— LUCY! — Sting gritou, correndo atrás da loira.

— ME ESQUECE, EUCLIFFE! — gritou de volta.

— PRECISAMOS CONVERSAR!

— NÃO TEMOS O QUE CONVERSAR!

— Francamente... — correu mais rápido, alcançando e parando a loira. — Deixa eu falar, por favor.

— Falar sobre o que? Eu vi, Sting... Não tem como você me convencer do contrário...

— Não vim para te convencer a nada e só vim para me desculpar.

— Sting, não... — foi interrompida.

— Eu sei... Eu refleti muito nessa última semana e percebi o quão babaca eu fui com você... Eu não devia ter bebido naquele dia e feito o que eu fiz. Me arrependo amargamente...

— Mas aconteceu... — começou a chorar.

— Sim, aconteceu... Não posso mudar o passado, mas posso concertar o futuro — segurou o queixo da loira, enquanto enxugava suas lágrimas. — Me sinto um idiota por ter te feiro chorar — a olhou triste.

— ...

— Sei que não vamos voltar ao que éramos, infelizmente... Eu realmente te amo, mesmo que duvide de mim. Apenas quero que seja feliz e encontre alguém que te ame.

— Você está...

— Sim, estou aqui para te colocar para a frente, loira — sorriu gentilmente. — Tem muitos caras que realmente gostam de você, tenta se abrir para novos horizontes.

— Não vai ficar bravo ou surtar?

— Não tenho esse direito, certo? Busque sua felicidade!

— E você? — estava preocupada, apesar de tudo ainda o amava.

— Buscarei a minha, não se preocupe. Bem, tenho que ir agora, não quero atrapalhar sua noite — beijou a testa da loira. — Seja feliz, minha pequena — foi embora, deixando uma loira embasbacada para trás.

—- // --

O moreno saiu do banheiro com o gatinho e voltou para a barraquinha, mas se assustou quando não viu a loira sentando no lugar de antes.

— Com licença, o senhor viu para onde foi a loira que estava aqui? — perguntou educado para o dono da barraca.

— Ah, sim. Ela saiu correndo naquela direção — apontou para um lugar mais afastado.

— Obrigado.

— Não tem de quê!

Saiu em disparada com Frosch em sua cabeça. Não sentia o cheiro da loira por causa do perfume que ela usava, mas sentiu outro cheiro familiar... Um cheiro que não achou que fosse sentir tão cedo.

Correu mais rápido possível já imaginando o que poderia ter acontecido. Estava com medo de chegar no local e ver a loira desolada de novo.

Virou a esquina tão rápido que quase escorregou, e mais a frente viu o Eucliffe caminhando lentamente de cabeça baixa.

— Sting... Você não a fez chorar de novo, né? Eu te disse para dar um tempo e deixar a poeira abaixar...

— Não precisa se preocupar, não fiz nada demais... Rogue, me faz um favor?

— Hum...

— Cuida dela, sim?

— Como?

— Não irei insistir para que ela fique comigo, mas também não quero que ela fique com alguém que a machuque. Você é a pessoa que mais confio...

— Sting, eu não penso nela dessa maneira...

— Pode não pensar agora, mas tenho certeza que pensará futuramente — sorriu levemente. — Apenas cuide dela — pediu, e saiu andando.

— Para onde vai?

— Preciso colocar minha vida em ordem... Não irei sumir, apenas me afastarei um pouco. Vou ficar a uma distância segura de tudo... Até mais, Rogue — acenou já de costas.

— Até mais — o moreno sussurrou, mas sabia que ele tinha ouvido.

— Ele é tão estranho as vezes... — Lucy comentou de repente, parando ao lado dele.

— Lucy, você está bem? Ele te falou algo ruim?

— Sendo sincera... Não, eu não estou bem — sorriu, enxugando as lágrimas. — Ele apenas desejou minha felicidade e disse que iria atrás da dele... Podemos voltar para casa? Não estou com cabeça para festival agora...

— Claro, quer uma carona?

— Não precisa, ainda posso andar. Apenas abaixe um pouco — assim que ele atendeu seu pedido, ela pegou o gatinho que dormia na cabeça do moreno. — Podemos ir agora — sorriu.

—- // --

O clima estava agradável naquela madrugada. Assim que chegaram no apartamento da loira, ambos tiraram seus calçados e foram para a cozinha, onde a loira preparou um chá depois de colocar o gatinho em sua cama.

Não falaram nada durante o trajeto, e agora não era diferente. Bebiam o chá e aproveitavam a companhia um do outro sem dizer uma única palavra.

Rogue observou a loira cautelosamente. Ela aparentava estar um pouco abatida, mas também demonstrava traços de felicidade. Porém o que realmente o intrigou foi as caras e bocas dela, era como se quisesse perguntar algo, mas não tinha coragem.

— O que quer me perguntar, Lu?

— Cruzes, você é vidente ou algo assim? — riu. — Bom... Pode parecer estranho, mas eu queria saber se você e o Frosch poderiam dormir comigo hoje? — virou o rosto envergonhada. — Não quero ficar sozinha...

— Sem problemas — respondeu sem rodeios.

— Sério?

— Sim, apenas vou passar no meu apartamento para buscar nossos pijamas, depois podemos ficar aqui.

— Muito obrigada — beijou a bochecha dele.

— De nada — se levantou envergonhado. — Vou lá pegar as roupas e já volto — avisou, saindo pela porta.

— Ok.

Lucy ainda estava triste, mas também se sentia um pouco feliz. Não esperava que as coisas fossem tomar um rumo tão... Amigável.

Ela não esperava pela compreensão do loiro, na verdade até imaginava ele fazendo um escândalo, mas ele foi bem maduro e não insistiu. Isso a fez sorrir, parece que o molecão cresceu.

Ficou tão perdida que nem viu o moreno voltando e se sentando ao seu lado.

— Tá viva? — passou a mão na frente dos olhos ela.

— Hã? Ah, Rogue. Nem vi você voltando — sorriu.

— Você está bem? — perguntou preocupado.

— Não muito, mas vou ficar... Vamos dormir?

— Sim, só vou buscar o Frosch.

— Pode deixar ele lá, e você também vai dormir com a gente. Não é como se nunca tivéssemos dividido a cama, né?

— Se você diz...

Deitaram para dormir, um de cada lado e o gatinho no meio. Ficaram um tempo conversando, mas logo adormecendo.

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— Prontinho — Lucy sorriu, olhando para o papel em sua mão.

— Tem certeza disso, Lu?

— Claro. Adoro o antigo apartamento, mas realmente eu precisava de uma mudança, além de que lá tem muitas memórias que pretendo esquecer...

— Nesse caso, meu parabéns. Você não vai precisar correr feito uma louca atrás de uma missão para pagar o aluguel, nunca mais.

— Obrigada, eu nem acredito...

Depois que acordaram e tomaram café, Lucy tomou a decisão de comprar o apartamento onde estava. Queria um recomeço, e começaria por trocar de casa.

O dinheiro que tinha foi o suficiente para comprar o apartamento onde estava morando, e ela não conseguia esconder sua alegria.

— Fro acha que temos que comemorar.

— Concordo, vamos para casa e voltamos aqui para te buscar — saiu andando. 

— Ei, mas para onde vamos?

— Surpresa, loira... Surpresa — sorriu de canto, fechando a porta e deixando a loira curiosa plantada no meio da sala.