L.A escrita por pnsyparkinson


Capítulo 6
Ato Seis




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Why does my heart cry? Feelings I can't fight... you're free to leave me, but just don't deceive me, and please believe me when I say I love you!  

O prazo de uma semana havia chegado ao fim e apenas Remus ainda parecia duvidar se sua decisão estava correta. O castanho estava com Mary e Héstia enquanto bebia seu café e as garotas arrumavam as malas, empolgadas sobre a mudança de ares. 

— Vai ser tão legal! Vamos estar juntos em Los Angeles como atores de uma das melhores companhias do mundo! - disse Mary em meio a risada, jogando algumas regatas coloridas dentro da mala com estampa de girafas. — É uma pena que nossos outros amigos não vão... 

A morena sentiu um empurrão fraco no braço e franziu o cenho para Jones, que a encarava e apontava de forma discreta para Remus, que observava a janela, aparentemente alheio.

— Não precisam agir como se eu fosse quebrar por estar indo embora, ok? - bufou o homem, virando o rosto até tê-las em seu campo de visão. — Coisas assim acontecem a todo momento.  

— Com coisas assim você quis dizer se apaixonar e ter que deixar o amor da sua vida em outro lugar enquanto se muda? - provocou Héstia, recebendo uma carranca em resposta. — Você não precisava ter, tipo, terminado com ele.  

Mary revirou os olhos e sentou ao lado de Lupin, pegando o copo de café do outro para beber um gole pequeno. 

— O que a Hes quer dizer... - começou, balançando os cabelos cacheados. — É que você poderia ter mantido seu relacionamento com ele, sabe? Nos dias de folga você poderia voltar e visita-lo ou ele viajaria até L.A pra te ver. - deu de ombros.

— Não posso prender Sirius dessa forma, é egoísta. - murmurou Remus. — Acho que... acho que não gostaria se ele fizesse o mesmo comigo. Mas obrigado, vocês são péssimas ajudando alguém. - riu baixo, sentindo uma calça jeans bater em seu rosto. 

[...] 

Sirius estava sentado na varanda de seu apartamento enquanto observava o céu escuro. Era a noite do dia número seis. Ele havia contado os dias longe de Remus e havia sofrido em cada um desses dias. 

O moreno queria entender o que havia acontecido naquele fatídico dia, sua mente reproduzia aquela cena como um maldito replay e ele não sabia como parar.

Ou talvez não quisesse parar.

Naquele momento suas memórias eram as únicas coisas que o mantinham perto de Remus Lupin.

"— Uou, poderia ter me dito isso antes de... - riu sem humor, passando a mão pelos cabelos escuros. — Poderia ter me dito antes de eu me apaixonar por você.

— Eu tentei Sirius... eu juro que tentei! Mas... não planejei isso, ok? Caí malditamente por você, é como um vício. - resmungou Remus, empurrando os braços do outro para fora de seu alcance. 

— Um vício? - bufou Black, passando a mão nervosamente pelos cabelos.— Que droga Remus, você vai embora, tudo bem, mas não precisava...

— Eu respiro você, Sirius. Você chegou de forma natural e foi conquistando um espaço no meu coração. Um espaço grande. Eu prometi não deixar ninguém chegar perto o suficiente pra isso acontecer e olha só você, é quase uma parte da minha vida e... não posso fazer isso, Six. - suspirou, olhando o outro de forma derrotada. — Desculpe por magoar você.

— Então é assim? Você me faz te amar e simplesmente me deixa no escuro? - Sirius respirou profundamente, sentindo a visão embaçar. — Remie nós podemos... podemos passar por isso, sabe? Posso ir te ver e a gente fica juntos cuidando do Church, posso te ajudar com as falas por chamadas de vídeo, nós... nós... só não me deixe, eu... eu te amo.. - murmurou, olhando para o chão.

— Six. - murmurou Lupin, colocando ambas as mãos no rosto do moreno, trazendo seu olhar até o dele. — Eu também amo você, eu juro que faço, mas... não posso te prender dessa forma, ok? Você vai estar sempre em função da minha vida e isso é errado. Você merece ser feliz, mesmo que seja sem mim. - sorriu triste."

O homem bufou uma risada sem humor, abrindo a garrafa de cerveja que estava ao seu lado. Sentiu o celular vibrar e tirou o mesmo do bolso da calça, revirando os olhos ao constatar ser uma mensagem de Lily. Sua melhor amiga sabia a razão pela qual ele estava pra baixo e era por isso que a ruiva se encontrava impaciente na portaria do prédio, esperando a confirmação para conseguir subir até o andar do moreno.

