posso falar porque realmente entrei aqui, ela não sabe que eu já vi suas cicatrizes. Mas agora ela acha que sou um pervertido. Acho que nunca tomei uma decisão tão idiota na vida”. Nunca se imaginou nessa situação.

— E AÍ, ITACHI? – Ela ainda tinha o punho cerrado e podia-se ver as veias que saltavam em sua mão.

— Eu achei que você estivesse em perigo. Senti um chackra estranho vindo daqui.

Ela desarmou-se e sentando-se num banco que estava ao lado, imaginou que aquele era provavelmente seu próprio chackra, numa forma mais fria e triste.

— Não tem ninguém aqui além de mim e dessas mulheres. Você não precisava ter feito isso. – Sua voz era contida, mas com um pingo de tristeza.

— E-eu acho que nunca fiz nada parecido com isso. Mas eu não queria deixar você em perigo.

— E os outros dois? Eles sabem que você fez isso?

            - Eles ainda estão nas termas, eu tava passando por aqui. Acho que por isso não sentiram nada.

            - Pode ser. – Ela o olhou por alguns instantes, mas lembrou-se do que tinha visto mais cedo e seu rosto tornou-se vermelho. “Vai demorar um tempo pra eu olhar pra ele normalmente agora”. – Já que foi tudo resolvido, você já pode sair daqui né?! Na verdade, não sei o que você ainda tá fazendo aqui.

            - Boa ideia. Já vou indo. Desculpe o incômodo!

            Ele saiu da ala feminina e agradeceu aos céus por não haver ninguém no vestiário. Pôde ouvir Ayumi no corredor alguns minutos depois e sentiu-se completamente envergonhado do que tinha feito. “Onde que eu tava com a cabeça?“ Ele cobria o rosto com as duas mãos, tentando esconder a vergonha do que tinha feito. Mas ao lembrar-se do tom triste da voz dela, sentiu-se um pouco aliviado. De certa maneira, ele a havia poupado daquelas mulheres. Seu rosto voltou a ficar rubro quando lembrou-se que sua toalha tinha caído. “Não acredito que fiquei nu na frente dela”. Voltou a colocar as mãos no rosto, numa tentativa de esquecer tudo o que acontecera.


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