Não demorou dez minutos até a mulher estar de braços cruzados na sala, olhando ao redor como uma águia.

 Ele vai embora amanhã? - perguntou, ajeitando os longos cabelos em um rabo de cavalo desleixado.  E você vai deixar? Sem ao menos dizer como se sente? - bufou.

 Lils, não vou deixa-lo ir embora. - retrucou, caminhando até a cozinha.  Ele não é meu para que eu deixe ou não ele fazer as coisas.

 Mas o coração dele é seu, assim como o seu é dele. - respondeu a ruiva, com um sorriso no rosto. — Você deveria ir até o aeroporto...

 Ah sério? Fazer o que? Dar tchau? Boa viagem? - virou de costas, procurando por saquinhos de chá no armário. Lily revirou os olhos e aproximou-se da porta da cozinha.

 Não, idiota. - respondeu como se fosse óbvio, estreitando os olhos. — Você vai mostrar a ele que vale a pena lutar, Sirius. 

[...]

Remus estava nervoso. Sentia seu corpo pesado e levemente enjoado ao imaginar horas em um avião, mesmo que não estivesse sozinho já que James e as meninas estariam com ele todo o caminho. Estava lembrando da festa de despedida que tiveram e sorriu, pensando no quanto sentiria falta dos amigos e principalmente de Hagrid. 

E Church, seu amigo inseparável que por enquanto ficaria sobre os cuidados de Gideon.

E também de Sirius. 

O moreno não havia aparecido na companhia para dar-lhe adeus e talvez isso tenha machucado um pouco mais seu coração. 

Suspirou ao ser retirado de seus pensamentos quando Mary lhe entregou um copo de café. 

— Eles nunca acertam seu nome. - riu, observando a palavra "Remos" escrita no pequeno copo marrom. — Embarcamos em vinte minutos, isso é tão estranho.

 Eu sei. - riu um pouco, bebericando o líquido quente enquanto percebia o movimento de pessoas aumentar. O aeroporto estava lotado.  Onde está Héstia?

 Algo relacionado a burritos, não entendi muito bem. - respondeu a morena, dando de ombros. 

Lupin balançou a cabeça em descrença. 

 Ei Rem, aquele não é o Sirius? - disse a mulher, de forma distraída. — Ali, com o gorro vermelho. 

Remus seguiu o olhar da amiga e o viu, parado enquanto parecia procurar por alguém de maneira afoita. E foi aí que seus olhares se encontraram e o mundo pareceu congelar por alguns instantes. 

 Mas o que... - disse Remus, sua respiração ficando mais rápida conforme o moreno se aproximava de onde estavam sentados. 

— Antes de qualquer coisa queria te falar algo, tudo bem? - falou Sirius, respirando profundamente, os olhos nunca deixando os do outro. — Entendo que você pense dessa maneira e que pareça mais fácil simplesmente me deixar livre, mas eu te amo Remus e não me sinto preso por estar com você. - desabafou, sorrindo de maneira leve. — E sempre vou estar aqui por você e para você, amor. Em outro estado, outro bairro, país... sempre. 

— Six, eu... eu... - começou Remus, sentindo um arrepio percorrer seu corpo. — Você veio até aqui...?

 Vim pra mostrar que não desisti de você, Rem. E nunca vou. - prometeu, umedecendo os lábios. — Vou estar aqui pra você se decidir voltar, vou estar aqui pra você se só vier nos dias de folga ou visitar os amigos... vou estar lá se precisar de mim. Sei o quanto essa oportunidade é importante pra você e sei o quanto você a merece, e também que ela estava nos seus planos antes de eu chegar. Não desista do que te faz feliz, assim como eu não vou.

"Dez minutos para o embarque, senhores passageiros, dirijam-se até os portões." 

— Sirius, eu te amo também. - murmurou Remus, com os olhos brilhando pelas lágrimas não derramadas. — Eu.. eu tenho que ir.

 Eu sei. - Sirius sorriu, puxando o castanho de encontro a seu corpo para um beijo apaixonado. O gosto agridoce por conta das lágrimas que se misturaram. Separaram os lábios com um sorriso. — You're free to leave me, but just don't deceive me, and please believe me when I say I love you. - sussurrou, deixando um último beijo nos lábios macios de Remus. 

E então Remus caminhou relutantemente até encontrar as amigas, que observavam tudo apreensivas perto das malas. 

 Ei, Satine? - gritou Black, fazendo com que o outro virasse rapidamente.  Eu te amo e boa sorte! - sorriu.

 Eu também amo você, Christian. - gritou Remus, acenando um adeus antes de deslocar seu corpo até estar nos portões de embarque. 

Dessa vez um pouco mais confiante e tranquilo. 


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